Algumas palavras do povo Guarani Kaiowá no MS

Os últimos 8 anos foram duros para o povo Guarani Kaiowá. Foi neste período que mais de 260 indígenas foram mortos. E quando o ritmo de demarcação das terras diminuiu. Os índios da aldeia Laranjeira Nhanderú, localizada no município de Rio Brilhante, em Mato Grosso do Sul, foram despejados três vezes de suas terras por ordem da Justiça e ficaram um ano e sete meses na beira da estrada. Por vezes, pistoleiros precedem a chegada da Polícia Federal e da Funai, tocando fogo na aldeia.

Esse cenário foi visto pela Expedição Marcos Verón, que visitou algumas aldeias no sul do estado e pretende editar um documentário e produzir um relatório com as violações cometidas aos indígenas. A Carta Maior estava lá.

Fábio Nassif

Maior número de indígenas assassinados no país. Essa é uma marca do estado do Mato Grosso do Sul, governado por André Puccinelli (PMDB). O último relatório do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), de 2011, elenca além das mortes e tentativas de morte, “as expulsões de suas terras, a exploração, o envenenamento, a fome, a mortalidade infantil por desnutrição e doenças curáveis, as vítimas do alcoolismo, do racismo, da escravidão, do suicídio, tudo inserido num contexto de violência institucional e guerra”.

Os últimos 8 anos foram duros para o povo Guarani Kaiowá. Foi neste período que mais de 260 indígenas foram mortos. E quando o ritmo de demarcação das terras diminuiu. Em artigo publicado na Carta Maior, Andrey Cordeiro Ferreira, aponta que “entre 2003 e 2011 foram homologados 18.807.577 hectares, ao passo que no período 1990-2002 foram homologados 73.064.558 hectares”.

Laranjeira Nhanderú
Os índios da aldeia Laranjeira Nhanderú, localizada no município de Rio Brilhante, em Mato Grosso do Sul, foram despejados três vezes de suas terras por ordem da Justiça e ficaram um ano e sete meses na beira da estrada. Por vezes, pistoleiros precedem a chegada da Polícia Federal e da Funai, tocando fogo na aldeia. Agora, os índios viajarão até São Paulo para acompanhar o julgamento do pedido de suspensão do despejo na próxima segunda-feira, dia 6, no Tribunal Regional Federal localizado no número 1842 da avenida Paulista. Se mais uma vez a Justiça negar a eles o direito ao uso de sua própria terra, prometem não sair de lá. Mesmo se os jagunços tocarem fogo na aldeia. Se isso acontecer, não será a única baixa de Laranjeira Nhanderú na luta pela posse de seu território original. No último despejo, um jovem índio suicidou-se, outras cinco pessoas morreram atropeladas e um bebê de seis meses por envenenamento.

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19544

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