Como resposta, mantenho meu sonho anarquista: na era das máquinas, deveríamos trabalhar apenas um dia por mês. Meu dia seria o 15. No dia 14, eu passaria o dia inteiro me preparando física e psicologicamente
Por Mouzar Benedito, no Blog da Boitempo
Você está num bar ou restaurante, acompanhado de um amigo, de repente toca o celular dele. Ele atende, não é uma conversa qualquer, é trabalho. O diretor, gerente ou qualquer chefete dele dá ordens, pergunta algumas coisas e ele fica ali, meia hora “trabalhando” ao seu lado.
Isso está cada vez mais comum. Tem gente que se sente importante por receber da empresa que trabalha um telefone corporativo, “de graça”. E a partir daí o trabalho o acompanha 24 horas por dia. A jornada de trabalho, para esse pessoal chegado numa “modernidade” (nisso incluem-se as relações de trabalho) não é mais de 40 horas por semana. É de 168 horas. O sujeito tem que ficar 24 horas por dia com o aparelho ligado. Alguns têm também um troço no computador, que apita quando é chamado para trabalhar, seja de madrugada, depois de um dia estafante, seja num domingo na hora do almoço. (mais…)