Cansei. Agora, sou Agro

Leonardo Sakamoto

Empresas e entidades ligadas ao agronegócio lançaram, esta semana, uma grande campanha de mídia para tentar reverter a imagem negativa do setor, contando com atores como Lima Duarte e Giovana Antonelli. O Movimento de Valorização do Agronegócio Brasileiro – Sou Agro envolve também a produção de notícias e o desenvolvimento de pesquisas. A verdade é que, para mudar a imagem do agronegócio, que não vai lá muito bem com os recentes assassinatos de trabalhadores rurais, a tratorada sobre o Código Florestal, o trabalho escravo velho de guerra, noves fora os problemas de sempre, vai ser necessário uma campanha muito longa.

Quando o Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros (lembram do “Cansei”?), organizado pela OAB-SP e parte rechonchuda da elite brasileira, foi lançado tive a mesma sensação estranha que estou tendo agora com o Sou Agro. A de que soa como algo que quer fazer com que você defenda interesses específicos pensando lutar pelo interesse nacional, passando por cima de algumas verdades. Que, muito provavelmente, não estarão na boca do Lima e da Giovana.

O Brasil não conseguiu garantir padrões mínimos de qualidade de vida aos seus trabalhadores rurais, principalmente aqueles em atividades vinculadas ao agronegócio monocultor e exportador em área de expansão da fronteira agrícola. Ocorrências de trabalho escravo, infantil e degradante, superexploração do trabalho, remuneração insuficiente para as necessidades básicas são registradas com freqüência. Prisões, ameaças de morte e assassinatos de lideranças rurais e membros de movimentos sociais que reagem a esse quadro também são constantes e ocorrem quase semanalmente. A estrutura fundiária extremamente concentrada também funciona como uma política de reserva de mão-de-obra, garantindo sempre disponibilidade e baixo custo da força de trabalho para as grandes propriedades rurais. (mais…)

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Perú: Siempre alertas. Reflexiones sobre las tareas del movimiento indígena amazónico

Por Denis Pashanase Sangama

23 de julio, 2011.- Desde todo punto de vista el señor García Pérez, al culminar su gobierno intenta hacer lo que a él más le parezca con los intereses de nuestros pueblos, como hizo con las inauguraciones de obras inconclusas, un lugar común que nadie denuncia. Alertamos al país y al mundo sobre la promulgación de la Ley 29760, que según este alucinado, declara de necesidad e interés nacional el trasvase de las aguas de los Ríos Marañón y Huallaga (mas siete depositarios o afluentes) hacia la cuenca del rio Santa, un proyecto declarado megadesastre ecológico enmascarado en proyecto de desarrollo y de interés nacional, cuando lo que pretende este inescrupuloso, es llevar aguas a los terrenos que su hijo tiene en el norte del país, junto a sus amigotes. Favor difundir esta nefasta Ley para la amazonia y exigir al nuevo congreso su inmediata derogatoria por ser atentatoria contra la amazonia y sin pasar por una Consulta Previa, respetando el Convenio 169 de la OIT.

Para los Pueblos Indigenas (Andinos y Amazónicos) la Ley de la Consulta Previa, será una herramienta fundamental durante la gestión del actual gobierno, basándose en fiel respeto y cumplimiento al Convenio 169 de la OIT. Es importante trabajar en base a la: (mais…)

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Negro ainda vê polícia como inimiga, diz entidade

Jeronimo Silva Junior

“Apesar dos avanços, não podemos negá-los, nós, negros, ainda estamos em desvantagem”. A análise é do coordenador nacional da União de Negros Pela Igualdade (Unegro), Jerônimo Silva Júnior, que, em entrevista a Terra Magazine, comentou o estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre características Étnico-Raciais da População, divulgado nesta sexta-feira (22).

Segundo a pesquisa, 63,7% dos entrevistados reconheceram a influência da raça e da cor na vida das pessoas. Entre as situações nas quais esses fatores exercem maior interferência, conforme o resultado da sondagem, o trabalho aparece em primeiro lugar, seguido pela relação com a polícia/Justiça, o convívio social e a escola.

Para Jerônimo Silva Júnior, também coordenador da Unegro na Bahia, a pesquisa “só reafirma as reivindicações por políticas públicas de promoção da igualdade racial”.

– O negro defende a tese de que as relações socioeconômicas e políticas no País foram estruturadas numa concepção de hierarquia racial. Isso não só por conta dos 350 anos de escravidão, como também toda negação de políticas específicas voltadas para a busca da igualdade de oportunidades. Hoje podemos dizer que a origem das desigualdades sociais no Brasil é majoritariamente por conta das desigualdades raciais que ainda permanecem, fruto desse processo escravocrata, que foi a base de sustentação da nossa economia durante 300 anos. Isso reflete até então na estrutura social. (mais…)

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Resposta da perita judiciária Inês Rosa Bueno à Globo, sobre os Xavante

O texto da reportagem da Globo está publicado abaixo da resposta. TP.

“MT: conflito de terras gera conflitos entre índios e moradores”

Sobre a reportagem acima, que foi colocada no ar em 09/07/2011, em primeiro lugar, gostaria de esclarecer que fui perita do JUIZ neste processo, entregando em abril de 2006 laudo amplamente documentado de perícia antropológica. Em segundo lugar, gostaria de deixar registrado meu protesto sobre a irresponsabilidade da divulgação de dados inverdadeiros, sem qualquer confirmação, que foram lançados no ar, como se qualquer informação pudesse ser colocada no ar por uma emissora do porte e responsabilidade da Rede Globo.

Para citar apenas alguns fatos mais chocantes divulgados pela emissora, não existem moradores há quarenta e oito anos na área homologada de Maraiwatsede. A área onde havia moradores há  mais tempo foi cedida pelos próprios Xavante aos moradores mais antigos, embora haja ali até hoje alguns cemitérios da comunidade. Portanto, a área identificada para eles em 1992 foi reduzida de mais de duzentos mil hectares para os atuais cento e sessenta e cinco mil homologados, em benefício da sede da Fazenda Suiá Missu, de propriedade de multinacional italiana, e dos posseiros que haviam ocupado as terras depois que os Xavante foram retirados dali em 1966, contra a sua própria vontade. (mais…)

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