Atingidos pela UHE Sinop permanecem em resistência

Um ano após o inicio da construção da usina não há nada de concreto para os atingidos do município de Sinop, Mato Grosso.

MAB

Atingidos e atingidas pela UHE Sinop resistem à entrada da empresa CARTA, contatada da CES (Companhia Energética Sinop) em seus sítios para demarcação das áreas atingidas. Assentados do Wesley Manoel dos Santos, mais conhecido como Gleba Mercedes V, manifestam-se contra todo o processo de descumprimento em relação aos prazos acordados com os atingidos, tais como apresentação do caderno de preços e áreas do reassentamento.

Em assembleia no dia 24 de fevereiro, cerca de 170 atingidos reafirmaram novamente a posição de resistência perante a empresa e o INCRA.

Segundo Daniel, morador da Gleba há 15 anos, que irá perder parte de seu sítio e acesso à estrada principal “a usina até agora veio apenas com promessas e nada de concreto para os atingidos e atingidas”.

Também para Rosana, atingida pelo empreendimento, a empresa está violando os direitos das pessoas. “Eles querem entrar em nossos sítios de qualquer jeito para adiantar a situação deles, e para os atingidos até agora nada, seguiremos mantendo o manifesto até que aparecerão coisas concretas para os atingidos”.

Tatiane, da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), ressalta que Sinop não é um caso isolado. “Essa usina desde seus estudos até sua fase de construção no momento, vem repetindo a lógica do setor elétrico nacional, que é negar os direitos ou apenas prometer e não fazer nada a não ser jogar prazos e não cumprir os mesmos”.

Os atingidos e atingidas formaram uma comissão junto ao MAB para acompanhar o processo de reassentamento, indenização e compensação para o assentamento. Serão mais de 400 famílias atingidas.

A UHE Sinop esta sendo construída entre os municípios de Itaúba e Cláudia e atingirá assentados da reforma agrária, pescadores, ribeirinhos, chacareiros e ceramista de cinco municípios. A obra faz parte do PAC e o consórcio é formado pelas empresas estatais Eletronorte, Chesf e a privada francesa EDF.

A UHE-Sinop é uma das cinco hidrelétricas planejadas para o rio Teles Pires, fazendo parte do complexo Tapajós.

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.