“1100 usinas hidrelétricas existem em operação no Brasil. Destas, 24 estão na Amazônia, seis estão em construção e mais 23 estão mais previstas; sete serão construídas em áreas intocadas. Para quem e para que é esta energia toda? Como ficarão as pessoas atingidas por esses projetos?”
É este tema que a reportagem Águas Para a Vida, do fotógrafo dos movimentos sociais Joka Madruga, quer retratar. “A ideia do projeto é mostrar a luta dos povos indígenas e dos ribeirinhos que serão afetados pelas usinas hidrelétricas na região amazônica”, afirma Joka. Os rios Madeira, Xingu e Tapajós serão fotografados, pois nestes locais estão as usinas de Belo Monte, Jirau Santo Antônio e o Complexo Tapajós.
O impacto das obras já vem sendo sentido pelas populações que lá vivem: Segundo o Movimento dos Atingidos por barragens (MAB), a empresa Norte Energia, responsável pela usina de Belo Monte, realizou 7.790 cadastros de famílias, mas só está construindo 4.100 casas.
“O modelo energético brasileiro é injusto e violador dos direitos humanos, porque ele é controlado pelas grandes empresas transnacionais que buscam se aproveitar das nossas vantagens naturais, nossas riquezas, para a acumulação e exploração do nosso povo e nossa sociedade”, afirma Robson Formica, do MAB.
Colaboração
O projeto Águas Para a Vida é independente, e está sendo financiado coletivamente através do site kickante. Segundo Joka, a ideia da reportagem surgiu para apoiar a luta do povo amazônico, como um registro da história da região, ao mostrar os danos de uma barragem antes, durante e depois de ser construída.
“A fotografia pode ser entendida como arte, como protesto, como instrumento de trabalho. Neste projeto a imagem será uma narrativa contra as injustiças causadas às famílias que foram, e serão desalojadas, e também o impacto causado no meio ambiente”.
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