MAB – Nessa terça-feira (02) começou o Seminário Regional Nordeste da Plataforma Operária e Camponesa para a Energia. Reunidos em Recife, no auditório do Centro de Tecnologia e Geociências da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), mais de 150 militantes de organizações do campo e da cidade discutiram a energia no cenário geopolítico e os desafios do setor energético no Brasil.
“Os recursos naturais são cada vez mais preciosos, cada vez mais disputados pelas empresas transnacionais e pelas grandes potências mundiais. Quem tem recursos naturais, tem poder”, afirma Igor Fuser, professor da UFABC que contribuiu no debate, demarcando o caráter estratégico da energia para o desenvolvimento da economia no mundo e sua centralidade nos conflitos atuais.
Na matriz energética global, o petróleo continua sendo a principal fonte e os dados indicam que seguirá no topo da matriz por décadas a frente. O petróleo não é apenas uma fonte de energia, mas também é matéria-prima para a produção de derivados de alto valor econômico. Por isso possui tanta importância para a indústria: gera a energia necessária ao seu desenvolvimento e garante a produção de ainda mais riquezas.
Dessa maneira, quanto mais se desenvolve a cadeia produtiva do petróleo, desenvolve-se também a indústria, gerando empregos e extraindo o máximo da riqueza desse mineral. Exportar petróleo cru é, portanto, optar por não desenvolver a indústria brasileira.
Antônio Moraes, presidente da FUP, ao tratar da crise de abastecimento em São Paulo, questionou: “Por que também não falta energia, já que a água que gira as turbinas das hidrelétricas é a mesma que deveria cair nas torneiras das casas?”, afirmando que não se trata da “seca” anunciada pelos meios de comunicação de massas, estranhamente localizada em apenas um estado do país, mas de uma verdadeira falência na gestão do governo do PSDB.
José Josivaldo, da coordenação nacional do MAB, reforçou a importância de fortalecermos ainda mais a luta dos atingidos por barragens com a luta dos trabalhadores do setor elétrico, compreendendo que a construção de um Projeto Energético Popular é tarefa de toda a classe trabalhadora.
O seminário continua hoje, dia 3, com os temas:
– Estado e sociedade no planejamento, regulamentação e organização da indústria de energia e os desafios ao nordeste brasileiro.
– Os desafios para a classe trabalhadora na construção do projeto energético popular.