Perú: un ingrato insensible que despoja territorios a los guardianes de La Amazonía

Familia machiguenga. Comunidad Quiriosiriato. Kimibiri
Familia machiguenga. Comunidad Quiriosiriato. Kimibiri

Por Ollantay Itzamná* – Servindi

5 de febrero, 2014.- El Distrito de Kimbiri es uno de los diez municipios de la Provincia de La Convención, en el Departamento del Cusco, en el sur del Perú. Tiene una extensión territorial de 1,134.69 Km2, y una población actual de 20,947 habitantes. Se encuentra en la selva alta de La Amazonía. Forma parte del codiciado y enigmático VRAEM (valles de los ríos Apurimac, Ene y Mantaro). Está ubicado en el noroeste del Cusco. En el valle del río Apurimac (afluente del Amazonas). Colinda con el Municipio de Echarate, en cuya jurisdicción está el Lote 88 (Camisea), la apetecida joya gasífera del Perú neoliberal. (mais…)

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Secas urbanas, por Roberto Malvezzi (Gogó)

Imagem: Defensoria Pública do MT
Imagem: Defensoria Pública do MT

“Fomos deseducados nos últimos anos a achar que água vem das paredes de nossas casas.  O consumo absurdo de 70% da água doce para fins de agricultura, 20% para a indústria e 10% para o uso doméstico são constatados, mas pouco questionados”. Confira artigo de Gogó: 

Roberto Malvezzi (Gogó) – Comissão Pastoral da Terra

Os reservatórios de água doce que abastecem S. Paulo e seu grande entorno estão em seu menor nível dos últimos 80 anos. Em Los Angeles, a escassez de água devido à baixa pluviosidade é a maior dos últimos 100 anos. Nós aqui no Nordeste estamos saindo – bem devagar, é verdade – da pior estiagem dos últimos 50 anos.

A novidade é que essas estiagens – há um debate global se já são agravadas pelas mudanças climáticas – agora não impactam apenas o meio rural, mas o meio urbano. Nessas concentrações estão dezenas de milhões de pessoas dependentes da água que sai das torneiras.

Fomos deseducados nos últimos anos a achar que água vem das paredes de nossas casas.  O consumo absurdo de 70% da água doce para fins de agricultura, 20% para a indústria e 10% para o uso doméstico são constatados, mas pouco questionados. Até os movimentos sociais defendem cegamente a irrigação como modelo de saída para a agricultura aqui no Nordeste. E nessa estiagem que passamos foi exatamente o uso para irrigação que secou o açude de Mirorós, na região de Irecê, obrigando o governo a fazer 100 km de adutora em poucos meses para que a população urbana não entrasse em colapso hídrico. (mais…)

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Polícia Federal invade aldeia Tupinambá da Serra do Padeiro e leva criança de dois anos

T3Por Renato Santana, de Brasília (DF)

CIMI – Durante invasão da Polícia Federal em aldeia Tupinambá da Serra do Padeiro, neste domingo, 2, no município de Ilhéus (BA), M.S.M, de 2 anos, em fuga para a mata, se desgarrou dos pais e acabou nas mãos dos policiais. O delegado Severino Moreira da Silva, depois da criança ter sido levada para Ilhéus, a encaminhou para o Conselho Tutelar do município que, por sua vez, transferiu o menor para uma creche, onde ele segue longe dos pais e isolado por determinação da Vara da Infância e Juventude.

Representante da Funai solicitou ao delegado a entrega da criança. A intenção era devolvê-la aos pais, mas Silva se negou a entregá-la ao órgão indigenista. De acordo com fonte consultada pela reportagem, o delegado se irritou com a acusação de que os federais teriam sequestrado a criança da comunidade e afirmou publicamente que o menor foi abandonado.

“Isso não é abandono! A PF que entrou atirando e então todos fugiram para o mato como tática de proteção e resistência (…) Quando estamos na mata e um animal foge sem os filhotes, saímos de perto porque sabemos que ele volta para buscar as crias”, diz cacique Rosivaldo Ferreira dos Santos Tupinambá, o Babau. A liderança afirma ainda que o pai voltou para buscar M.S.M, minutos depois de deixar a mulher com os outros dois filhos em segurança na mata, mas o menor já tinha sido levado pelos federais. (mais…)

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Comunidades tradicionais são tema de encontro da SEPPIR com instituições parceiras

A cooperação entre SEPPIR e PNUD, que prevê a realização de mapeamentos socioeconômicos participativos dos territórios, foi discutida na reunião
A cooperação entre SEPPIR e PNUD, que prevê a realização de mapeamentos socioeconômicos participativos dos territórios, foi discutida na reunião

A atividade foi realizada na sede do Pnud Brasil, em Brasília, com a participação de gestores da SEPPIR, representantes da Fundação Ford, Incra, Palmares, Conaq, MDA e do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia

SEPPIR – Quem são, onde estão e como vivem as comunidades tradicionais brasileiras. Estas são algumas das questões a serem respondidas em mapeamento deste segmento da população, visando garantir a efetividade das políticas públicas a ele direcionadas. O assunto foi discutido em reunião de instituições parceiras, proposta pela Secretaria de Políticas para Comunidades Tradicionais (Secomt), da SEPPIR, no dia 30 de janeiro.

O objetivo do encontro, realizado na sede do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), em Brasília-DF, foi discutir projetos desenvolvidos pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), com foco nas comunidades quilombolas, além de planejar ações a serem empreendidas em conjunto.

Além das representações da SEPPIR e do Pnud, participaram da atividade gestores da Fundação Ford e da Fundação Cultural Palmares (FCP/MinC), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq) e Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia. (mais…)

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6º Congresso do MST quer recolocar a luta pela terra na agenda do país

Créditos da foto: Arquivo
Créditos da foto: Arquivo

Alexandre Conceição, da coordenação nacional do MST, diz é preciso quebrar a invisibilidade a que o tema está condenado hoje junto ao governo e à sociedade

Najla Passos – Carta Maior

Brasília – O Movimento dos Trabalhadores Sem-terra (MST) se prepara para realizar seu 6º Congresso, de 10 a 14/2, em Brasília, com um horizonte de desafios tão grande quanto os que marcaram sua fundação, há 30 anos. Naquela época, a prioridade era organizar, na luta pela reforma agrária e pelo fim do latifúndio improdutivo, a grande massa de trabalhadores pobres, recém-expulsa do campo pelas políticas ditas modernizadoras da ditadura.  Hoje, é requalificar a luta histórica pela terra em um país no qual a combinação da mais oferta de emprego na cidade e políticas sociais se sobrepôs à reforma agrária como opção política para combater a pobreza, condenando esta última à invisibilidade.

“A questão luta pela terra hoje está fora da pauta da sociedade e do governo. Está cooptada por muitos intelectuais que acham que a reforma agrária e a luta pela terra não existe mais. Portanto, a luta pela terra está despolitizada. Ela tem acontecido, seja a luta dos indígenas, dos quilombolas, dos pescadores, a nossa luta. Mas está escondida, abafada”, afirma Alexandre Conceição, da coordenação nacional do MST. (mais…)

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A Síndrome de Payakan

explosao-doinstinto-selvagem-22246 Tenharim preso

 

 

 

 

 

 

Por Tereza Amaral com Joeser Alvarez, em Amazônia Legal

O que os indígenas suspeitos de terem assassinado Stef Pinheiro, Luciano Freire e Aldeney Ribeiro têm a ver com o cacique Payakan? Tudo. Mais de duas décadas depois do caso envolvendo a liderança Kayapó e sua mulher em um estupro, o tratamento dado, sobretudo por portais sensacionalistas, é semelhante: barbarização.

Em junho de 1992, a  revista Veja, à época ainda bastante conceituada, acusou logo na capa o cacique Paulinho Payakan com ‘O Selvagem’, em plena Eco 92. Na matéria com  manchete de página ‘A Explosão do Instinto Selvagem’, acompanhada do subtítulo  ‘Payakan, o cacique símbolo da pureza ecológica, estupra e tortura uma adolescente’, a revista condena a segunda maior liderança Kayapó depois de Raoni.

Todos os prêmios –  Global da ONU, Diploma da Sociedade por um Mundo Melhor -, dentre outros, foram desmerecidos nas palavras duras e acusatórias da Veja que, em momento algum, escreveu uma única frase do cacique. (mais…)

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Comissão Nacional da Verdade apura apoio de empresas ao golpe e a repressão

Trabalhadores homenageados no ato sindical em virtude de sua luta contra a ditadura exibem seus diplomas. Foto: Paula Macedo / ASCOM - CNV
Trabalhadores homenageados no ato sindical em virtude de sua luta contra a ditadura exibem seus diplomas. Foto: Paula Macedo / ASCOM – CNV

Comissão Nacional da Verdade – A Comissão Nacional da Verdade investiga a participação civil no golpe militar de 1964 e na ditadura que se impôs após a quebra da ordem constitucional. Uma das formas de investigar isso é saber quais empresas apoiaram financeiramente o golpe e, posteriormente, apoiaram a repressão, divulgando informações sobre seus funcionários para os agentes da ditadura.

“Sabemos que os trabalhadores como um todo sofreram com a ação da ditadura que redobrou a exploração de classe, visando acelerar a acumulação capitalista. Neste sentido os empresários solicitaram o uso da violência pelos agentes públicos contra a classe trabalhadora. A CNV tem um trabalho importante, que é apurar a participação civil no golpe, a participação das empresas no financiamento da ditadura e na repressão dos trabalhadores. Precisa construir a questão de como deve ser cobrada a reparação das empresas aos trabalhadores. Estamos lutando por tudo isto e vamos lutar mais”, afirmou a advogada Rosa Cardoso, que coordena as pesquisas da CNV sobre o Golpe de 64 e o grupo de trabalho Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical. (mais…)

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“O sono da razão produz monstros”: o caso da política militarizada no Brasil

Eustáquio José – Um Brasil de Verdade

Não é questão de ser contra a polícia. Não é questão de desconsiderar que dentro de qualquer lugar existem cidadãos de bem e pessoas que merecem o título de “boa gente”. Mas um caso é preciso ser falado, embora nunca o é: o Brasil precisa acabar de vez com a questão de uma polícia militarizada. Não só porque é fonte de desconfiança total e constante da população, mas também pelo que acontece lá dentro, pelo que faz com que soldados da PM se comportem de forma tão agressiva e de forma tão violenta como braço armado e carrasco do Estado. Na antiga união entre Igreja e Estado, durante a Idade Média, produziu-se o assombroso terreno para a Inquisição. Lá, por muitas e muitas vezes vemos relatos de o Estado executar, sob batuta de grandes representantes do clero, ávidos pelo poder, e muitas vezes em “jornada dupla” como clérigos e políticos mão de ferro, as mais diversas torturas, humilhações, penas capitais e coisas do tipo. Dessarte os tempos mudaram, mas a mentalidade pervertida e malévola não parece ter abandonado alguns seres humanos ainda sedentos por poder, mesmo que tenham no canto das bocas sangue inocente escorrendo.

Pois bem. A questão da Polícia Militar não é só o que se vê, mas é bem mais profunda. Por que será que Pm’s agem com tanta virulência contra a sociedade? Por que facilmente se corrompem? Por que são tão vingativos e causam tantos estragos à sociedade que deveriam estar defendendo? A resposta não deve ser jogarmos nossos dedos acusatórios nos “praças”, Pm’s sem patentes superiores, mas deve ser perguntar como alguém que os controla consegue manter táticas e poder comparáveis aos grandes inquisidores medievais. O ex- soldado da PM do Ceará,  Darlan Menezes Abrantes (confira reportagem aqui) parece ter um indicador para a resposta: a formação. Se você é doutrinado para ver no outro um inimigo, e não simplesmente o outro, você não protege ou assegura direitos, mas impõe forçosamente a lei dos mais “espertos” e reproduz com violência a ordem recebida. Se você sofre a lavagem cerebral de quem se comprometeu a te formar e tem seus direitos comparados a uma folha em branco que direitos você irá respeitar em alguém? O mal exemplo vem de cima, sempre vem de cima. A humilhação é reproduzida na futura abordagem que humilha. O passado sem regalia alguma ou mesmo direito respeitado se reproduz na falta completa de paciência, de respeito, de tolerância com que aje diante do outro, do suspeito, que é logo transformado em criminoso. O soldado é, logo, “soldado” para ser ferro que fere e não ferro que assegura a não ferida.

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Os 70 anos do cartunista Henfil – [Uma homenagem perfeita em termos de apresentação]

O cartunista Henrique de Souza Filho, o Henfil
O cartunista Henrique de Souza Filho, o Henfil

Traço rápido do mineiro fustigava medo generalizado buscando brechas na censura

Luiz Zanin Oricchio – O Estado de S. Paulo

Se estivesse vivo, Henrique de Souza Filho faria 70 anos hoje. Quem? Henfil, ora! Quem não o conheceu em sua época? Afinal, seu traço rápido e cheio de movimento deu origem a personagens que entraram para o imaginário brasileiro nos anos 70 em especial: a Graúna, o bode Francisco Orellana, o cangaceiro Zeferino, os Fradinhos. Henfil foi superconhecido de uma geração que ficava esperando, com água na boca, seus novos cartuns.

Com seus personagens, Henfil brincava com os estereótipos. Graúna, o Cangaceiro e o bode, por exemplo, apareciam sempre em trio. O cangaceiro Zeferino era um clichê do nordestino machista e violento. Graúna era analfabeta, mas de inteligência viva. Ela poderia encarnar aquilo que Ariano Suassuna definiu em seu Auto da Compadecida: “a esperteza é a coragem do pobre”. O bode Orellana ironizava o intelectual livresco (a comida preferida do bode eram os livros), com muita cultura, porém com profunda ignorância das condições reais em que vivia o povo e como ele pensava.

Com essa trinca, Henfil comentava a situação do País, que vivia sob uma férrea ditadura. No caso, captava a situação do interior nordestino, a caatinga, a indústria da seca, o coronelismo e o mandonismo da região, com seus próceres sempre alinhados com o governo. Afinal, lucravam muito à custa da miséria alheia. Continuam lucrando, aliás. (mais…)

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Belo Monte por um fio, por Claret Fernandes*

Foto: Atossa Soltani/ Amazon Watch/ Spectral Q
Foto: Atossa Soltani/ Amazon Watch/ Spectral Q

*para Combate Racismo Ambiental

A energia de Belo Monte, essa mercadoria central no capitalismo contemporâneo enquanto elemento de aumento da produtividade, vai-se embora pelo fio.  O minério do Pará vai pelos trilhos. Em Minas ele entra pelo cano. Destino? A mesma trilha colonial, que antes se fazia no lombo do burro e, hoje, se faz com tecnologia de ponta. (mais…)

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