Na FCP
A Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UNA-SUS), em Brasília, conta com um novo curso: Saúde Integral da População Negra. Lançado pelo Ministério da Saúde na última semana, propõe sensibilizar profissionais das áreas médicas para demandas específicas desse público, proporcionando reflexões sobre o racismo institucional e suas consequências para a saúde. As matrículas já estão abertas.
O curso foi idealizado a partir de proposições do Comitê Técnico de Saúde da População Negra e utiliza a modalidade de ensino a distância. Desenvolvido pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), em parceria com a Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP), apresenta a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN)
Voltado para profissionais de saúde atuantes na Atenção Básica – especialmente os participantes do Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (PROVAB) e Mais Médicos -, é direcionado também à profissionais com graduação superior de quaisquer áreas do conhecimento que atuem no Sistema Único de Saúde (SUS).
Racismo institucional – De acordo com o ministro da pasta, Arthur Chioro, o combate ao racismo é fundamental e com o novo curso, mais do que organizar práticas de atenção à saúde, será possível tratar da redução das desigualdades étnico-raciais nas instituições e serviços do SUS.
Caracterizado por comportamentos discriminatórios e negligências, o racismo institucional é resultado do desconhecimento, da falta de atenção, do preconceito ou de estereótipos racistas. Por exemplo, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o baixo índice de assistência à população negra é explícito na porcentagem de mulheres negras de 25 anos ou mais que nunca fizeram exames de mama na vida: 46,3%, contra 28,7% de mulheres brancas.
Um marco a respeito do atendimento e acesso da população negra à saúde é o Estatuto da Igualdade Racial, instituído em 2010, “ato que rompe com um conjunto de processos e coloca na formação dos profissionais do SUS uma temática delicada e de alta relevância para a sociedade brasileira”, observa o secretário de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP/MS), André Bonifácio. Para ele, o curso tem papel fundamental enquanto ferramenta para implementação do Estatuto.
Metodologia – O curso Saúde Integral da População Negra’, será oferecido pela plataforma de educação a distância (EAD) e terá módulos multiprofissionais e autoinstrucionais de 45h de duração. Os participantes não serão assistidos por tutoria virtual pois, o participante poderá avançar no próprio ritmo e refletir sobre o racismo institucional e sua desconstrução, sem riscos pessoais, recebendo medalhas (badges) por sua aprendizagem.
O conteúdo é ilustrado com vídeos e infográficos. O curso pode ser acessado a qualquer momento, de qualquer lugar e de qualquer equipamento, inclusive celular. Cada atividade trata de situações baseadas em vivências clínicas e tem como proposta aproximar o aluno da realidade da Unidade de Saúde. As atividades auxiliarão na aquisição dos recursos e entendimento necessários à implementação do encontro clínico centrado na população negra e sua cultura.
* Com informações da Agência Saúde e da UNA/SUS.