Eduardo Galeano: Ayotzinapa

Foto: Mundo al Revés / Flickr
Foto: Mundo al Revés / Flickr

Os governantes perderam o controle sobre o medo, a fúria que desencadearam está se voltando contra eles. A raiva digna fará o México despertar e questionar

Eduardo Galeano, em Carta Maior

Os órfãos da tragédia de Ayotzinapa não estão sós na obstinada busca de seus queridos, perdidos no caos dos aterros incendiados e das valas cheais de restos humanos.

Os acompanham as vozes solidárias e sua presença calorosa em todo o México, incluindo os campos de futebol onde os jogadores festejam seus gols desenhando com os dedos o número 43 no ar, em homenagem aos desaparecidos.

Em meio a tudo isso, o presidente Peña Nieto, recém chegado da China, advertia que esperava não ter de fazer uso da força, em tom de ameaça.

O presidente ainda condenou “a violência e outros atos abomináveis cometidos pelos que não respeitam nem a lei, nem a ordem”, ainda que não tenha esclarecido que estes grosseiros poderiam ser úteis para a fabricação de discursos ameaçadores. (mais…)

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Propriedade intelectual de grafismo indígena gera polêmica nas redes

Índios do Xingu durante o ritual do Kuarup (Beth Begonha)
Índios do Xingu durante o ritual do Kuarup (Beth Begonha)

Anuiá Yawalapiti fala ao Amazônia Brasileira sobre o caso das sandálias com desenhos tradicionais dos povos do Xingu

Beth Begonha, Rádio Nacional da Amazônia

A circulação em uma rede social de fotos de chinelos feitos com desenhos tradicionais dos povos xinguanos gerou grande discussão sobre a propriedade intelectual de patrimônios imateriais de povos indígenas e comunidades tradicionais.

Anuiá Yawalapiti é autor do modelo dos desenhos usados por uma famosa marca de sandálias em kit distribuído como presente de final de ano pela empresa. O assunto gera muita polêmica pois os desenhos são usados desde tempos imemoriais e são repletos de significados. Um dos desenhos estampado nas sandálias é usado na pintura dos corpos dos índios do Alto Xingu no Kuarup, ritual fúnebre desses povos, e que fazem parte da cosmologia e da vida espiritual dos xinguanos. (mais…)

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CE – Índios Tremembés versus projeto Nova Atlântida: destruição em disputa por terras

Adriana Tremembé relata resistência indígena para manter terra ancestral. (Foto: Jardson Castro/Adital)
Adriana Tremembé relata resistência indígena para manter terra ancestral. (Foto: Jardson Castro/Adital)

Jardson Castro, Adital

Nos últimos 12 anos, a paz e a tranquilidade do povo indígena tremembé, que vive no município de Itapipoca (Estado do Ceará), a 136 quilômetros da capital, Fortaleza, tem sido comprometida por uma tensa e intensa disputa por território, tendo como protagonistas o empreendimento espanhol Nova Atlântida e a comunidade indígena tremembé. De três meses para cá, a disputa trouxe consequências delicadas, incluindo ameaças constantes de invasão, agressão e coação e ocorrências ainda mais graves, como ameaça de morte das lideranças e, recentemente, o incêndio das casas e a destruição das plantações do povo indígena, que resiste e é contra a construção do projeto turístico.

A razão que tem motivado essa intensa luta é o projeto Nova Atlântida, da empresa espanhola Afirma Housing Group, que pretende construir um complexo turístico formado por vários hotéis e campo de golfe. Os índios, por sua vez, compreendem as terras como sendo as raízes que os identificam, pois é ali que se encontram seus antepassados e guardam sua ancestralidade. A área em questão é composta por uma extensão territorial de 3,1 mil hectares de área litorânea com dunas, manguezais, nascentes de água doce e área marinha. É considerado o maior projeto turístico do país, totalizando cerca de 15 bilhões de dólares para a construção de 13 hotéis cinco estrelas, 14 resorts, seis condomínios residenciais e três campos de golfe. (mais…)

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COP20: aprovada responsabilidade diferenciada entre países ricos e pobres na redução do efeito estufa

Segundo a COP20, a mudança climática mata mais de meio milhão de pessoas por ano. Foto: COP20.
Segundo a COP20, a mudança climática mata mais de meio milhão de pessoas por ano. Foto: COP20.

Marcela Belchior, Adital

Há até bem pouco tempo, o debate acerca do meio ambiente girava em torno da mensuração da interferência humana na alteração do clima mundial. Ao que tudo indica, esta já não é a grande questão da agenda global. Durante a primeira semana da 20ª Conferência das Partes sobre a Mudança Climática das Nações Unidas (COP20), que acontece desde o último dia 1º de dezembro, em Lima, capital do Peru, a discussão se concentra nos riscos que a transformação climática apresenta à população e à economia, e os possíveis mecanismos de enfrentamento desse novo contexto. Para isso, uma proposta brasileira que muda o compromisso de cada país já foi aceita pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Pela proposta da diplomacia brasileira, os países em desenvolvimento serão divididos em diferentes graus de responsabilidade pelo aquecimento. A ideia foi lançada pelo país ainda em novembro deste ano e permite que nações emergentes como China, Brasil e Índia assumam compromissos mais ambiciosos de cortes de emissões.

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Guarani-kaiowá prometem resistir a reintegração de posse

Foto reproduzida da página da Deputada Erika Kokay
Foto reproduzida da página da Deputada Erika Kokay

Indígenas da aldeia Kurusu Ambá, na fronteira entre Mato Grosso do Sul e Paraguai, promovem a Aty Guasu, grande assembleia para organizar a resistência

por Redação da RBA

Os indígenas guarani-kaiowá da aldeia Kurusu Ambá, no município de Coronel Sapucaia, fronteira entre Mato Grosso do Sul e Paraguai, estão determinados a resistir à reintegração de posse que pode ocorrer a qualquer momento. O clima é tenso na região e indígenas de outras partes do estado já chegaram na aldeia, onde ocorre a Aty Guasu, uma grande assembleia para fortalecer a resistência.

Nesta sexta-feira (5), eles devem receber lideranças de movimentos sociais, ONGs, defensores de direitos humanos, representantes do MPF, da Funai, do governo federal e imprensa nacional e internacional. (mais…)

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Lideranças Matsés voltam a repudiar exploração de petróleo de seu território

reuniao_binacioanlA petroleira Pacific Rubiales já iniciou atividades nos lotes 135, situado no Peru e sobreposto ao território Matsés e de povos indígenas isolados. O povo Matsés repudia veemente a presença petroleira e pede que o Estado peruano seja denunciado a Corte Interamericana de Direitos Humanos

Centro de Trabalho Indigenista

Durante a V Reunião Binacional Matsés Brasil – Peru, entre os dias 8 e 10 de novembro, as lideranças Matsés reunidas voltaram a repudiar a atividade petroleira no território Matsés e de povos isolados que habitam a região do rio Jaquirana, na fronteira entre Brasil – Peru. A reunião ocorreu na aldeia peruana Santa Rosa, rio Chobayacu e, além das organizações indígenas Matsés, contou com a presença de representantes governamentais e não-governamentais do Brasil e do Peru.

Organizada pela Comunidad Nativa Matsés (CNM) e pela Organização Geral Mayuruna (OGM), com apoio do Centro de Trabalho Indigenista (CTI) e da Organización Regional de los Pueblos Indígenas del Oriente (ORPIO/AIDESEP), a reunião consolida uma série de encontros periódicos realizados anualmente para fortalecer os vínculos entre o povo Matsés, que vive nos dois lados da fronteira, e as alianças estratégicas com parceiros para a proteção do território tradicional Matsés. (mais…)

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RR – Bonfim é terceiro município brasileiro a tornar línguas indígenas co-oficiais

Insikiran_2

A Universidade Federal de Roraima (UFRR), por meio do Instituto Insikiran, articulou junto com lideranças indígenas da região do Bonfim para tornar as línguas Macuxi e Wapichana como oficiais do município, além do Português. Esta foi a terceira cidade a reconhecer línguas indígenas como co-oficiais no Brasil. São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, e Tacuru, no Mato Grosso do Sul, também reconhecem a linguagem das etnias locais.

A Lei Nº 21/2014 foi aprovada na sessão de terça-feira (2) da Câmara de Vereadores de Bonfim. A proposta vinha sendo discutida com as lideranças e professores de línguas indígenas da região Serra da Lua desde 2012. A coordenação do Programa de Valorização das Línguas e Culturas Macuxi e Wapichana do Instituto Insikiran acompanhou e assessorou todo o processo.

A proposta foi apresentada para os tuxauas em Assembleia Regional pela coordenadora do Programa da Valorização das Línguas e Culturas Macuxi e Wapichana, Ananda Machado, e pelo coordenador de língua da região Serra da Lua, Odamir de Oliveira. Depois, o Projeto de Lei foi encaminhado à Câmara pelo vereador Zacarias Douglas. (mais…)

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COP20: reflexões ecológicas de Joan Martinez Alier

Joan Martinez Alier propõe deixar o petróleo debaixo da terra e reduzir o metabolismo social global de consumo de recursos naturais (Tatiana Roa)
Joan Martinez Alier propõe deixar o petróleo debaixo da terra e reduzir o metabolismo social global de consumo de recursos naturais (Tatiana Roa)

O economista catalão Joan Martinez Alier propõe reflexões ecológicas para o debate em torno da COP 20, reunião das Nações Unidas sobre o clima que acontece em Lima, Peru

No Blog do Felipe Milanez

Entre 1º e 12 de dezembro, acontece em Lima, Peru, a 20ª Convenção das Nações Unidas Sobre as Mudanças Climáticas (COP20). É difícil imaginar que essa reunião da ONU consiga produzir avanços necessários para mudar o curso de emissão de carbono que ameaça o planeta, ou mesmo preparar algum documento mais ousado para a reunião em Paris, daqui um ano, cujo objetivo é alcançar um acordo juridicamente vinculativo e universal sobre o clima entre todas as nações do mundo.

Acontece que os problemas ecológicos vão além das emissões de carbono, e os milhares de conflitos relacionados ao ambiente envolvem tanto a extração dos recursos naturais quanto o despejo dos dejetos. O economista catalão Joan Martinez Alier, que desenvolveu a teoria do “ambientalismo popular”, produziu importantes reflexões nos últimos anos sobre a crise climática e as lutas por justiça ambiental. Os artigos foram, em grande parte, publicados no jornal mexicano La Jornada, e com autorização do autor, traduzi para publicar no blog.

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Funai realiza 3° módulo do Seminário “As mudanças Climáticas sob o olhar dos Povos Indígenas do Brasil”

Foto: Mariao Vilela/Funai
Foto: Mariao Vilela/Funai

Funai – Nos dias 01 e 02 de dezembro foi realizado, em Brasília, o 3° módulo do Seminário “As mudanças Climáticas sob o olhar dos Povos Indígenas do Brasil”.

O evento realizado pela Funai, APIB, IPAM, TNC e Projeto GATI abordou os temas Gestão Territorial e Ambiental em Terras Indígenas e suas sinergias com a questão climática, iniciativa REDD+ Indígena Amazônico (RIA), estrutura e organização das Conferências das Partes (COP/UNFCCC), participação e incidência da sociedade civil e dos povos indígenas nas COP/UNFCCC e posicionamentos e iniciativas indígenas regionais e internacionais relacionados às mudanças climáticas, como o Caucus Indígena e as participações da COICA e da COIAB nas COP.

Este módulo encerrou o ciclo de formação sobre o tema mudanças climáticas e precedeu a ida de representantes indígenas que participaram dos módulos de formação, para acompanhamento da COP 20, que ocorre na cidade de Lima, no Peru, dos dias 01 a 12 de dezembro.

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