Chile: Mil guitarras em homenagem a Victor Jara

O vídeo abaixo foi feito há exatamente um ano, quando mais de mil guitarras – profissionais e amadores – e outras tantas vozes, incluindo as de crianças, se reuniram no Cemitério Geral do Chile para homenagear a passagem do dia que marcaria mais um aniversário de Victor Jara, Nascido em 28 de setembro de 1932 e assassinado no Estádio Nacional (hoje renomeado com seu nome) poucos dias após o golpe do 11 de setembro de 1973, o compositor, cantor, diretor teatral e professor Victor Jara merece ser lembrado sempre. Aí vai o vídeo, seguido do texto que o acompanha no Youtube. (Tania Pacheco)

Un 28 de Septiembre del año 1932, en un poblado llamado Quiriquina cercano a Chillán, nació el destacado músico, profesor, director de teatro y cantautor chileno Víctor Jara, asesinado por militares en septiembre de 1973, tras ser detenido el día del golpe militar que encabezó Augusto Pinochet y la derecha chilena. (mais…)

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Caros senhores signatários do ‘Manifesto à nação brasileira’, por Caroline Silveira Bauer

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Se existe tanto orgulho e regozijo dos 21 anos de ditadura, por que se calar diante das convocações da Comissão Nacional da Verdade?

Caroline Silveira Bauer, em Carta Capital

Esta é uma carta escrita por uma historiadora, nascida no início da década de 1980, e que dedicou os últimos doze anos ao estudo da ditadura civil-militar brasileira. Embora não tenha vivido “integralmente este período” – o que me daria uma pretensa legitimidade enquanto testemunha – as credenciais de historiadora permitem que eu contraponha a memória dos senhores sobre a ditadura – porque não ousaria chamar seu pronunciamento de história – a partir de alguns questionamentos comuns a um pesquisador, ou parafraseando Brecht, a um operário que lê.

Não me prolongarei em relação à tortura. Frente às evidências empíricas – documentais e testemunhais – de seu emprego como prática sistemática pela ditadura, de seu ensinamento em cursos de interrogatório (assumido anteriormente por generais que assinam esse manifesto), as teses de “casos pontuais” ou “excessos” carecem de legitimidade. A tortura foi regra, e não exceção durante o regime discricionário. E, se foram casos que não contavam com a aprovação da alta oficialidade, por que não foram investigados e os responsáveis punidos no momento em que as denúncias ocorriam? A impunidade também foi um erro, assim como os desaparecidos políticos?

Me deterei, um pouco mais, na tentativa de lhes explicar a ineficácia argumentativa da “teoria dos dois lados”, ou “teoria dos dois demônios”, como ficou conhecida a tentativa de equiparação entre os crimes cometidos pelo Estado e os oriundos da violência revolucionária das organizações guerrilheiras. Os senhores realmente acreditam que o Estado e seu aparato de informações e repressão pode ser comparado a ações de guerra revolucionária? (mais…)

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OAB defende juízes que Gilmar Mendes criticou

Presidente da OAB e Gilmar Mendes

Brasil 247 – Em nota, a entidade presidida por Marcus Vinícius Furtado Coelho defendeu os ministros que integram o Triubunal Superior Eleitoral; dias atrás, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, disse que “falta preparo” aos integrantes da corte; “Os juristas que integram o TSE bem exercem as suas atribuições ao dar ampla efetividade à Lei da Ficha Limpa”, diz a nota; Gilmar discordou publicamente da punição a José Roberto Arruda e Paulo Maluf. Leia, abaixo, a nota da OAB:

OAB emite nota em apoio aos juristas do TSE

Brasília – O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, por seu Presidente, manifesta irrestrito apoio aos advogados que, merecedores de toda confiança, na condição de Ministros, compõem o Tribunal Superior Eleitoral nas vagas reservadas a juristas.

Indicados pela composição plena dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, com posterior escolha pela Presidência da República, como determina a Constituição, por ostentarem notório saber jurídico e reputação ilibada, representam o lídimo exercício da cidadania e da efetivação da democracia constitucional, julgando conjuntamente com os demais integrante da Alta Corte Eleitoral para aplicar justiça com probidade, altivez, independência e consciência social.

Os juristas que integram o TSE bem exercem as suas atribuições ao dar ampla efetividade à Lei da Ficha Limpa.

As instituições caminham em comunhão pelo enaltecimento da democracia e da política séria.

 

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MPF/MS: UFGD suspende vestibular para curso de Pedagogia na Aldeia Porto Lindo

cocarMedida atende recomendação do MPF, que busca adequar percentual de vagas aos índios e reestruturar programa com base nas necessidades da comunidade

MPF MS

A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) acatou recomendação do Ministério Público Federal no Mato Grosso do Sul (MPF/MS) e suspendeu o Processo Seletivo para o Curso de Licenciatura em Pedagogia, na modalidade educação à distância, para o Polo de Japorã/MS, localizado dentro da Reserva Indígena Porto Lindo, da etnia guarani-kaiowá. As provas, que seriam realizadas no dia 28 de setembro, foram adiadas por 60 dias para realização de correções no edital.

Para a instituição do programa, a UFGD teria garantido à comunidade a destinação de ao menos 50% de vagas específicas aos indígenas, além da previsão de um processo seletivo diferenciado e a incorporação de uma metodologia própria de ensino. No entanto, além de não prever reserva de vagas especificamente para indígenas, a comunidade não foi consultada sobre a estruturação do curso.

Segundo a Convenção n° 169 da OIT, deverão ser tomadas medidas para garantir aos índios o acesso à educação em todos os níveis e em condições de igualdade aos demais cidadãos brasileiros. A Convenção também determina que programas e serviços educacionais concebidos para os povos indígenas interessados deverão ser desenvolvidos e implementados em cooperação com eles, para que possam satisfazer suas necessidades especiais e incorporar sua história, conhecimentos, técnicas e sistemas de valores. (mais…)

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MPF SP entra com ação contra o SBT por declarações de Rachel Sheherazade em apoio a ação de “justiceiros” no Rio

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Veiculação dos comentários violou princípio da dignidade da pessoa humana e direitos da criança e do adolescente, além de estimular a tortura e a justiça com as próprias mãos

MPF SP

O Ministério Público Federal em São Paulo ajuizou ação civil pública contra o SBT em virtude das declarações da âncora Rachel Sheherazade justificando e legitimando as atitudes de um grupo de “justiceiros” que agrediu, despiu e acorrentou a um poste um jovem de 15 anos, acusado de praticar pequenos furtos no bairro do Flamengo, Zona Sul do Rio de Janeiro, em fevereiro deste ano.

A Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão pede, em caráter liminar, que a emissora veicule um quadro com a retratação dos comentários da jornalista, sob pena de multa de R$ 500 mil por dia de descumprimento. A veiculação deverá esclarecer aos telespectadores que tal postura de violência não encontra legitimidade no ordenamento jurídico e constitui atividade criminosa ainda mais grave do que os crimes de furto imputados ao adolescente agredido. A ação do MPF solicita ainda que o SBT seja condenado a pagar R$ 532 mil reais de indenização por dano moral coletivo, calculada com base nos valores de inserção comercial praticados pelo canal de TV.

Após a reportagem que mostrou a violência contra o jovem, exibida durante o telejornal “SBT Brasil” em 4 de fevereiro, a apresentadora afirmou: “O que resta ao cidadão de bem que ainda por cima foi desarmado? Se defender, é claro! O contra-ataque aos bandidos é o que eu chamo de legítima defesa coletiva de uma sociedade sem Estado contra um estado de violência sem limite”. Para o procurador Pedro Antonio de Oliveira Machado, tal comentário defendeu a tortura praticada – sanção proibida pela Constituição – e violou o princípio da dignidade da pessoa humana. Além disso, a âncora já considerou o jovem culpado e condenado, ignorando a presunção de inocência prevista na lei. (mais…)

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Lilia Schwarcz destruindo a tese da democracia racial em Demétrio Magnoli

Foto: Escravidão – ONU
Foto: Escravidão – ONU

Danilo Santos, em Camanducaia History

No Brasil há algumas correntes acadêmicas que tentam justificar a famosa “democracia racial.” Segundo tais correntes, no Brasil não há racismo, e se não há racismo não há motivo para se falar do tema. Ainda que pesquisas de opinião provem o contrário, alguns autores tentam distorcer os dados para finalmente passar a idéia de que há harmonia racial.

Entre um dos mais destacados atualmente que difunde a concepção de democracia racial no Brasil, está o jornalista e sociólogo, Ali Kamel, da Rede Globo. Ele escreveu o livro “Nós não Somos Racistas.” Seu principal argumento se refere à distinção econômica e não pela cor da pele. Mas Ali Kamel ignora um fator muito importante na sua análise: o aspecto cultural. Ignora por exemplo a vasta bibliografia historiográfica que procurava legitimar a distinção racial na montagem do projeto do Brasil Nação. Só para citar aqui alguns autores como exemplo: Karl Von Martius, Varnhagen, Oliveira Vianna, Calmon, Afonso Arinos, Euclides da Cunha. São autores que procuraram explicar o Brasil pelo determinismo biológico e geográfico. Não estou dizendo que são intérpretes que não devam ser lidos. Muito pelo contrário, devem ser lidos para que possamos compreender como eles influenciaram nas políticas de segregação, e mais importante, como influenciaram na construção da memória oficial do Brasil nação. O problema é que os defensores da tese da democracia racial não citam esses autores. Ou não citam por que não leram, ou não citam por cinismo, uma vez que qualquer aluno de curso de graduação, por mais fundo de quintal que seja, discute esses autores em sala de aula.

Bom, como sabemos, quem não lê está sujeito a levar coice de quem lê. E Demetrio Magnoli levou uma bela borduada da antropóloga Lilia Schwarcz no Programa do Jô. Schwarcz é autoridade sobre pesquisas relacionadas aos temas do pensamento racial no Brasil. No final do texto vou postar o link do vídeo para que vocês possam ver a resposta da Lilia a Magnoli. Aos 10:55 minutos do vídeo, Magnoli questiona Lilia sobre a seguinte questão: “Se nos EUA e na Europa, em meados do século XIX, as nações propunham a segregação racial, aqui no Brasil fazíamos o contrário.  Karl Von Martius, que venceu o concurso do IHGB, formulou um projeto de como se devia escrever a História do Brasil, incluindo as 3 raças: indígena, branca e africana. Enquanto nos EUA mandavam negros de volta para a África, aqui preferimos viver juntos.”

Ao ouvir isso do Magnoli, eu fiquei imaginando como pode um homem que tem vários livros publicados poderia falar tamanha bobagem em um programa televisivo de grande audiência. Ainda mais para uma pesquisadora do nipe da Schwarcz. Pediu pra levar porrada. (mais…)

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O papel da mídia na difusão do racismo e o silêncio acadêmico

 

deputado FDP

Danilo Santos, em Camanducaia History

Discutir o racismo no Brasil é muito complicado. Complicado porque falta muita seriedade no debate entre o público leigo, público tanto passivo quanto ativo às práticas discursivas do racismo. No meio acadêmico a discussão é riquíssima no sentido de trazer à tona novas abordagens e reinterpretações sobre o nosso passado colonial escravocrata. Mas o debate perde em qualidade quando o tema “racismo” se fecha, se isola nas comunidades acadêmicas. Quando isso acontece, o alcance dos discursos racistas por parte das camadas conservadoras é muito maior sobre a sociedade. Há necessidade dos pesquisadores acadêmicos democratizarem os frutos das suas pesquisas nas mídias mais acessíveis e em linguagens acessíveis aos leigos. Se isso não acontecer, discursos preconceituosos dos Danilos Gentilis serão mais receptivos, alimentando as práticas racistas que vemos na atualidade.

Um dos principais argumentos dos racistas é o de que no Brasil não existe racismo. Para eles, o que existe é um “coitadismo exacerbado” que vê racismo em tudo. Para construírem tal argumento, utilizam o famoso bordão: “Mas que mal há em chamá-lo de macaco? Me chamam de palmito e eu nem ligo.” É o que dizem os Gentilis. O que eles ignoram é o fato de que a ideologia inerente à animalização do negro, foi um fator determinante para legitimar a escravidão dos negros africanos desde os tempos em que aquele continente se viu sob o jugo do império islâmico. Até nos escritos gregos da Antiguidade, principalmente nos escritos de Hipócrates e Galeno, ambos, médicos, o negro africano é representado analogicamente à condição animal. Mas vou simplificar e falar mais da construção da identidade nacional na perspectiva oficial para mostrar o quanto é equivocado o argumento de que não há mal algum em denominar um negro de “macaco” e o que isso implica na prática. (mais…)

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Territorio: Titulación, muerte y persecución

Viudas de dirigentes ashánincas asesinados en la comunidad nativa Saweto, en la cuenca del Tamaya en Masisea
Viudas de dirigentes ashánincas asesinados en la comunidad nativa Saweto, en la cuenca del Tamaya en Masisea

Por Rubén Darío Ninahuanca Rivas*

“Somos como los perros; ladramos la piedra que nos hizo daño, más nunca mordemos la mano que nos la arrojó.”

Servindi

La muerte de los cuatro hermanos Ashaninkas de la comunidad nativa Saweto, en la región Ucayali – Perú, nuevamente abarrotó las portadas de los medios de comunicación nacional, predisponiendo que cada vez que obtengamos noticias sobre los hermanos indígenas deberán estar relacionados a los actos de violencia o muerte, dejando de la lado la investigación sobre las causas que han originado estos hechos.

Los procesos de titulación nos están costando muchas muertes de líderes indígenas en forma sistemática y no existe voluntad política para acelerar estos procesos” (Q.E.P.D. Ylder Flores Gonza – Dirigente Indígena- San Martín)

El 2 de noviembre del 2010, en el distrito de César López, Provincia de Alto Amazonas, región Loreto; el dirigente Shawi Miguel Huaynacari Huayta “[…] Lo encontraron a una hora aguas abajo del caserío en la quebrada Yanayacu […] Encontraron una huella de bala en la espalda, el rostro desfigurado y sin el cuero cabelludo…”, según el acta de levantamiento del cadáver. (mais…)

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Condecoran a Ollanta Humala por servir a transnacionales extractivas

ollanta-minerasServindi

El presidente Ollanta Humala recibió el jueves 25 de setiembre la condecoración Insignia de Oro (Oro Insigne) de parte de la Sociedad de las Américas (SA) y el Consejo de las Américas (COA), en una cena de gala auspiciada por empresas de cuestionada trayectoria ambiental como Pluspetrol.

Otras de las empresas que auspiciaron directamente la condecoración son Barrick Gold y Freeport-McMoRan, patrocinadora del proyecto Cerro Verde, no libres de conflictos socio ambientales en el Perú.

Particularmente grave es el prestigio de Pluspetrol, empresa asociada a la contaminación de cuencas y a derrames de crudo de petróleo en la amazonia peruana. (mais…)

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Aluno da 5ª série dá lição contra racismo e deixa professora emocionada

turma da mônica pintada
Foto: Reprodução do Facebook

Menino, que estuda no Rio de Janeiro, transformou personagens de Turma da Mônica em negros

Correio 24 horas

Um aluno da 5ª série do Ensino Fundamental de uma escola do Rio de Janeiro surpreendeu a professora ao entregar uma prova com os personagens da Turma da Mônica pintados com lápis de cor marrom, indicando que ele era contra qualquer tipo de manifestação racista.

A professora Joice Oliveira Nunes, que trabalha na Escola Municipal Professora Irene da Silva Oliveira, no bairro Vila Cava, em Nova Iguaçu, disse que o menino chamado Cleidison emocionou aos adultos que trabalham na instituição com o gesto.

Muito orgulhosa do aluno, ela publicou a foto em uma rede social e fez sucesso entre os internautas. “Todo bimestre tem votação na minha sala para escolher a capa da prova. A capa desta vez foi da Turma da Mônica. Meu aluno Cleidison me entrega a capa da prova me avisando: ‘Pintei da minha cor, tá? Cansei desses desenhos diferentes de mim’. Recado dado”, escreveu no Facebook.

Alguns internautas brincaram e pediram que ela desse nota 10 ao menino.

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