Denúncia: Coordenador do Grupo de Trabalho Amazônico e líder do Povo Suruí é ameaçado de morte

Não é de se espantar que, nos dias atuais, infelizmente alguns indígenas esqueçam daqueles com quem aprenderam sobre sua cultura e cheguem ao ponto de tentar exterminar seu próprio cacique.

Almir, liderança do povo Suruí, contou que vem recebendo fortes ameaças de morte durante reunião com Fernando Matos, diretor da Secretaria de Direitos Humanos e Paula Vanucci do Ministério do Meio Ambiente. Acompanhado por Luiza Viana da Equipe de Conservação da Amazônia (ACT Brasil), Neidinha da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, Rubens Gomes e Aladim Alfaia, presidente e diretor-tesoureiro do Grupo de Trabalho Amazônico, Almir questionou quais medidas serão tomadas pela Secretaria dos Direitos Humanos para sua proteção.

Segundo ele o caso não é recente. Faz dois anos que ele realizou uma reunião com vários órgãos do governo com o mesmo intuito; pedir medidas de segurança para garantir sua vida e de seu povo. No entanto, o cenário atual é de maior violência e complexidade.

As recentes mortes de castanheiros, trabalhadores rurais e lavradores da Amazônia têm motivado para o crescente índice de jurados de morte na região e muitos apóiam a idéia que a aprovação do Código Florestal na Câmara dos Deputados foi um dos motivos para essa onda de crimes.

“Sempre lidei com as ameaças de grupos que querem utilizar a floresta de maneira errada na nossa região, mas agora estou ainda mais preocupado, pois nas últimas semanas líderes do Povo Paiter Suruí também foram ameaçados”, disse Almir Suruí.

Segundo o indígena, alguns índios de sua comunidade foram aliciados por madeireiros e estão também ameaçando o líder Suruí de morte.

Como resposta Fernando Matos afirmou que averiguará a denúncia e que tomará as medidas cabíveis.

O intuito é que casos como o de Obede Loyla Souza, 31 anos, casado e pai de três filhos, assassinado no último dia 09, além dos outros cinco líderes assassinados nas últimas semanas, cessem e não reflitam em mais mortes.

É o cúmulo sabermos que ainda existe um Brasil cego, surdo e que resolve as coisas de forma tão sanguinária e cruel.

Ao final da reunião, Rubens Gomes apresentou para o Diretor da Secretaria dos Direitos Humanos uma lista feita pela Fundação Banco do Brasil contendo o nome de mais de 200 organizações de todo o país que ainda utilizam trabalho escravo. Ele chamou atenção para esses casos e pediu que providências fossem tomadas.

 

http://www.ecodebate.com.br/2011/06/16/denuncia-coordenador-do-grupo-de-trabalho-amazonico-e-lider-do-povo-surui-e-ameacado-de-morte/

 

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