Presença do grupo de presos gerou princípio de tumulto em Humaitá. Cinco indígenas da etnia Tenharim ficarão detidos em Lábrea.
Por Adneison Severiano, em G1 AM
Cinco índios suspeitos de matar três homens nas proximidades da Rodovia Transamazônica foram transferidos do sistema penitenciário de Rondônia para o município de Humaitá, no Sul do Amazonas. Como os crimes ocorreram na cidade amazonense, a Justiça local solicitou, no início deste mês, que os índígenas fiquem na unidade prisional de Lábrea. A presença do grupo teria gerado princípio de tumulto durante passagem por Humaitá.
Uma decisão judicial autorizou a transferência dos presos de Rondônia para a cidade de Humaitá, no Amazonas. No entanto, no dia 1º de setembro, o juiz Jeferson Galvão de Melo da 2ª Vara da Comarca de Humaitá afirmou, em decisão, que devido à repercussão dos crimes não há em Humaitá local seguro que possa garantir a integridade física dos índios presos. O magistrado relembrou que após desaparecimento das vítimas houve “um verdadeiro quebra-quebra” na cidade.
Na mesma decisão, o juiz solicitou que os cinco índios fossem transferidos para Lábrea, município também localizado na Região Sul do estado. “Pelo prazo de 15 dias até que se consiga transferência dos mesmos para local adequado”, explicou Jeferson Galvão, na decisão.
O pedido para manter os indígenas sob custódia em Lábrea foi deferido pelo juiz da Vara Criminal da cidade.
Operação de transferência
Segundo o advogado Carlos Evaldo Terrinha, que representa as famílias das vítimas, os cinco indígenas chegaram a passar por Humaitá na quarta-feira (3). A operação de transferência contou com a atuação de agentes penitenciários estaduais de Rondônia. Já em solo amazonense a Polícia Militar foi responsável pela segurança dos presos até Lábrea.
Os detentos permaneceram algumas horas na cidade para fazer exame de corpo e delito. Durante o procedimento no hospital do município, houve um princípio de tumulto pela presença dos índios Tenharim, de acordo com o advogado.
“A operação de transferência foi silenciosa e eles passaram quase despercebidos em Humaitá, mas houve um pequeno tumulto no hospital. Boatos de que os índios teriam sido soltos começaram a se espalhar, o que teria criado a situação. As famílias, inicialmente, queriam que os índios ficassem em Humaitá, mas depois entenderam que o procedimento foi correto. O presídio de Humaitá não tem segurança alguma. Além disso, os crimes não repercutiram tanto em Lábrea. A preocupação do juiz é coerente”, disse o advogado das vítimas ao G1.