Por Egon Heck
O antropólogo Marco Homero, assessor do Ministério Público Federal de Dourados, Mato Grosso do Sul, recomendou muita paciência e capacidade de ouvir para os missionários da diocese de Dourados, reunidos em encontro de formação. Falou que nos oito anos em que está atuando na assessoria do MPF, exercitou muito a mensagem da canção – ando devagar porque já tive pressa – do cantor sul matogrossense Almir Sater. Os Guarani Kaiowá sabem muito bem fazer as suas políticas e buscar fundamentação e aliados para seus interesses e direitos, afirmou. Homero também citou vários casos em que, apesar de toda boa vontade, acabaram interferindo negativamente nos processos de vida e organização social das comunidades.
De forma muito didática, o antropólogo foi mostrando o processo de invasão, saque e destruição ambiental do território Kaiowá Guarani, no Cone Sul, que era de aproximadamente três milhões de hectares, segundo o antropólogo Fabio Mura, indo do Rio Brilhante até a fronteira com o Paraguai. Ressaltou que a dispersão das comunidades ao longo da bacia desses seis grandes rios – Amambai, Iguatemi, Ivinhema, Dourados, Rio Brilhante e Apa – lhes possibilitava uma vida com fartura e boas condições de equacionarem as tensões e conflitos, através do processo de deslocamento no amplo território. A economia da reciprocidade, onde as florestas constituíam seus supermercados e farmácias, complementadas pelas suas roças, propiciava uma vida saudável e alegre. (mais…)
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