“Norte Energia: Belo Monte deve ser retomada até dezembro”. Será mesmo?

União em Belo Monte. Foto - Lunae Parracho (REUTERS)
União CONTRA Belo Monte. Foto – Lunae Parracho (REUTERS)

Reuters News, no Terra

O presidente da Norte Energia, Duílio Figueiredo, afirmou nesta sexta-feira que a decisão judicial que suspendeu as obras da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, tem que ser revertida até dezembro para não afetar o cronograma de construção da usina. “Esta situação tem que se resolver muito rapidamente para não perder a janela hidrológica”, disse, acrescentando que o período seco para as obras vai até início de dezembro.

Segundo ele, a Norte Energia ainda não foi notificada oficialmente da decisão da Justiça ocorrida na última terça-feira, mas os advogados da empresa estão em contato com a Advocacia Geral da União (AGU), que será responsável por tentar reverter a suspensão.

O Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1) determinou na terça-feira que as obras da usina no Pará sejam suspensas, acatando pedido do Ministério Público Federal no Estado. Segundo a 5ª Turma do TRF-1, o Congresso Nacional deveria ter feito consulta prévia às comunidades indígenas antes de autorizar os estudos do empreendimento.

Figueiredo acredita que a decisão da Justiça tende a ser revogada e a empresa ainda não trabalha com a possibilidade de que isso não aconteça. As paralisações da obra ocorridas este ano por greve de trabalhadores e manifestações de indígenas ainda não alteraram o cronograma ou o orçamento de cerca de R$ 26 bilhões do empreendimento, disse ele. A Norte Energia estima início da operação da usina em fevereiro de 2015.

Na quinta-feira, a Cemig, uma das sócias da Norte Energia, afirmou que 11% das obras de Belo Monte estão concluídas. O executivo afirmou ainda que na quinta-feira a Norte Energia recebeu a minuta do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a finalizar os detalhes do financiamento de longo prazo da obra.

“Nossa expectativa é que saia (o financiamento) até novembro. O valor é aquele que a gente tinha imaginado, de R$ 19 bilhões a R$ 20 bilhões”, disse ele, citando Caixa e BTG Pactual como participantes da operação.

Comments (2)

  1. Os indígenas não podem viajar em ônibus modernos? Se não sabem, existem entidades de organização dos povos indígenas para defenderem seus interesses. Essas entidades tem o apoio e a solidariedade de entidades de trabalhadores que lutam contra essas hidrelétricas, também. E os indígenas não estão posando para a foto, estão realizando uma dança-ritual contra os ataques a seu direito de viver.

  2. Há um grande interesse da oposição em bloquear as obras. Sabemos que alguns ministérios públicos são apenas departamentos do PSDB.

    Por exemplo: na foto do protesto indígena vemos dois ônibus bem modernos. De onde saiu o dinheiro para fretá-los e, assim, colocar os índios posicionados para a foto?

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