Reservatório de Quilombo do Jaó, em Itapeva, pode ter sido envenenado. Caso aconteceu no fim de abril, e está sendo investigado pela polícia.
Caio Silveira, do G1 Itapetininga e Região
O resultado do exame que pode comprovar o envenenamento no reservatório de água que abastece o Quilombo do Jaó, em Itapeva (SP), deve ficar pronto até 5 de junho. A informação é da gerente da Vigilância Ambiental do município, Tatiana Ribas Gemignani.
A amostra está sendo estudada desde 29 de abril no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. A suspeita é de que alguém teria colocado agrotóxico na caixa d’água que abastece 56 famílias que vivem no local. “Conversei com o pessoal do instituto na terça-feira (6), e eles me informaram sobre o prazo de um mês. Pode ser que o resultado saia antes, tudo depende da demanda deles”, afirma Gemignani ao G1.
A caixa d’água possivelmente envenenada já foi esvaziada e limpa por uma empresa terceirizada pela prefeitura. Apenas um morador ingeriu o produto possivelmente alterado. Ele não passou mal.
Em entrevista ao G1, o delegado responsável pelo caso, Alaor de Aguiar Filho, afirma já ter ouvido moradores da comunidade quilombola, mas que, por enquanto, não há suspeitos. “Ainda não foi lançado pelos moradores a hipótese de alguma pessoa com desavenças ter feito isso. Como não houve vítimas, no caso de alguém passar mal, por enquanto só podemos aguarda pelo laudo. É a partir dele que teremos a certeza de que alguma pessoa envenenou a água, ou se foi alguma contaminação natural”, revela.
Entenda o caso
Em 25 de abril, moradores do Quilombo do Jaó tiveram um susto depois que o reservatório de água do local foi possivelmente envenenado. O líder da comunidade quilombola, Antônio Aparecido de Oliveira Lima, denunciou o caso na polícia. Ele afirmou que a caixa d’água coletiva, que abastece as casas das 56 famílias que vivem na área, foi contaminada por pesticida.
Segundo ele, o crime foi descoberto depois que dois moradores perceberam o cheiro de produto químico na água. “Uma dessas pessoas sentiu o cheiro forte quando foi lavar o rosto de manhã. Já o outro também sentiu o cheiro, mas mesmo assim bebeu. Eles então vieram me procurar para dizer que havia algo estranho na água”, explica.
Ainda de acordo com Antônio Lima, ele foi até o reservatório acompanhado de outros moradores e perceberam que o local estava com resquícios de veneno. “Quando subi na caixa, vi que tinha um pó espalhado por todos os lados. Ao jogarem aquele produto na água, ele também se espalhou e ficou parado em cima dos canos e ferragens”, ressalta.