Seis veículos estão parados em uma calçada de aldeia em Aracruz. Ministério da Saúde informou que está investigando situação.
G1 ES, com informações da TV Gazeta Norte
Seis veículos que deveriam realizar o transporte de índios de Aracruz , no Espírito Santo, até hospitais da região estão abandonados há mais de dois meses por falta de manutenção. De acordo com os moradores da aldeia Caieiras Velha, onde os veículos foram deixados sobre uma calçada, uma manutenção teria sido prometida pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) para o mês passado, mas até este sábado (21) a situação continuava a mesma. O Ministério da Saúde informou que o caso está sendo apurado.
Em maio de 2014, uma reportagem exibida pela TV Gazeta mostrou a insatisfação dos índios, que reclamam do descaso com a saúde. Segundo eles, além dos automóveis parados, o posto de saúde local também funciona de forma precária. Procurada, a coordenação da Sesai informou que orçamento para reformar os veículos já tinha sido recebido e que a reforma seria iniciada dentro de uma semana.
Um mês depois, a população ainda sofre sem poder contar com o transporte. “Esses carros aqui, em vez de estarem beneficiando a nossa comunidade, estão todos parados. A gente não usa para nada. Em questão de saúde, se a gente precisa, não tem”, reclamou o índio Alessandro Santos.
O cacique de Caieiras Velha, Manoel do Santos, destacou que os veículos também seriam utilizados para atender às demais comunidades que estão presentes no município, mas que isso não acontece. “São 10 aldeias e aproximadamente 3.500 indígenas, e só tem um carro funcionando. Está fazendo falta demais”, disse.
Com mais de 60 dias sob o sol, os automóveis já estão com pneus furados, os motores não funcionam e a lataria está perdendo a tintura. A gravidade da situação também é destacada pelo agente de saúde Wellington Pêgo. “Sem transporte, eles ficam sem atendimento. Inclusive já teve até morte da última vez porque não tinha nenhum funcionando”, alegou.
O cacique disse que não está sendo possível aguentar a situação, e quer um prazo para que o problema seja solucionado. “Quero dar o prazo de até o dia 30 de junho se eles não resolverem essa situação, nós vamos tomar uma decisão e vamos fazer uma fogueira com esses carros”, ameaçou. O Ministério da Saúde informou apenas que está apurando o caso.