Ganhador do “Prêmio Funarte de Arte Negra”, o projeto “Artes e Ofícios: Saberes e Fazeres Ancestrais e Civilizatórios” realiza oficinas e exposições até 18 de outubro, no Museo Casa de África de la Oficina del Historiador de la Ciudad de la Habana, na capital cubana
SEPPIR – O projeto “Artes e Ofícios: Saberes e Fazeres Ancestrais e Civilizatórios” realiza oficinas e exposições até o próximo dia 18 de outubro, em Cuba. As atividades acontecem no Museo Casa de África de la Oficina del Historiador de la Ciudad de la Habana, em Havana, capital do país caribenho.
Com idealização dos artistas brasileiros Eloísa Marques e Pedro João Cury, “Artes e Ofícios” compõe as programações do “Mês da Cultura Brasileira”, evento promovido pela Embaixada do Brasil em Cuba.
Contemplado com o “Prêmio Funarte de Arte Negra” em 2012, o projeto é a continuação dos trabalhos de estamparia africana realizados entre 2010 e 2012, no Quilombo do Jaó, localizado em Itapeva – SP. Neste período, também foram produzidos desenhos e pinturas na “Oficina Livre do Conhecimento”, realizada na Escola Municipal Juarez Costa no município paulista.
As atividades tiveram sequência, ainda, em novembro de 2013, numa primeira temporada em Havana. Além do Museo Casa de África, foram utilizados os espaços da Escuela Básica Rubén Bravo.
Editais de fomento à cultura negra
Nos últimos anos, editais de fomento à cultura negra ampliaram a quantidade de artistas e produtores/as negros/as nos palcos, teatros, ruas, galerias de arte e bibliotecas. Em 2012, projetos das diversas linguagens artísticas contaram com incentivos de cerca de R$10 milhões, liberados por meio de cinco premiações promovidas pelo Ministério da Cultura (MinC) em parceria com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (SEPPIR/PR).
As propostas foram apresentadas conforme o segmento artístico, para concorrer ao “Prêmio Funarte de Arte Negra”; “Curta-Afirmativo”; “Pontos de Leitura”; “Fomento à Pesquisa”; e “Co-edição de livros de autores negros”.
No que tange ao “Prêmio Funarte de Arte Negra”, 33 projetos – nas categorias artes visuais, circo, dança, música, teatro e preservação da memória – receberam apoio total de R$ 4,3 milhões, por meio da Fundação Nacional de Artes (Funarte/MinC). As premiações variaram de R$ 100 mil a R$ 200 mil para cada seleção.
Além disso, seis obras foram premiadas pelo “Curta-Afirmativo”, da Secretaria do Audiovisual (SAv/MinC). O edital apoiou produções audiovisuais em curta-metragem (10 a 15 minutos), no valor de R$ 100 mil cada, dirigidas ou produzidas por jovens negros/as com idade entre 18 e 29 anos. Na primeira edição, a temática e o formato foram livres, podendo ser ficção ou documentário, com possibilidade de utilizar técnicas de animação.
Já a Fundação Biblioteca Nacional (BN/MinC) destinou R$ 500 mil para a co-edição de 25 livros de autores negros, além de financiar a criação de 30 pontos de leitura de cultura negra, no valor total de R$ 3,2 milhões. Nesse ritmo, ainda foram distribuídos R$ 195,6 mil em bolsas de estudo para pesquisadores afro-brasileiros. Os benefícios variavam de R$ 500 a R$ 2,5 mil.