Olhar Direto, em TopNews
A fiscalização do Ibama na base de Aripuanã (976 km de Cuiabá) apreendeu na madrugada do dia 31 de outubro quatro caminhões que transportavam 41 toras, cerca de 133 m³, de madeira nativa retirada ilegalmente da Terra Indígena Arara do Rio Branco.
A apreensão é resultado de mais uma ação da Operação Onda Verde, que somente nos meses de setembro e outubro já multou indústrias madeireiras em quase R$ 5 milhões e aprendeu cerca de 7 mil metros cúbicos de madeira ilegal.
No mesmo período cinco empresas foram embargadas pelo órgão ambiental por terem o produto em depósito sem licença e vendê-lo.
O analista ambiental do Ibama, Rafael Engelhardt, informou que foi constatado que muitas delas usavam créditos fictícios de madeira para acobertar produto extraído de áreas ilegais. Algumas madeireiras possuíam madeira sem ter o crédito correspondente, outras tinham crédito, mas não a relativa quantidade de madeira em seus pátios. Cerca de 12 mil metros cúbicos de crédito falso foram eliminados do sistema de controle.
Segundo o analista, as áreas de exploração com planos de manejo autorizados geram créditos de madeira que comprovam a origem legal do produto. Para tentar “esquentar” madeira sem origem, madeireiros infratores comercializam créditos excedentes de áreas autorizadas.
“Por exemplo, um plano de manejo que tem em sua área 100 metros cúbicos de madeira de uma determinada essência possui 100 metros cúbicos de crédito correspondente a essa madeira. Se o proprietário retira apenas 80% do produto, lhe sobram 20% de crédito, que, em alguns casos, são vendidos para acobertar madeira da mesma essência extraída de área ilegal”, explicou.
De acordo com Engelhardt, os maiores volumes de crédito fictício, considerando todas as empresas fiscalizadas, foram de madeira das essências cedrinho, cambará, jatobá, cupiuba, maracatiara, sucupira. Segundo ele, em apenas uma madeireira foram encontrados 6.700 metros cúbicos. Já os maiores volumes de madeira em depósito sem crédito, foram das essências garapeira, angelim amargoso, e angelim pedra, todas nobres.