“Exclusivo: Bolivianos culpam Brasil por enchentes e desejam processar o país por danos e prejuízos de bilhões de dólares”

gado se afogando
Cerca de 90 mil cabeças de gado perdidas

Por +RO

Mais um imbróglio vem aí pela frente envolvendo as usinas do rio Madeira, o progresso e a discórdia. O consultor ambiental boliviano, Walter Justiniano Martinez, 54, de Guayaramerin (Bolívia), tem em mãos um relatório onde consta que o Brasil é o culpado pelas enchentes na Bolívia, que culminou com 60 pessoas mortas e 90 mil cabeças de gados perdidas. O prejuízo é de cerca de 50 bilhões de dólares e mais de 40 mil hectares de culturas agrícolas afetadas. Segundo ele, “o governo boliviano sabia dos problemas que seriam provocados pelas barragens das usinas de Jirau e Santo Antônio e não fez nada a este respeito”. Explicando, as represas de Jirau e Santo Antônio não deixam a água escoar, culminando com enchentes rio acima, pegando o Beni. As fortes chuvas que caem sobre a Bolívia agravaram ainda mais o problema. Veja no mapa abaixo.

Mapa Bolívia inundada

Bolívia conhecia os efeitos de barragens brasileiras na Amazônia.  O governo sabia que as barragens construídas na bacia do rio Madeira causariam grandes inundações no país por mais de seis anos.

Em 2006, o ministro dos Negócios estrangeiros David Choquehuanca, enviou uma carta para seu homólogo brasileiro manifestando o o perigo da construção destas barragens para a Bolívia. O governo boliviano  já tinha alertado sobre os impactos há mais de sete anos.

Na nota enviada por Choquehuanca, citado em La Razón (jornal boliviano), argumentou-se que entre os impactos prováveis “é considerado a inundação do território boliviano, como um efeito dos reservatórios que afetarão, de um lado, a existência da Floresta Amazônica, na bacia do Madeira, as riquezas em castanha”.O processo de consulta bi-nacional com vários encontros e reuniões presidenciais, ministeriais e técnicas foi lançado em novembro do mesmo ano. O II encontro técnico realizado nos dias 30 e 31 de outubro de 2008, em La Paz, a troca de informações sobre os projetos hidrelétricos Jirau e Santo Antonio. Bolívia, então, expressa seu aborrecimento pela ausência de delegados técnicos suficientes, do Brasil, apesar do compromisso.

No mesmo tempo, organizações camponesas da Bolívia e do Brasil criaram o movimento em defesa da bacia do Rio Madeira e a Região Amazônica.

Estudos e declarações de organizações de proteção ambiental também alertaram para os riscos, incluindo a Liga de Defesa do Ambiente (Lidema), que, em 2009, exortou o governo “em conformidade com os acordos internacionais, independentemente da agenda positiva com o governo brasileiro”.

Em 2011, um seminário sobre projetos de energia no Brasil, o Vice Ministro Juan Carlos Alurralde, disse à Reuters que o governo não estava satisfeito com os relatórios do Brasil em defesa da hidrelétrica e esperava mais esclarecimentos e garantias.

Então, o primeiro secretário da Embaixada do Brasil na Bolívia, Ruy Ciarlini, disse à Reuters que eles tinham “dados científicos que mostram que não há nenhum risco”. Até ontem, em Beni foram relatadas 84 mil carcaças (gado) e perdas de 50 bilhões de dólares. Mais de 39 mil hectares de culturas afetadas, enquanto o número de vítimas cresce dia a dia devido às enchentes.

O presidente Evo Morales, solicitou na terça-feira,  investigações sobre o impacto das enchentes  no Beni.

Um prejuízo de 50 bilhões de dólares
Um prejuízo de 50 bilhões de dólares

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Gleice Oliveira.

Comments (2)

  1. Há possibilidade de a razão da enchente ser as intervenções no Rio Madeira são quase inegáveis. No Brasil parte da enchentes no Estado de Minas Gerais se devem a intervenções em rios que nascem em MG e tiveram intervenções no ES. No local do PAC do Iguaçu, Botas e Sarapui se tem enchentes devido as obras do passado sem manutenção. Na Região Serrana/RJ, tb! Em Marica/RJ, a mesma coisa ressecaram lagoas e lotearam. E ainda tem os residuos contaminantes que são jogados nos afluentes do Rio Parnaiba /Piaui, pelo seu Delta que compromete a vida marinha até Abrolhosm na Bahua devido as correntes marinhas. Rios que nascem em Minas Gerais e seguem por São Paulo levam decartes para a Bacia do Prata.

  2. DEUS ABENÇOI ATODOS NESTES MOMENTOS NÃO SABEMOS O QUE FALAR HA NÃO CER ESTAS PALAVRAS.

    ATT: RAIMUNDO

    PORTO VELHO RO

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