Da Redação, com informações de Luan Santos
Os moradores da comunidade Rio dos Macacos realizam uma nova manifestação, nesta quarta-feira, 6, contra o processo judicial aberto pela Marinha de Guerra do Brasil que pede a tomada do espaço ocupado pelos quilombolas, na cidade de Simões Filho (Grande Salvador). Cerca de 400 manisfestantes protestam em frente ao prédio da Advocacia Geral da União (AGU), antiga sede dos Correios, localizada na Avenida Paralela.
Segundo uma das líderes da Comunidade Rio dos Macacos, Rosemeire dos Santos Silva, de 31 anos, entre os manifestantes estão membros do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e Movimento Sem-Teto, além de outros integrantes de movimentos quilombolas, como o Quilombo X, Movimento dos Pescadores e Pescadoras. Eles pedem um encontro com representantes da AGU, além da presença do governador Jaques Wagner ou um representante do Governo.
Com faixas e cartazes, os manifestantes pedem o cancelamento do processo, afirmando que a propriedade é ocupada pelos quilombolas desde 1900. “Eles não defendem o nosso processo. O juiz nunca atendeu a gente. Queremos um encaminhamento”, declara Rosemeire.
Os integrantes do movimento também solicitam a intervenção do Governo para que seja criada uma câmara de decisão popular, em que os moradores da comunidade sejam informados da decisões que devem ser tomadas ao longo do processo; exigem o fim da violação dos Direitos Humanos, afirmando que profissionais da Marinha têm envenenado e queimado as plantações que garantem a alimentação dos moradores; e pedem reconhecimento oficial do Governo de que o terreno pertence à comunidade.
Até o início desta tarde, os manifestantes ainda não foram recebidos por representantes da AGU.
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