Incêndios serão piores em 2015

Renascimento. Vegetação consumida pelo fogo começa a brotar no Parque Estadual da Serra do Rola-Moça (Lincon Zarbietti)
Renascimento. Vegetação consumida pelo fogo começa a brotar no Parque Estadual da Serra do Rola-Moça (Lincon Zarbietti)

Prognóstico do Sisema foi feito nesta quarta durante reunião com municípios e outras entidades

Camila Bastos, O Tempo

Os incêndios que podem ocorrer durante o período seco do próximo ano deverão ser tão ou mais intensos do que os que atingiram o Estado neste ano, na previsão do Sistema Estadual de Meio Ambiente (Sisema). Neste período de estiagem, pelo menos 1 bilhão de m² de vegetação foram queimados em Minas. O prognóstico foi feito nesta quarta, em uma reunião entre secretarias municipais de Meio Ambiente que compõem a Área de Proteção Ambiental Sul (APA Sul) da região metropolitana e outros órgãos, no Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, local que no começo de agosto teve quase 200 hectares de mata destruídos pelo fogo.

“Mesmo que agora esteja chovendo, temos que nos preocupar para o ano que vem. Não podemos ficar esperançosos de melhores condições meteorológicas”, afirmou o diretor de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais e Eventos Críticos do Sisema, Rodrigo Belo.

Durante o encontro desta quarta, as entidades debateram um protótipo do Plano Integrado de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais. O documento pretende tornar mais efetivo o controle de queimadas em 2015. Segundo o gerente da APA Sul, Luiz Roberto Bendia, o plano funcionará como um manual com detalhes da infraestrutura disponível em cada município e diversos contatos de instituições que possam ajudar no combate de focos de incêndio.

O plano também pretende criar, treinar e equipar brigadas voluntárias para atuar nas áreas de proteção da região metropolitana. De acordo com Belo, para o ano que vem também estão previstas contratações de novos brigadistas.

“Ele (o plano) não está acabado. À medida que conseguirmos mais subsídios, por exemplo, ele pode ser alterado”, disse Bendia, que pediu que as autoridades municipais participem mais do combate aos incêndios florestais e da gestão da APA Sul. A área de proteção abrange 13 municípios da região metropolitana e diversas Unidades de Conservação (UCs). Mais três reuniões devem acontecer para o fechamento do plano.

O diretor de áreas protegidas do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Henry Duboi, explicou que o objetivo principal de uma APA é a proteção dos mananciais, e para isso é preciso uma gestão compartilhada com os municípios. “Não adianta cercar as nascentes se os cursos d’água são diretamente prejudicados por todo o esgoto produzido nas cidades”.

Ele ressaltou que as prefeituras possuem acesso rápido a diversas informações necessárias para controlar o fogo, principalmente no que diz respeito ao monitoramento dos focos.

O secretário de Meio Ambiente de Itabirito, Antônio Generoso, destacou o tempo seco como fator determinante para os incêndios e os prejuízos para a pecuária do município. “Nós temos brigadistas voluntários, Corpo de Bombeiros municipal e um bom monitoramento, e mesmo assim sofremos com muitas queimadas”, disse.

Voluntários que atuam no controle de queimadas nas áreas de conservação da região metropolitana também participaram da reunião desta quarta. O representante da Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda) Roberto Caldeira pediu equipamentos de segurança adequados para os voluntários e sugeriu a instalação de caixas d’água em pontos estratégicos e de difícil acesso do Estado.

Saiba mais

APA Sul. A APA Sul da região metropolitana é uma unidade de conservação de uso sustentável que abrange locais como a serra do Gandarela, o Santuário do Caraça, o Parque Estadual da Serra do Rola-Moça e a Estação Ecológica do Cercadinho.

Cidades. A APA Sul abrange trechos dos municípios de Mário Campos, Sarzedo, Ibirité, Belo Horizonte, Brumadinho, Nova Lima, Raposos, Itabirito, Rio Acima, Caeté, Santa Bárbara e Catas Altas.

Extensão.  A APA Sul tem extensão de 164 mil hectares, ou 1,6 bilhão de m², e contempla as bacias hidrográficas dos rios Paraopeba, Velhas e Piracicaba.

Serra do Cipó

Turismo. O Parque Nacional da Serra do Cipó, fechado desde o último dia 13 por causa de vários focos de incêndios, voltará a receber visitantes nesta sexta. O fogo foi controlado no último dia 20. 

Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.

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