O governo do Brasil anunciou na terça-feira (21) que não irá mais recrutar médicos de Cuba. No início do mês o Itamaraty anunciou que o Brasil estaria negociando com Cuba um acordo para receber cerca de 6 mil médicos daquele país. A alegação do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para a desistência é de que o governo prefere trazer profissionais de países cuja formação universitária garanta o exercício da medicina no Brasil. As informações são do El País.
“Descartamos buscar médicos cujo o tempo de treinamento não é reconhecido no país como Cuba e Irã. A mera formação universitária não garante o exercício da medicina. São necessários cursos de residência médica”, disse o ministro, ressaltando que não se trata de preconceito com nenhum desses países.
Padilha, que havia se encontrado dias atrás com representantes do governo da Espanha e de Portugal, confirmou que o ministro da saúde da Espanha manifestou o seu interesse em expandir a cooperação para o envio de profissionais de saúde para os municípios periféricos do interior do Brasil.
O ministro respondeu ainda as entidades de entidades médicas, que têm sido enfáticas na rejeição à proposta de trazer médicos sem passar pela revalidação nacional dos diplomas. Padilha garantiu que não haverá validação automática dos diplomas e que os médicos terão de passar pelo Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida).
Leia mais
– Contratação de médicos cubanos passa por disparidades na saúde
Na última sexta-feira (17), o Conselho Federal de Medicina (CFM) entrou com uma representação na Procuradoria-Geral da República para impedir o governo de contratar médicos estrangeiros para trabalhar no Brasil. A preocupação do conselho é a contratação de profissionais sem qualificação comprovada. Para exercer medicina no Brasil, os profissionais formados no exterior precisam ser aprovados no Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida).
O ministro defendeu um diálogo entre os médicos e o governo que seja “respeitoso, que não seja agressivo nem cheio de adjetivos”. Disse ainda que não será admitido que se transforme em tabu qualquer política de atrair médicos estrangeiros, uma vez que é uma prática adotada “em qualquer lugar do mundo”.
O ministro deixou claro que os municípios do país deverão buscar mais recursos destinados a expandir os serviços médicos para fornecer aos médicos estrangeiros condições adequadas de trabalho.
Com informações do El País
—
Enviada por José Carlos para Combate Racismo Ambiental.