“Índios Munduruku: Tecendo a Resistência” é lançado em ritmo Amazônico

Munduruku Indians: Weaving Resistance.

O tempo em várias comunidades da Amazônia segue uma lógica diferente quando comparado aos grandes centros urbanos do resto do Brasil. Na língua Munduruku, por exemplo, o mais próximo da divisão de horas ao longo do dia são as palavras Kabiá, Wuykat e Kabiun, que traduzindo seria manhã, tarde e noite.

Devido a importantes alterações de última hora e seguindo a dinâmica da Amazônia, o documentário de Nayana Fernandez  “Índios Munduruku: Tecendo a Resistência” pegou um rabetinha (barco de madeira típico da região), se atrasou, e foi lançado apenas ontem (18) no Brasil.

A demora de um dia – que para o ritmo frenético das cidades pode ser uma eternidade – foi por uma boa causa. A produção de Índios Munduruku: Tecendo a Resistência acaba [de] fechar uma aliança com o movimento Munduruku  Apereg Ayu.

Trata-se de uma colaboração entre a produção do documentário, das guerreiras e guerreiros Munduruku, além de colaboradores locais, como o coletivo Amazônia em Chamas, que se uniram na busca de fortalecer as ações do povo Munduruku ao longo do rio Tapajós e seus afluentes.

Essa colaboração, que será lançada bastante em breve em uma campanha de financiamento coletivo, tem algumas metas:

  • Apoiar a comunicação do progresso de resistência dos Munduruku;
  • Legalização de uma associação;
  • Distribuição, tradução e dublagem do documentário para a língua Munduruku;
  • Apoiar diretamente o processo de autodemarcação das terras Munduruku na região do Médio Tapajós.

Contatamos com o apoio de vocês, e agora, sem mais demora, apresentamos aqui o documentário na integra.

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doc naya foi lançado

Índios Munduruku: Tecendo a Resistência 

Dir. Nayana Fernandez | 25min | Português e Inglês

O governo brasileiro está planejando construir um grande número de barragens hidrelétricas nos rios da Amazônia, destruindo a biodiversidade e interrompendo o modo de vida de milhares de índios e populações locais. Agora que as obras da gigante barragem de Belo Monte, no rio Xingu, estão a todo vapor, o governo está avançando com o seu próximo grande projeto – uma série de barragens no rio Tapajós. Mas os mais de 12.000 índios Munduruku, temidos como guerreiros, vivem nessa região e estão se mobilizando.

O documentário mostra a vida em uma aldeia Munduruku, onde as tarefas tradicionais são praticadas diariamente e as crianças crescem com uma liberdade admirável. O filme documenta o crescimento de sua resistência, que de diferentes formas sempre existiu, inclusive entre as mulheres, que têm papel fundamental nessa luta, e que agora também estão se levantando como guerreiras na articulação contra as barragens hidrelétricas.

Ficha técnica

Reino Unido/Brasil, 25min
Dir.: Nayana Fernandez
Produção: Sue Branford, Mauricio Torres e Nayana Fernandez
Camera / Som: Nayana Fernandez
Edição: Nayana Fernandez e Jason Brooks
Edição de Som: Aquiles Pantaleão e Michal Kuligowski
Desenho de Som: Michal Kuligowski
Graficos: Mariana Delellis
Música: “Whispers” – Por Kushal Gaya e Jenny Sutton

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Este documetário foi produzido de forma independente, com apoio de algumas organizações, grupos da região do Tapajós e lideranças Munduruku. Toda a pós-produção foi executada graças ao trabalho colaborativo e solidário.

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