Através desta nota pública de Aty Guasu, nós lideranças de Aty Guasu, com urgência, demandamos novos trabalhos jornalísticos sérios, imparciais, responsáveis e democráticos, repudiando os artigos parciais, racistas, preconceituosos e irresponsáveis de jornalistas da mídia local de Mato Grosso do Sul.
É evidente que a maioria de jornalista da mídia de Mato Grosso do Sul é parcial, de modo uniforme só apresenta as versões dos fazendeiros anti-indígenas e não descreve as versões dos indígenas, não cumprindo o seu dever de profissão pública da imparcialidade de trabalho jornalista responsável. Principalmente quando tratar do litígio e disputa pela posse terras entre os indígenas e fazendeiros, a maioria de jornalistas demonstra parcialidade, preconceito, racismo, discriminação, sobretudo “puxa saco dos fazendeiros”.
Frente a esse tipo de jornalismo parcial típica do Mato Grosso do Sul pedimos a presença e trabalhos de todos os jornalistas democráticos, responsáveis, imparciais para divulgar esse recomeço de conflito tenso e disputa histórica pela posse das terras Guarani e Kaiowa em curso no Mato Grosso do Sul.
Defendemos que todas as sociedades nacionais e internacionais têm esses direitos de compreender as duas versões das partes envolvidas na disputa pela posse das terras indígenas em foco. É dever constitucional de profissional em comunicação social para apresentar as duas versões aprofundadas das partes focadas. Mais uma vez demandamos reiteradamente a todos os jornalistas para destacar as duas versões distintas a partir de hoje, 24 de junho de 2015.
Tendo em vista que frequentemente a versão veiculada na mídia local é sempre e só a dos fazendeiros, que acusam e julgam os indígenas. Desse modo, os indígenas aparecem na mídia como as pessoas sem vozes, sem direitos de se manifestar, já são criminalizados e julgados pela mídia como um grupo criminoso, violentos, temidos e invasores das fazendas.
De modo geral, na mídia local, a visão dos fazendeiros e os discursos dos políticos anti-indígenas só aumenta violência, ódio, racismo, preconceito contra os indígenas, não indica nenhuma solução para as partes, como podemos analisar na mídia local divulgada no dia 23 de junho de 2015.
Na mídia local não há as versões indígenas, os motivos da sua luta pela recuperação das terras (tekoha), são ignoradas as condições precárias e desumanas dos acampamentos indígenas onde sobrevivem e sofrem constantes ameaça de morte coletiva.
Diante desses fatos, nós lideranças de Aty Guasu vimos repudiar as informações parciais e tendenciosas sobre os indígenas Guarani e Kaiowa divulgadas na mídia local pelos jornalistas irresponsáveis, desviados de sua função pública democrática e da profissão da imparcialidade.
Por fim, solicitamos a todos (as) jornalistas nacionais e internacionais para começar e recomeçar a divulgar com urgência as posições e as versões atuais do governo federal, dos fazendeiros, dos povos indígenas sobre a demarcação das terras indígenas no MS. Visto que em junho de 2015 há posições distintas e recentes tanto dos indígenas quanto do governo e justiça federal. Por exemplo, uma das decisões recentes dos povos indígenas é recomeçar a reocupação e retomar posse de todas as terras reivindicadas no TAC/FUNAI/MPF e povos Guarani e Kaiowa em 2008. Em 2015, governo não se manifesta mais para regularização das terras indígenas, etc.
Nas situações em que os jornalistas imparciais, responsáveis e democráticas da mídia nacional e internacional precisam atualizar a todas as sociedades. Neste sentindo amplo pedimos a presença e trabalhos de todos os jornalistas sérios no Sul de Mato Grosso do Sul. Não deve aparece na mídia somente as versões e os pontos de vistas dos fazendeiros e políticos anti-indígena, isto é injustiça promovida contra os povos indígenas Guarani e Kaiowa pela mídia local.
Em todos os tekoha Guarani e Kaiowá, já estamos aguardando a presença da imprensa
Tekoha Guasu Guarani Kaiowá-MS, 24 de junho de 2015.
Lideranças do Conselho de Aty Guasu Guarani e Kaiowá
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por Eliel Freitas Jr.