De acordo com relatório, forças policiais violavam direitos constitucionais de cidadãos e participou de uma “rotina” de discriminação contra negros
Após investigação do caso de Michael Brown, jovem negro desarmado morto por um policial em Ferguson em agosto passado, a Justiça dos Estados Unidos concluiu na noite de terça-feira (03/03) que o racismo faz parte da rotina da polícia local, principalmente, contra a comunidade negra.
De acordo com o relatório do órgão federal, a polícia de Ferguson violava regularmente os direitos constitucionais dos cidadãos e participou de uma “rotina” de discriminação contra a população negra na cidade.
Além disso, o documento ressalta que, entre 2012 e 2014, enquanto os negros respondiam por 67% da população, 85% dos automóveis parados pela polícia eram conduzidos por negros e 90% das pessoas convocadas ao tribunal eram negras, bem como 93% dos detidos, apontou a AFP. Em 88% dos casos de uso da força policial, os suspeitos eram afro-americanos, diz o relatório.
A morte de Brown gerou uma onda de protestos que chegou ao ápice em novembro, quando a Justiça decidiu não indiciar o policial Darren Wilson por atirar contra Michael Brown, um jovem negro que estava desarmado na cidade de Ferguson. Desde então, o governo federal determinou uma investigação paralela à realizada pelas autoridades locais.
No domingo (01/03), a polícia de Los Angeles matou um mendigo negro desarmado, revelou um vídeo divulgado na internet, que havia tido mais de 5 milhões de visualizações antes de ser apagado.
Cerca de 200 pessoas protestaram na terça-feira (03/03) no local onde um mendigo morreu, ostentando cartazes cobrando o fim da violência dos agentes de segurança.
Entre as palavras de ordem, os manifestantes cobravam o fim dos “linchamenos modernos” e do “estado policial”. Além disso, gritavam “They Can’t Kill Africa!” (“Não podem matar África!”). O homem, de 39 anos, era conhecido como África.
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Foto: Em 2014, milhares de manifestantes foram às ruas dos EUA contra decisão da Justiça de absolver policial que atirou em Michael Brown – Agência Efe