Nota de Repúdio da ANPUH (e algumas importantes informações complementares)

A ANPUH postou a Nota de Repúdio que transcrevemos abaixo como comentário a duas matérias postadas neste Blog. Acontece que o caso em questão continua a ter desdobramentos preocupantes. O tema central da Nota – a situação de Helder Santos – foi de certa forma solucionado, enquanto estudante, com sua transferência para a Universidade de Feira de Santana, Bahia, embora tenham ficado pendentes, claro, as questões referentes ao crime de racismo, às ameaças e aos seus direitos cidadãos desrespeitados. Por outro lado, amigos do estudante e pessoas que o ajudaram estão sendo ameaçadas de diferentes formas por componentes da Brigada Militar, chegando, em pelo menos outro caso, a serem obrigadas a deixar Jaguarão e buscar abrigo em outros locais. Segundo denúncias enviadas também como comentários, entre as pessoas ameaçadas de morte estaria, inclusive, a Diretora da Unipampa, que ajudou na transferência de Helder, considerando o perigo de ele continuar na cidade.

A troca de mensagens relatando a maioria desse fatos pode ser lida na sessão de comentários, ao pé da notícia Promotor denuncia quatro PMs por agressão e racismo contra estudante em Jaguarão. Como diz a Nota da ANPUH, é urgente que o Governo do Rio Grande do Sul tome providências a respeito do que aconteceu com Helder. E agora, mais que isso, também quanto aos desdobramentos dessa situação absurda e vergonhosa. TP.

“A ANPUH – Associação Nacional de História vem tornar público o seu repúdio e sua indignação em relação aos episódios lamentáveis ocorridos com o estudante do curso de História da Universidade Federal dos Pampas (UNIPAMPA), campus de Jaguarão, Helder Santos, vítima de preconceito, agressão e ameaças de conteúdo racista vindas de membros da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul, atuantes naquela cidade.

Solicitamos providências por parte do governo do Estado do Rio Grande do Sul e do comando da Brigada Militar, no sentido de serem identificados e punidos os autores das referidas agressões e ameaças. (mais…)

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Violência contra os povos indígenas no país continua alarmante

Afirmação é da antropóloga Lúcia Rangel, coordenadora da publicação Relatório de Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil, lançada hoje em Brasília

Por Cleymenne Cerqueira

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) lançou na tarde de ontem, 30 de junho, mais um Relatório de Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil- dados de2010. A constatação não é animadora, pois apresenta um triste e preocupante quadro de violência contra os indígenas no país. Entre as principais violações destacadas pelo relatório estão os altos índices de assassinatos, ameaças de morte, mortalidade infantil e lesões corporais.

O lançamento foi realizado na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e contou a presença do secretário Geral do organismo e bispo Prelado de São Félix do Araguaia, no Mato Grosso, dom Leonardo Ulrich Steiner, que destacou a importância do envolvimento da igreja nas discussões sobre os indígenas, que, de acordo com ele, são os primeiros habitantes destas terras.

“Nossos irmãos indígenas merecem todo o nosso respeito e admiração. Eles são os povos originários dessas terras. Nós somos os ‘invasores’, não eles. Venho do Mato Grosso (diocese de São Felix do Araguaia) e é inadmissível que indígenas sejam descartados ou excluídos de nossa sociedade como fazem nos dias atuais, por isso sempre lutaremos e apoiaremos o Cimi e a causa indígena desse país”, ressaltou dom Leonardo. (mais…)

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