Desmatamento e violência andam juntos na Amazônia

A violência é um fenômeno histórico marcante do processo de ocupação e exploração da Amazônia desde o período colonial. As populações tradicionais, inicialmente os indígenas e depois os ribeirinhos, seringueiros, quilombolas, entre outros, sempre se sentiram ameaçadas por grupos econômicos nacionais e estrangeiros, interessados nas riquezas naturais da região.

O objeto da cobiça, que alimenta os recorrentes conflitos socioambientais, é a apropriação ilegal do território, especialmente dos ativos ambientais, e não apenas a propriedade da terra, como apontado por inúmeros trabalhos científicos sobre o tema. Foi assim no período colonial, com as chamadas “drogas dos sertões”, na corrida do ouro, nos dois ciclos da borracha, nos grandes projetos de cunho desenvolvimentista, e é o que ocorre no atual ciclo de exploração agropecuário.

Estudo divulgado recentemente pelo IBGE mostra que 32,1% da área desmatada na Amazônia até 2002 está abandonada, sem qualquer uso agropecuário ou florestal, mostrando que em mais de um terço dos desmatamentos, o motivo principal pode ser apenas a extração ilegal de madeiras nobres, deixando para trás imensas áreas completamente destruídas. (mais…)

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“Violência é reflexo da ofensiva do agronegócio na Amazônia”

No mesmo dia em que o novo Código Florestal foi aprovado na Câmara dos Deputados, no Pará – um dos estados mais violentos do país – um casal de extrativistas viu as ameaças que sofriam durante anos serem efetivadas.

José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo foram mortos por causa de sua batalha contra madeireiros ilegais e fazendeiros que avançam sem impedimento sobre as riquezas da Amazônia.

A morte do casal teve tanta repercussão quanto a morte de Dorothy Stang  há seis anos e teme-se que as mesmas medidas  sejam tomadas pelo governo que não encara de frente as verdadeiras causas desse problema.

“O pior de tudo é a ausência do Estado quando se faz necessária a presença dele. No caso específico, por exemplo, de José Cláudio e da Maria do Espírito Santo, o que eles mais reivindicavam era que o Incra e o Ibama  cumprissem com seus papéis, no sentido de proteger os assentamentos”, apontou José Batista Gonçalves Afonso durante a entrevista que concedeu, por telefone, à IHU On-Line. (mais…)

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Encontro de lideranças indígenas da Amazônia

Grande encontro entre lideranças da Amazônia discutirá as ações do Movimento Indígena na região

Em um momento que o Governo Brasileiro dá provas de que o diálogo não é possível, autorizando à revelia a construção de Belo Monte, o movimento indígena amazônico ensina que o diálogo das suas lideranças é capaz de transformar a realidade.

Pensando nisso a COIAB – Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, em valorosa parceria com a FOIRN – Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro e com o apoio da GIZ- Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit e demais parceiros, realizará um grande encontro das lideranças indígenas da Amazônia, no período de 18 à 21 de junho, em São Gabriel da Cachoeira, no Alto Rio Negro.

Refletir o Movimento Indígena da Amazônia Brasileira, sua história de luta e resistência, bem como suas perspectivas e desafios para a construção de propostas para a unificação das ações políticas do Movimento Indígena na região, que possam atender a justa pauta de reinvindicações que vem das bases. (mais…)

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Grandes empreendimentos ameaçam sobrevivência de povos indígenas isolados

Constatação está no livro Povos Indígenas Isolados na Amazônia: a luta pela sobrevivência, que será lançado na próxima terça-feira, dia 14, em Brasília

São cerca de 150 povos indígenas em situação de isolamento no mundo, dos quais 127 na América do Sul, sendo 90 no Brasil. Esses dados fazem parte do livro Povos Indígenas Isolados na Amazônia: A luta pela sobrevivência, que será lançado na próxima terça-feira, 14 de junho, na Procuradoria Geral da República, em Brasília, pela Universidade Federal do Amazonas e Conselho Indigenista Missionário (Cimi).

O livro, resultado da presença ativa e comprometida de agentes sociais envolvidos com a luta dos povos indígenas em defesa de seus direitos, tem como objetivo dar visibilidade a esta realidade, na expectativa de conseguir apoios na sociedade civil para a defesa e garantia de direitos que permitam a estes povos a possibilidade de continuar a existir enquanto sociedades etnicamente diferenciadas, bem como cobrar do poder público sua responsabilidade na proteção à vida e aos territórios desses povos. (mais…)

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Comunidades quilombolas da Bahia são tema do documentário “Ser Quilombola”

Dona Fidelina, moradora da comunidade de Porteiras, retratada no documentário - Foto: Divulgação / Ser Quilombola

Por Denise Porfírio

Um vídeo documentário que expõe a realidade vivida por comunidades quilombolas da região do Recôncavo Baiano será lançado no dia 07 de junho, às 10 horas, no saguão da Assembleia Legislativa da Bahia, em Salvador. Com 27 minutos de duração, a obra apresenta depoimentos dos próprios quilombolas, ilustrando as dificuldades e anseios encontrados no dia a dia destes povos.

A produção é o resultado do trabalho de conclusão de curso da jornalista Jaqueline Barreto, que reuniu dados sobre as características das comunidades de São Francisco do Paraguaçu e Porteiras, localizadas nos municípios baianos de Cachoeira e Entre Rios. Além disso, o vídeo aborda o decreto 4887/2003 que regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos. (mais…)

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Pedro Casaldáliga: ‘Crimes são frutos da impunidade’

Mais um episódio da guerra no campo. Assim Dom Pedro Casaldáliga define o assassinato dos líderes extrativistas José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, ocorrido no fim de maio, no Pará. Fundador da Comissão Pastoral da Terra e do Conselho Indigenista Missionário, o bispo ganhou notoriedade internacional ao denunciar brutalidades de madeireiros, policiais e grandes proprietários rurais no período da ditadura militar. Agora, aos 83 anos, o bispo emérito de São Félix do Araguaia (MT) segue fazendo o seu diagnóstico do país.

Qual o significado do duplo assassinato no Pará?
A morte de José Claudio e da Maria do Espírito Santo não é um fato isolado. É mais um episódio da guerra no campo. É fruto da impunidade e da corrupção marcantes sobretudo no Pará, campeão em violência no campo, em desmatamento e queimadas.

Qual é a situação dos conflitos agrários?
Simplificando, com uns traços panorâmicos, poderíamos dividir o nosso Brasil em três. Primeiro, o Brasil hegemônico, que está a serviço do agronegócio, depredador, monocultural, latifundista, excluidor dos povos indígenas e do povo camponês. Fiel à cartilha do capitalismo neoliberal. Uma oligarquia política tradicionalmente dona do poder e da terra. (mais…)

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Resignado, líder caiapó quer assegurar direitos na construção de Belo Monte

O caiapó Doto Takak-Ire era um garoto de 15 anos quando viu, pela televisão, em 1989, a sua tia Tuire passar um facão no rosto do então presidente da EletronorteJosé Antonio Muniz Lopes, atual presidente da Eletrobras. As cenas do protesto contra Belo Monte correram o mundo, mostrando a reação indígena ao projeto na Amazônia. A reportagem é de André Borges e publicada pelo jornal Valor, 09-06-2011.

Aquelas imagens mudaram a vida de Takak-Ire. Nascido na aldeia Baú, no rio Curuá, um dos braços do Xingu, ele cresceu mergulhado na luta contra a construção da hidrelétrica. A tia, que passou a ser conhecida como Tuíra, tornou-se símbolo de resistência indígena e virou motivo de orgulho para Takak-Ire. Mas algo mudou.
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Cresce tensão em áreas indígenas do Xingu

A violência que tem atingido o Estado do Pará nas últimas semanas começa a se aproximar das aldeias indígenas do complexo do Xingu, região onde será construída a usina hidrelétrica de Belo Monte. A crescente pressão sobre as aldeias é feita por grileiros de terras e fazendeiros da região. As terras indígenas Juruna do Km 17, Apyterewa,Arara da Volta Grande do Xingu e Paquiçamba, todas localizadas na área de influência da hidrelétrica de Belo Monte, são os principais alvos dos possíveis conflitos. A reportagem é de André Borges e publicada pelo jornal Valor, 09-06-2011.

As informações foram relatadas pelo presidente da Associação dos Índios Moradores de Altamira (Aima) e líder do Conselho Indígena do município paraense,Luiz Xiporia. “Há um clima de tensão muito forte em toda a região, os índios que vivem no entorno de Belo Monte passaram a ser constantemente ameaçados de morte”, conta Xiporia, que pertence à aldeia Apyterewa. “Nós precisamos dialogar e agir. Se nada for feito, poderá haver uma catástrofe na região”, diz ele. (mais…)

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