Anistia Internacional vai denunciar à ONU mortes de jovens na Bahia

Mães e pais denunciam à Anistia Internacional uma série de crimes de assassinato, sequestro e desaparecimento de jovens negros em Salvador e outras cidades no estado da Bahia (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Mães e pais denunciam à Anistia Internacional uma série de crimes de assassinato, sequestro e desaparecimento de jovens negros em Salvador e outras cidades no estado da Bahia (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Vladimir Platonow – Repórter da Agência Brasil

A Anistia Internacional vai denunciar à Organização das Nações Unidas (ONU) a morte e o sumiço de jovens na Bahia. A entidade foi procurada nessa quinta-feira (4) por um grupo de pais que tiveram os filhos mortos ou sequestrados, com relatos de participação policial e de imobilismo nos inquéritos que, em muitos casos, permanecem inconclusivos.

O assessor de Direitos Humanos da Anistia Internacional, Alexandre Ciconello, ouviu o relato de cinco mães e um pai desses jovens, que ainda aguardam uma resposta mais clara do Estado.

“Nós continuamos a ver jovens negros sendo assassinados, sequestrados ou desaparecidos, sem nenhum tipo de justiça para esses parentes. Há o caso do Davi Fiuza, que desapareceu há 40 dias, depois de uma abordagem da polícia, na qual há testemunhas de que ele foi sequestrado e colocado amarrado em um carro. Outras mães aqui tiveram os filhos assassinados ou desaparecidos, sem nenhum tipo de resposta efetiva do Estado”, disse Ciconello. (mais…)

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Bahia: pais de jovens mortos ou desaparecidos relatam dramas

Mães e pais denunciam à Anistia Internacional uma série de crimes de assassinato, sequestro e desaparecimento de jovens negros em Salvador e outras cidades no estado da Bahia (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Mães e pais denunciam à Anistia Internacional uma série de crimes de assassinato, sequestro e desaparecimento de jovens negros em Salvador e outras cidades no estado da Bahia (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Vladimir Platonow – Repórter da Agência Brasil

Cinco mães e um pai de jovens desaparecidos ou mortos na Bahia nos últimos anos relataram, nessa quinta-feira (4), à Anistia Internacional (AI), no Rio de Janeiro, os dramas vividos. Eles pediram ajuda para solucionar os casos que, alegam, não têm recebido a devida atenção por parte do governo baiano.

Em todos os casos, os jovens são negros e de famílias humildes. Na maior parte, há relatos de testemunhas de participação policial ou de milícias. Em quase todas as situações, os inquéritos foram inconclusivos, sem apontar a autoria nem localizar os jovens, para o desespero dos pais, que não sabem, até hoje, se os filhos estão vivos ou mortos.

O drama mais recente é de Rute Silva, mãe de Davi Fiuza, de 16 anos de idade. Ela relatou que o filho foi pego quando estava observando uma operação da polícia, no dia 24 de outubro deste ano, no bairro de Vila Verde, em Salvador. “De repente, ele foi encapuzado, teve amarrado os pés e as mãos e jogado em um carro descaracterizado. Havia muitas viaturas da polícia por perto, segundo as testemunhas. Desde então, procurei todos os meios legais e jurídicos, fui ao Instituto Médico-Legal, nos campos de desova [de cadáveres], mas nada”, contou. (mais…)

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Os vereadores de Florianópolis e rapinagem, por Elaine Tavares

Em Palavras Insurgentes

Nosso mercado público, transformado para sempre...
Nosso mercado público, transformado para sempre…

Quem esteve na votação do Plano Diretor, em dezembro de 2013, no apagar das luzes do ano, sabe o que viu. No espaço dos vereadores, uma turba inquieta. Diante das falas de Afrânio (PSOL), Lino (PT) e Pedrão (PP) exigindo novas audiências públicas, uma vez que o projeto estava todo alterado pelo IPUF, os demais vereadores esbravejavam, balançavam as cabeças e sapateavam. Não houve acordo. O projeto haveria de ser votado. Não importava que o mesmo tivesse sido alterado, não importava que ninguém soubesse sobre o quê tratavam as quase 700 novas emendas, nem importava que não tivessem sido entregues os mapas. A ordem era aprovar. E assim foi, apesar dos protestos nas galerias. Com o voto contrário dos três citados vereadores, os demais votaram de olhos fechados, contra a população.

A pergunta que fica é: se votaram contra a população, a qual deveriam representar, estavam a favor de quem? A quem interessaria aprovar um Plano Diretor que descaracteriza totalmente a cidade, levando-a para um caminho sem volta, ao estilo Miami? A quem interessaria a possibilidade de construir espigões e seguir especulando com a paisagem e com as belezas naturais? (mais…)

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Quilombolas relatam suas vivências e lutas contra a mineração – 8 a 10 de dezembro, em Brasília

convite comite mineraçaoO evento reúne atingidos pela mineração de diferentes regiões do Brasil.

Comissão Pró-Índio

Entre 8 e 10 de dezembro, mais de 100 atingidos pela mineração de todo país estarão reunidos em Brasília para a Plenária do Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração. Na pauta, entre outros temas, o novo Código de Mineração e os conflitos entre “água e mineração”.

A Plenária se iniciará com um momento dedicado aos relatos e trocas entre quilombolas do Pará, Maranhão, Piauí, Minas Gerais e Bahia que apresentarão suas vivências na luta contra a mineração. Os limites e as possibilidades da consulta livre, prévia e informada nos casos de conflito com projetos de mineração também serão discutidos.

Os quilombolas de Oriximiná estarão entre os participantes compartilhando sua luta contra a expansão da Mineração Rio do Norte – empresa que tem entre seus acionistas a Vale, Billiton, Rio Tinto, Alcoa e Hydro – em suas terras.

Conheça mais sobre esse caso no site da Comissão Pró-Índio.

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MP investigará denúncias de racismo e violência sexual na USP Ribeirão

Hino racista, discriminação e estupros foram citados por movimentos sociais. Direção da faculdade de medicina informou que apura denúncias.

Do G1 Ribeirão e Franca

O Ministério Público de Ribeirão Preto (SP) vai investigar as denúncias de racismo, discriminação e violência sexual que envolvem alunos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo (USP). Segundo o promotor Sebastião Sérgio da Silveira, a decisão foi tomada nesta sexta-feira (5) após reunião com representantes de movimentos sociais da cidade.

Em nota, a direção da universidade informou que criou uma comissão com três professores para também apurar os casos e os responsáveis.

As denúncias surgiram após a divulgação pela Atlética Acadêmica Rocha Lima de um hino cuja letra traz expressões como “morena gostosa”, “loirinha bunduda” e “preta imunda”. A autoria do texto seria da bateria do curso de medicina, conhecida como Batesão. Segundo postagens de alunos, o hino foi divulgado este ano em um manual para calouros da medicina, juntamente com camisetas da atlética do curso.

Representantes dos movimentos sociais procuraram o Ministério Público (MP) nesta sexta-feira para entregar uma representação, que relata diversos casos de racismo, assim como de discriminação contra a mulher e contra os homossexuais. O documento cita, ainda, possíveis casos de estupros dentro da universidade. (mais…)

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I Seminário Quilombação, dias 12 e 13/12

logo quilombaçaoColetivo Quilombação

Nos dias 12 e 13 de dezembro será realizado o Seminário Quilombação na Funarte: Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos, próximo ao metrô Santa Cecília – SP.

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PROGRAMAÇÃO – I SEMINÁRIO QUILOMBAÇÃO

12/12 – SEXTA-FEIRA

19h – Abertura Solene. Sessão solene de abertura com entidades e autoridades – Mediação: Tatiana Oliveira (Mestre pela USP e membro da Comissão Política do Quilombação)

19:30h – Debate: A conjuntura social e política brasileira e a dinâmica das relações raciais – Alyson Mascaro (Prof. Associado da Faculdade de Direito da USP); Flavia Rios (Doutora em Sociologia pela USP) – Mediação de Silvio Almeida (Prof. da Universidade Mackenzie e membro da Comissão Política do Quilombação)

20:30h – Intervenção cultural: 100 Anos de samba

13/12 – SÁBADO

9h – Negros e negras: entre o movimento e espaços institucionais – Marcos Zitto (Presidente do Conselho da Comunidade Negra – SP); Toninho Pinto (Secretário Municipal de Promoção da Igualdade Racial – SMPIR); Gevanilda Santos (Doutora em Ciências Sociais pela PUC/SP e militante do Soweto); Dennis de Oliveira (Professor Associado da USP e Coordenador da Comissão Política do Quilombação); Juninho Jr (Jornalista e Coordenador do Círculo Palmarino) – Mediação: Marcelo Cavanha (Educador Social e ativista do Coletivo Quilombação) (mais…)

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Origens do EZLN: o Congresso Indígena de San Cristóbal de las Casas*

Ocosingo, Chiapas. 21 de diciembre de 2012. Miles de indigenas del Ejercito Zapatista de Liberacion Nacional procedientes de La Selva Lacandona, esta mañana en la cabecera municipal de Ocosingo en el estado mexicano de Chiapas marchan y se concentran en la plaza central de manera pacfica y en total silencio. Foto: Moysés Zúñiga Santiago
Ocosingo, Chiapas. 21 de diciembre de 2012. Miles de indigenas del Ejercito Zapatista de Liberacion Nacional procedientes de La Selva Lacandona , esta mañana en la cabecera municipal de Ocosingo en el estado mexicano de Chiapas marchan y se concentran en la plaza central de manera pacfica y en total silencio. Foto: Moysés Zúñiga Santiago

Resumo: O Congresso Indígena de San Cristóbal de las Casas (Chiapas/México), ocorrido em 1974, marcou uma ruptura que fez com que comunidades indígenas chiapanecas desenvolvessem uma resistência, unindo as etnias participantes, uma vez que estas últimas passaram a perceber interesses comuns e a necessidade de unirem-se para melhor resistir à exploração, marginalização e preconceito a que estavam sujeitas. Estas mesmas etnias foram as que entraram em contato com o grupo de origem urbana que foi habitar a Selva Lacandona em Chiapas e, juntos, deram ao EZLN as características com as quais ele mostrou-se ao mundo em 1994.

Por Igor Luis Andreo**, em Lutas & Resistências

Segundo o Subcomandante Marcos a origem do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) remonta à chegada em Chiapas de um grupo urbano, marcado por um ideário marxista-leninista (GENARI, 2002). Na primeira metade da década de 1980, esse grupo foi habitar a Selva Lacandona (Chiapas), visando esclarecer as comunidades indígenas.

No entanto, a chegada de um tradutor das próprias comunidades indígenas fez com que o grupo urbano se percebesse diante de um movimento indígena de resistência organizado que, entretanto, não visava os mesmos fins que os seus. (mais…)

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Historiador analisa como movimentos indígenas influenciaram Exército Zapatista no México

Em livro, Igor Luis Andreo mostra como Teologia da Libertação e comunidade indígena foram base de movimento de libertação nacional

Opera Mundi

No livro Teologia da Libertação e Cultura Política Maia Chiapanesa, o historiador Igor Luis Andreo discute como a organização política e social de movimentos indígenas na década de 1970 influenciou anos depois a atuação do EZLN (Exército Zapatista de Libertação Nacional) no México.

“Os estudos sobre o surgimento do Exército Zapatista, muitas vezes, remetem a grupos urbanos que chegaram em Chiapas na década 80. Em contrapartida, pouco se discute sobre as comunidades indígenas, que formaram a base do movimento”, afirma.

O EZLN ganhou força em 1994, quando assumiu o controle de parte da província de Chiapas, desafiando o governo mexicano por mudanças sociais. De acordo com o pesquisador, boa parte das demandas políticas feitas pelos zapatistas na ocasião tiveram influencia do Congresso Indígena de 1974, realizado na cidade de San Cristóbal de las Casas.

“Sob influência da Teologia da Libertação, o Congresso Indígena de 1974 teve grande mobilização popular. Foi a partir dessa experiência que o estigma de inferioridade – muito presente nessas comunidades – passou a se transformar. Logo depois, um processo de organização de movimentos sociais muito grande se formou na região, influenciando a base do Exército Zapatista”, afirma o pesquisador. (mais…)

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