Manifestação contra Belo Monte reúne 2 mil em São Paulo

Cerca de 2 mil pessoas participaram neste domingo, 19, de uma manifestação contra Belo Monte na Avenida Paulista, em São Paulo. Organizado de forma descentralizada por várias entidades autônomas, como a Veddas e Revolução da Colher, o protesto, que começou por volta das 14h30 na frente do Museu de Arte de São Paulo (MASP), durou mais de três horas e terminou com a noite já baixando sobre a cidade.

A participação de militantes com camisetas ou faixas de  grandes ONGs ambientalistas, como Greenpeace, Instituto Socioambiental e S.O.S Mata Atlântica foi pequena frente a o grosso dos manifestantes que aderiu ao ato por convicções pessoais. Uma família de indígenas Kalapalo de Canarana (MT), quatro jovens Xavante de Barra do Garças (MT), dois Suruí de Cacoal (RO), três Guarani de São Paulo e dois Guajajaras, alguns de passagem pela capital paulista, outros estudantes, outros migrantes moradores, tomaram a dianteira na marcha que se seguiu à manifestação inicial no MASP e percorreu a avenida. “Estou aqui com meus filhos e meu neto para apoiar a luta contra Belo Monte. Minha aldeia fica perto da cabeceira do Xingu, e sabemos o desastre que significa a usina”, explicou o líder Kalapalo.

Apesar da animação dos participantes, que trouxeram apitos, tambores e pandeiros, e ocupavam as faixas de pedestre a cada sinal vermelho com cartazes, cantoria e palavras de ordem, a manifestação correu tranqüila e contou com auxilio da Policia Militar. A ansiedade de um manifestante que escalou a capota de um fusquinha  no meio da avenida, atravancando o trânsito e causando descontentamento ao motorista, não chegou a se transformar em incidente.  Nem o pequeno schnauzer, que acompanhava sua dona em meio ao tropel de pés vestindo uma “camiseta” branca com os dizeres “não a Belo Monte” em letras vermelhas, sofreu qualquer dano.

O protesto deste domingo na Paulista foi um recado claro ao governo, acredita a manifestante Sarah de Castro. “Não engolimos mais os crimes ambientais e sociais em nome do ‘desenvolvimento’. Não quero na minha casa uma energia gerada à custa de vidas alheias. O governo fique esperto: a população brasileira está acordando, não vai nos enganar com propagandas mentirosas e argumentos fajutos. Precisamos de energia para crescer? Muito bem, que o governo nos consulte sobre isso, porque queremos dizer que tipo de energia aceitamos e onde o governo pode ou não aplicar o nosso dinheiro”.

 

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