Cimi Regional Sul – Equipe Porto Alegre
Na madrugada desta segunda-feira (17) a Polícia Federal (PF) e a Brigada Militar ocuparam a estrada em frente à comunidade Kaingang de Kandóia, município de Faxinalzinho, no Rio Grande do Sul. Numa operação que mobilizou centenas de homens equipados com armamentos pesados, viaturas, helicópteros, cães e cavalos as Polícias executaram mandados de busca e apreensão na área, relativos ao inquérito policial que investiga as mortes de dois agricultores ocorridas no mês de abril na região.
O que chamou a atenção dos indígenas nessa mega-operação foi a desproporcionalidade: contingente superior a 200 homens, cavalaria montada, 70 viaturas, policiais acompanhados de cães, helicópteros, Corpo de Bombeiros, armamento pesado e a presença da mídia. Assim como ocorreu por ocasião da prisão de cinco lideranças, em 9 de maio, a RBS e outros veículos de imprensa estavam acompanhando a polícia.
Os policiais adentraram nas casas a partir das 6h, mas não encontraram nada. Levaram um veículo de um morador da aldeia e fotografaram todos os homens da comunidade, incluindo adolescentes. Obrigaram a todos o fornecimento de saliva, possivelmente para a realização de análise genética.
O procurador da República de Erechim estava com os policiais. Os advogados dos indígenas e a Defensoria Pública da União, que prestam apoio jurídico no caso em investigação, não foram informados da operação policial. A Funai, órgão indigenista oficial, também não foi informada e portanto não esteve presente na operação. A pergunta que se deve fazer nesta ocasião é: por que a Polícia Federal chamou a imprensa e não foi capaz de informar a Funai sobre a operação?
Ao que parece, a Polícia Federal se preocupa em dar espetáculo ao invés de concluir um inquérito que já dura oito meses.
Outras perguntas que se fazem necessárias diante da mega-operação policial contra a comunidade indígena: por que a Polícia não age da mesma forma quando é para investigar crimes praticados contra a vida de indígenas, como foi o caso do assassinato de Oziel Terena, morto com um tiro disparado por policial numa operação de reintegração de posse no Mato Grosso do Sul? Por que a Polícia Federal não tem o mesmo empenho em investigar adequadamente os fatos criminosos praticados contra o povo Tenharim, no Amazonas? Por que a Polícia Federal não tem o mesmo empenho em coibir extração ilegal de diamantes na terra indígena Suruí, em Rondônia? Por que a Polícia Federal não tem o mesmo empenho em combater o narcotráfico? Por que não empreende o mesmo esforço para investigar a ação violenta ocorrida na terra do Povo Munduruku, no Pará, quando um indígena foi executado por um delegado da Polícia Federal? Por que não há o mesmo empenho na investigação e no combate às milícias armadas, contratadas por fazendeiros, em Mato Grosso do Sul, para atacarem comunidades indígenas que lutam pelo seu direito constitucional à demarcação de terras? E no caso do povo Tupinambá, quando agentes da PF torturaram cinco indígenas em 2009 e o processo penal foi arquivado porque a Polícia alegou não ser possível identificar os culpados?
Há que se perguntar quanto investimento de recursos públicos foi destinado a esta ação policial em Faxinalzinho, para mais uma vez a Polícia Federal dar espetáculo às televisões, rádios e jornais? Há que questionar também, neste momento, o fato de que, para dar espetáculo, são disponibilizados centenas de policiais, recursos, veículos, helicópteros e quando há efetivamente demanda pública, como a proteção das fronteiras e o combate ao contrabando, narcotráfico e todos os demais ilícitos que ocorrem nas faixas de fronteira, não há homens, não há recursos e muito menos viaturas.
Contra os pequenos, aqueles a quem os poderes públicos sonegam os direitos humanos, as ações são abruptas, truculentas e desproporcionais. E quando agem contra setores mais abastados, como é o caso dos que roubam o dinheiro público, a Polícia Federal atua com delicadeza e conduz os suspeitos presos em jatinhos pagos com o erário público.
Porto Alegre, 17 de novembro de 2014
Cimi Regional Sul – Equipe Porto Alegre
Duvido que este site vai publicar isso, mas lá vai:
1) Não haveria necessidade de movimentar todo o aparato policial se os indígenas responsáveis pela morte dos colonos se apresentassem à policia, isentando todos os demais. Com certeza os responsáveis iriam responder pelo crime em liberdade;
2)é certo também que o Procurador da República que lá se encontrava, não estava para defender os indígenas ou a polícia, pois provavelmente estava acompanhando os fatos de forma neutra. Procurador não defende esse ou aquele;
3)o veículo que foi levado pela polícia, ao que consta os fatos narrados por testemunhas, estava no local onde os colonos foram mortos e era conduzido por indígenas;
4) a desproporcionalidade comentada nesse site acerca de mais policiais que indígenas com certeza foi para garantir o cumprimento da ordem judicial, ao contrário do que ocorreu quando mataram os colonos. Ou seja, havia dois colonos mortos e quase 30 indios, e esses não estavam lá para manter a ordem naquela ocasião;
5)outros aspectos irônicos dessa reportagem nem vale a pena comentar para não esticar o assunto.
Entretanto, para finalizar, se esse site fosse em defesa dos indígenas, faria apenas comentários sérios, verdadeiros e não levianos. Ou seja, não merece o respeito de pessoas, pois busca favorecer apenas um lado, em prejuizo da sociedade como um todo. E nessa sociedade está incluida todas as raças, inclusive a dos indígenas, que também merecem o respeito de todos, especialmente de quem publica nesse site. Os indígenas precisam saber a verdade e não serem tratadas como trouxas e engambeladas por palavras falsas publicadas no site.
Se quem publica no site for mesmo a favor da busca da verdade dos fatos em prol dos indígenas, então pare de esconder a realidade, bem como pare de dar apoio a indígenas criminosos, em especial a aqueles que mataram os dois colonos. Uma coisa é certa, há criminosos em todo o seio da sociedade, e nem por isso devemos condenar a todos pelos atos praticados por alguns, e isso vale para os indios, brancos, negros, amarelos e os misturados. Por fim, afirmo, os indígenas DO BEM, que buscam suas terras, através do meios legais, terminam sendo prejudicados porque alguns cometem atrocidades como foi esse caso. E pior, todos os demais indígenas terminam sendo acusados indiretamente, e de forma genérica, porque pessoas com más intenções, publicam em defesa dos criminos.
É por isso que esse país não vai pra frente!
Mais uma perguntinha: o que fazia o Procurador da República em Erexim? Constitucionalmente, cabe a ele defender os povos indígenas ou a polícia?