Apesar da estabilidade em índice que mede a desigualdade, ministros dizem, em coletiva de imprensa, que os desequilíbrios sociais estão em queda constante. “Não acho que parou, essa estabilizada da desigualdade não veio para ficar. Os dados mostram que ela continua essa tendência de queda em 2014, para além dos dados da Pnad [Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios]”, disse o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Marcelo Neri.
O índice de Gini, que mede a desigualdade de renda em um país – quanto mais próximo de 0 e mais distante de 1, reflete menor desigualdade – teve variação de 0,001, segundo os dados divulgados ontem (18). Em 2013, o indicador referente ao rendimento dos domicílios brasileiros ficou em 0,5, depois de ter caído pela primeira vez para 0,499 no ano anterior. De 2011 para 2012, a variação também foi pequena, de 0,501 para 0,499.
“De um lado, teve uma expansão importante, recente, do [Programa] Brasil sem Miséria, que é um programa muito focado. Isso, em junho de 2014. E, por outro, um aumento da escolaridade e redução do analfabetismo. São indicadores antecentes, os mais importantes para prever o futuro da desigualdade de renda no Brasil”, acrescentou o ministro, ressaltando que são indicadores de que a desigualdade continuará caindo.
“Nossa avaliação é que a vida continua melhorando para todos os brasileiros. Tem vários aspectos que não só são extremamente positivos, mas mostram a sustentabilidade do crescimento e da melhoria de vida da população brasileira”, disse a ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello. Ela citou que o rendimento médio de todos os trabalhadores, em 2013, melhorou 5,7% na comparação com 2012, subindo de R$ 1.590 para R$ 1.681.
Os dados também mostram, entretanto, que o aumento da renda entre os mais ricos cresceu mais que o aumento da renda entre os mais pobres. De 2012 para 2013, o crescimento da renda dos 10% mais ricos foi 6,3%, enquanto os 10% mais pobres tiveram ganho de rendimento de 3,5%.
Neri justificou a situação pelo alto crescimento, no ano anterior, da renda da parcela mais pobre. “A renda dos mais pobres está crescendo. Sempre que tem um ano de crescimento muito forte – no ano passado os 5% mais pobres tiveram crescimento real de 20%, isso é uma coisa, um crescimento triplamente chinês – então, este ano está tendo um crescimento mais ou menos em linha, até acima do PIB [Produto Interno Bruto] brasileiro”, disse.
O ministro da Educação, Henrique Paim, comemorou os resultados da área. Segundo ele, houve incremento no ritmo da média dos anos de estudo dos brasileiros. “Em uma década alcançaremos dois anos a mais de estudo, o que é significativo”, disse.