Festival de audiovisual ambiental exibe 62 filmes sobre meio ambiente no Rio

Paulo Virgílio – Repórter da Agência Brasil 

Com 62 filmes brasileiros e estrangeiros na programação, todos com exibição gratuita, começa na próxima quinta-feira (4), no Rio de Janeiro, a quarta edição do Filmambiente – Festival Internacional do Audiovisual Ambiental. Este ano o evento terá a presença, entre os convidados, de cineastas estrangeiros e diretores de outros festivais internacionais sobre o tema, e pela primeira vez irá às zonas norte e oeste da cidade com exibições de filmes nas Naves do Conhecimento, da prefeitura do Rio.

Os filmes da mostra, que vai até o próximo dia 10, foram selecionados entre produções recentes apresentadas em importantes festivais mundiais, como os de Cannes e Berlim, e também entre os mais de 400 inscritos. O Filmambiente tem uma mostra competitiva, de longas e de curtas-metragens, e cinco mostras paralelas.

O tema central desta edição, Porque o Futuro Chegou, está expresso em filmes que contam a história de pessoas que lutam para mudar as expectativas e criar um futuro melhor para o planeta. É o caso de Virunga, produção britânica dirigida por Orlando von Einsiedel, que abre o festival às 21h do dia 4, no Espaço Itaú de Cinema, em Botafogo, zona sul do Rio.

O documentário conta a história de pequena equipe de guardas florestais que protege o Parque Nacional de Virunga, no Congo, África, um dos lugares mais ricos em biodiversidade no mundo, que abriga os últimos gorilas da montanha. Além de defender o parque – patrimônio mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) -, a equipe enfrenta as ameaças de um grupo rebelde do país africano.

“Já é tempo de resolver os problemas ambientais, de mostrar as soluções para eles”, enfatiza Suzana Amado, diretora e idealizadora do Filmambiente. Os filmes desta edição mostram o que as pessoas estão fazendo para resolver as questões”. Atitudes políticas em prol do meio ambiente e da sustentabilidade também estão presentes nos outros sete documentários de longa-metragem da mostra competitiva, entre eles o brasileiro Naquela Época e Hoje, de Luiz Adelmo Manzano, que aborda a preocupante situação da saúde das pessoas, em plena era da informação, apesar da evolução científica e tecnológica.

Seis diretores estrangeiros debaterão seus filmes com o público após as sessões. Além dos oito longas, 25 curtas estão na competição, exibidos em sessões também no Espaço Itaú de Cinema. São documentários, filmes de ficção e de animação, de 20 países tão diversos quanto as temáticas abordadas.

Entre as mostras paralelas, a Cine’Eco 20 Anos, que será apresentada no Instituto Moreira Salles (IMS), homenageia as duas décadas do festival de cinema ambiental na cidade de Seia, em Portugal. O diretor da Cine’Eco, Mario Branquinho, é um dos convidados do Filmambiente e participa no dia 9, às 18h30, no Oi Futuro Ipanema, do painel Meio Ambiente: Evolução Temática e de Abordagem nos Últimos 20 Anos. Com mediação do jornalista Agostinho Vieira, o painel terá como debatedores o economista e ecologista Sergio Besserman e a jornalista e cineasta Paula Saldanha.

Outra discussão terá lugar no sábado (6), às 16h, no Museu do Meio Ambiente, no Jardim Botânico, quando será exibido, fora da mostra competitiva, o filme brasileiro O Veneno Está na Mesa 2, de Silvio Tendler. O novo documentário do cineasta, que participará de debate após a exibição, dá continuidade à reflexão sobre o perigo que o uso de agrotóxicos representa para a saúde, mostrada no primeiro filme dele sobre o tema, lançado em 2011.

O Veneno Está na Mesa 2 também será exibido na Nave do Conhecimento de Madureira, zona norte do Rio, uma das quatro – as outras ficam na Penha, no Irajá e na Vila Aliança – que terão sessões do festival, voltadas para alunos das escolas públicas e para os moradores desses bairros. Para as exibições nas Naves do Conhecimento, os organizadores do Filmambiente programaram documentários brasileiros que tratam de qualidade de vida e de alimentação.

“A proposta é expandir o festival e sair do circuito zona sul. Principalmente com o propósito de atrair crianças e alunos da rede de ensino, de trabalhar na formação de plateias interessadas no cinema ambiental”, defende Suzana Amado, que aposta na parceria com a prefeitura carioca para a ampliação dos espaços de exibição do festival.

Os filmes vencedores da mostra competitiva serão exibidos no dia 11, a partir das 18h30, no Oi Futuro Ipanema, espaço que também participa pela primeira vez do festival. A programação completa está disponível no site www.filmambiente.com.

 

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.