Monocultivos de frutas baseados na intensa utilização de agrotóxicos, criadouros de camarões em cativeiro, remoção violenta de populações urbanas para obras da Copa, beneficiamento de coco com exploração do trabalho indígena, turismo predatório, mineração de urânio, são alguns exemplos do cotidiano de conflitos socioambientais vivenciados no estado do Ceará, em razão de políticas públicas e de empreendimentos privados que vêm provocando verdadeiros descalabros na vida de comunidades inteiras e no meio ambiente.
Por entender que todos os casos citados encontram no modelo de desenvolvimento implementado um ponto em comum, organizações da sociedade civil e atingidos pelos problemas citados realizarão um ato unificado, nesta quinta-feira, 09, na Praça do Ferreira, para denunciar as diversas injustiças ambientais que atingem a população cearense. O ato terá início às 16h, quando será exposto um grande mapa do estado, sobre o qual os conflitos vivenciados serão apontados. Simultaneamente, fotos, depoimentos e informações que ilustram as questões apresentadas no mapa serão exibidas através de telões. Já às 18h, haverá o lançamento do cordel “A maldição dos agrotóxicos ou o que faz o agronegócio”, de autoria de Rogaciano Oliveira e Gigi Castro. Em seguida, a Frente Cearense Por Uma Nova Cultura da Água e Contra a Transposição das Águas do Rio São Francisco e o Núcleo Tramas – Trabalho, Meio Ambiente e Saúde para Sustentabilidade (UFC) apresentarão vídeo que aborda os conflitos existentes na Chapada do Apodi.
Com a ação, pretende-se denunciar e exigir a participação dos atingidos nos processos de tomadas de decisão sobre projetos que afetam territórios, culturas e vidas. O ato público marca o encerramento da Semana do Meio Ambiente e está sendo organizado por diversas entidades, tais como Terramar, Adelco, Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares, Fórum Cearense do Meio Ambiente, Comissão Pastoral da Terra, Fórum Cearense em Defesa da Zona Costeira, Diretório Central dos Estudantes da UFC, Associação dos Geógrafos Brasileiros e Rede Brasileira de Justiça Ambiental.
Enviada por Rodrigo de Medeiros.