Dezenas de madeireiro invadiram as aldeias e ocuparam as TI Araribóia, Turiaçu, Cana Brava e Grajaú, localizadas nos municípios de Bom Jesus das Selvas, Grajaú e Barra do Corda.
Bom Jesus das Selvas – Por conta do desmatamento indiscriminado e de outros crimes ambientais, é de tensão o clima entres madeireiros e os índios guajajaras da aldeia Yporangatu, em Bom Jesus das Selvas, na Região do Vale do Pindaré, distante cerca de 350 km de São Luís.
O clima tenso está deixando insatisfeitos os povos indígenas de diversas aldeias. A denúncia foi feita por lideranças indígenas, sob o comando de Itamar de Sousa Guajajaras, que defende a realização de uma audiência pública na região para tentar evitar o agravamento da crise.
De acordo com a denúncia, dezenas de madeireiro invadiram as aldeias e ocuparam as terras indígenas Araribóia, Turiaçu, Cana Brava e Grajaú, localizadas nos municípios de Bom Jesus das Selvas, Grajaú e Barra do Corda.
Durante a ocupação, que se agravou nos últimos dias, centenas de árvores foram e continuam sendo derrubadas pelos ocupantes, de forma indiscriminada e ilegal.
Ao mesmo tempo em que as reservas florestais localizadas nas terras indígenas estão sendo destruídas, os madeireiros construíram fornos e carvoarias, estão transportando as toras de madeiras para outras regiões, burlando a fiscalização da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Fraqueza – De acordo com o líder indígena Itamar Guajajaras, a fiscalização dos órgãos federais existe, mas é pífia. Ele considera o número de fiscais insuficiente para combater o número de pessoas que vêm praticando crimes ambientais na região, acrescentando que não está descartado um confronto armado entre índios e brancos.
A crise provocada pelo grande número de madeireiros que invadiu a região, nas últimas semanas, foi agravada com a chegada de dezenas de homens que praticam a caça e pesca de forma indiscriminada, além de conhecidos foragidos de Justiça.
O líder indígena Itamar Guajajaras defende, de forma urgente, a realização de uma audiência na região com a participação de representantes da Funai, Ibama, Ministério Público, Polícia Federal, Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da OAB-MA, universidades e de órgãos não-governamentais. Ele diz ainda que esta audiência, que poderia ser pública, pode ser liderada pela Assembleia Legislativa.
Por: Jornal O Estado do MA