“Quando é abatido o que não lutou só
O inimigo
Ainda não venceu”
Trecho do poema “Na morte de um combatente da paz”, de Bertold Brecht
No último dia de fevereiro (28), uma triste notícia chegou ao conhecimento de todos: a morte do companheiro Arsênio Oswaldo Sevá Filho. Professor dos cursos de pós-graduação em Antropologia Social e Ciências Sociais no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp desde 2007, Sevá foi assessor, amigo, parceiro e um grande lutador do povo e defensor das causas do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
Durante seus estudos sobre energia, elaborados principalmente no período que coordenou a disciplina “Energia, Sociedade e Meio Ambiente” na pós-graduação em Energia da Unicamp, uma das teses refutadas por Sevá é a da “energia renovável”. Para o pesquisador, em entrevista recente ao G1, “a ideia que a hidroeletricidade se renova, sem dissipação ou desperdício, é uma aberração. Mesmo que uma forma se converta em outra, sempre há perda”.
Na mesma entrevista ao G1, Sevá criticou o discurso da energia barata gerada através das hidrelétricas. “Se não trabalharmos com os problemas, não haverá solução. Esse tipo de energia é barata porque expulsa os moradores e não paga essas pessoas”, afirmou.
Para além de um estudioso, Sevá se engajou na luta contra a destruição da natureza e violações de direitos causados pela construção de hidrelétricas no Brasil. Recentemente, levantou diversos questionamentos sobre a viabilidade da Usina Hidrelétrica Belo Monte.
O MAB se solidariza com todos seus familiares. Perdemos um grande lutador.
Todos e todas, atingidos e atingidas do Brasil, lamentam a morte desse grande companheiro. No entanto, seu legado seguirá firme e estará presente junto às lutas das populações atingidas por barragens!
Oswaldo Sevá: presente sempre!