Extrativismo do Babaçu na Terra Apinajé

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Mulheres Apinajé na oficina na aldeia Areia Branca. Foto: Antônio Veríssimo. Dez. 2013

Com a finalidade de multiplicar e transmitir conhecimentos, saberes e práticas sobre a extração e aproveitamento do coco babaçu aos mais jovens, nos dias 18 e 19 de dezembro de 2013, foi realizada na aldeia Areia Branca, no município de Tocantinópolis, Estado do Tocantins, 2ª etapa da Oficina das Mulheres Indígenas Apinajé Sobre A Extração e o Beneficiamento do Babaçu. O evento foi realizado pelas mulheres Apinajé, com apoio da CGETNO/FUNAI/BSB e CTL de Tocantinópolis (TO).  Ao menos 40 lideranças mulheres vindas de 18 aldeias participaram da oficina.

A 1ª etapa da Oficina de Intercâmbio Sobre a Extração e Beneficiamento do Babaçu, foi realizada nos dias na aldeia Mariazinha e contou com a participação de (3) três mulheres do MIQCB-Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu da cidade de São Miguel do Tocantins (TO), que vieram compartilhar com as mulheres Apinajé, suas experiências e práticas sobre as atividades de extração, aproveitamento e comercialização do babaçu. (mais…)

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Ministro da Justiça se reúne 7/1 com Puccinelli, ruralistas e lideranças indígenas para discutir TI Buriti

Constituição Demarcação JáNota de esclarecimento 

Ministério da Justiça

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, reúnem-se no próximo dia 7 de janeiro, em Brasília, para a busca definitiva de soluções para os conflitos indígenas sobre a Terra Buriti e outros casos na região. Serão convidados, também, representantes de lideranças indígenas e produtores rurais.

Na ocasião será apresentada a avaliação do valor das áreas abrangidas pela Terra Indígena Buriti, além das soluções jurídicas construídas para viabilizar a construção de um acordo entre as partes.

As propostas são fruto da mesa de diálogos instituída pelo governo federal em parceria com o governo do estado para reduzir a tensão na região e resguardar os direitos das partes envolvidas. Na oportunidade se dará seqüência para diálogo sobre outras áreas na região.

Assessoria de Comunicação
Ministério da Justiça

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Manifesto em Defesa da Vida Indígena (para assinar online)

Em momento tenso da reunião, indígenas viram as costas para o coordenador Nelson Olazar (Foto: MPF MS)
MS – Indígenas em protesto dão as costas ao ex-coordenador Nelson Olazar, que tenta falar, mas acaba demitido. Foto: MPF MS

Para: Exma Presidenta e ao Congresso Nacional da República do Brasil

A vida dos povos indígenas está seriamente ameaçada. Há clara convergência de forças econômicas e sociais cooperando para o genocídio dos povos indígenas e pela destruição de suas tradições culturais no Brasil. Essa convergência acentua-se nos últimos anos. A violência no campo em função de conflitos agrários e pela demarcação e posse de terras indígenas mata diretamente dezenas e indiretamente centenas de indígenas todos os anos. A morosidade suspeita dos governos e do Congresso Nacional brasileiros expõe o quanto seus mandatários estão subjugados e comprometidos com o poder econômico dos latifúndios, do agronegócio, do garimpo, da exploração ilegal de madeiras, do tráfico da biodiversidade. Grandes empreendimentos que ligam nada a lugar nenhum no coração de terras sagradas para os povos indígenas. Empreendimentos considerados legais e legítimos apenas com base na legitimidade própria do voto que elegeu os governantes e políticos que os defendem. Sinais de uma democracia que só existe para alguns e expropria de muitos. Não queremos mais!

Na saúde a situação indígena em todo o país é de calamidade! A criação da Secretaria Especial de Saúde Indígena foi comemorada e representou esperança a boa parte dos indigenistas por curto período. Enquanto a mortalidade infantil na população geral brasileira é de 13,5 por mil nascidos vivos, a mortalidade infantil indígena média registrada é de 42, chegando a mais de 100 em algumas regiões como o DSEI Yanomami, em RR. Estima-se que a mortalidade materna em indígenas chega a três vezes a mortalidade materna geral. Das principais causas de óbito, 70% delas, pelo menos, são sensíveis à Atenção Primária à Saúde. Em 2013, 11 dos 34 DSEI tiveram cobertura de esquema vacinal completo, para crianças até 7 anos de idade, menor do que 75%. O DSEI Maranhão, por exemplo, atingiu a impressionante marca, calamidade, de 6,7% de cobertura vacinal (esquema completo para crianças menores de 7 anos de idade) em 2013. As estatísticas de suicídio são alarmantes em algumas regiões. No DSEI Araguaia a incidência de suicídio alcançou, segundo fontes da própria SESAI, a marca de 231 por 100.000 hab. No DSEI Mato Grosso do Sul foram 78,5 suicídios por 100.000 hab, enquanto a incidência de suicídio na população geral no Brasil é de 4,5 por 100.000 hab. Apesar dos esforços, o percentual de mortes investigadas na população indígena ainda é de pouco mais de 40 %. Não queremos mais!  (mais…)

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Relatora da ONU para o direito a água e saneamento conclui visita ao Brasil

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Por Raquel Rolnik

Na semana passada, a relatora especial da ONU para o direito à água potável e ao saneamento, Catarina de Albuquerque, concluiu uma visita oficial de 10 dias ao Brasil. Ao final da missão, que aconteceu entre os dia 9 e 19, ela divulgou um comunicado de imprensa com suas primeiras observações sobre a visita. Confira abaixo.

Brasil/ Água e saneamento: “Num país de grande potencial e profundos contrastes, ninguém deve ser deixado de lado – Relatora Especial das Nações Unidas

BRASÍLIA (19 de dezembro de 2013) – A relatora especial das Nações Unidas para o direito à água e saneamento, Catarina de Albuquerque, instou hoje as autoridades brasileiras aos níveis federal, estadual e municipal a dar prioridade aos mais pobres e marginalizados, “para assegurar que a eliminação progressiva das desigualdades no país e que todos tenham acesso a água e saneamento”.

“Ninguém deve ser deixado de lado”, Catarina de Albuquerque afirmou no final da sua primeira missão oficial ao Brasil, destinada a avaliar os progressos e desafios que o país ainda enfrenta na realização dos direitos humanos à água e saneamento. (mais…)

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Pesquisa da USP desenvolve material para substituir amianto

favela com telhas de amiantoBruno Bocchini, Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Pesquisadores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) desenvolveram um novo material com as mesmas qualidades e o mesmo desempenho do amianto para a fabricação de telhas. O composto reúne quantidade reduzida de fibras sintéticas – que têm preço elevado no mercado – e foi baseado na estrutura de materiais naturais como o bambu.

“Faz tempo que a indústria brasileira procura uma telha para substituir a de amianto. Fibras vegetais foram testadas, mas elas não têm durabilidade muito boa. As fibras sintéticas foram empregadas, mas com desempenho inferior às de amianto. Desenvolvemos algo que reduz o emprego de fibras sintéticas sem alterar o desempenho da telha”, disse o pesquisador Cleber Marcos Ribeiro Dias, autor do estudo sobre o emprego das fibras.

No Brasil, o amianto é usado principalmente na fabricação de caixas d’água e telhas. Pesquisadores lembram que o produto é nocivo à saúde. No entanto, representantes de empresas defendem que é possível produzir o material de forma segura, garantindo a movimentação da economia e o emprego de milhares de trabalhadores. O amianto é considerado cancerígeno pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na mesma classe que o benzeno, formol e tabaco. Mais de 50 países já proibiram a substância. (mais…)

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Copa 2014: MPF recomenda que Fifa e Ministério do Esporte igualem valores dos ingressos para pessoas com deficiência

Comitê Popular CopaValores de ingressos para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida variam de R$120,00 a R$550,00 em relação aos demais ingressos.

MPF – BA

Fundamentado na Constituição Federal e na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, o Ministério Público Federal na Bahia (MPF/BA) expediu na última terça-feira, 17 de dezembro, recomendação ao Ministério do Esporte e à Fifa– Federação Internacional de Futebol -, buscando a retificação dos valores dos ingressos de jogos da Copa 2014 para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Os valores chegam a ser entre R$120,00 e R$550,00 mais caros em relação aos praticados para demais pessoas.

Segundo a apuração do MPF, os ingressos estão sendo vendidos por 60 e 330 reais para os jogos iniciais e para a final, respectivamente. Para as pessoas com deficiências ou mobilidade reduzida, no entanto, os valores para os mesmos jogos sobrem para 180 e 330 reais, o que viola os direitos dessas pessoas e manifesta-se como forma de discriminação. (mais…)

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MPF consegue bloqueio de R$ 20 milhões para indenizar proprietários em Yvy Katu

Terra Indígena Yvy Katu foi declarada em 2005, mas passados mais de 8 anos ainda não foi demarcada. (Foto: Ascom/MPF)
Terra Indígena Yvy Katu foi declarada em 2005, mas passados mais de 8 anos ainda não foi demarcada. Foto: Ascom/MPF

Recurso, previsto na Lei Orçamentária de 2013, ia se perder com a mudança de ano. Decisão liminar mantém verbas vinculadas ao pagamento de títulos incidentes em terras indígenas.

O Ministério Público Federal (MPF) em Mato Grosso do Sul conseguiu bloquear R$ 20 milhões da União para o pagamento de indenizações aos donos das fazendas localizadas na Terra Indígena Yvy Katu, no sul do estado. O montante, previso na Lei Orçamentária de 2013, não foi aplicado durante todo o ano e poderia se perder com o encerramento do exercício financeiro.

Para o MPF, “não se pode admitir que, diante da imensa necessidade de implementação de soluções aos conflitos agrários, as verbas alocadas – por meio de árduo trabalho de diversos atores sociais – sejam perdidas em razão da incapacidade do Estado em empregar esses recursos para a garantia de territórios aos povos indígenas e para a satisfação dos direitos dos portadores de títulos”. (mais…)

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Após quatro anos em queda, desmatamento na Amazônia volta a crescer

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Ana Cristina Campos, Repórter da Agência Brasil

Brasília – Após quatro anos consecutivos de queda, o desmatamento na Amazônia voltou a crescer e subiu 28%, segundo números do Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélites (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe). Os dados apresentados em novembro pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, referem-se ao período de agosto de 2012 a julho de 2013 e mostram que a área desmatada chegou a 5.843 quilômetros quadrados (km²).

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Apesar do aumento, a ministra assegurou que essa é a “segunda menor taxa de desmatamento já registrada em toda a história” desde que o monitoramento começou a ser feito em 1988. Entre os estados que mais desmataram estão Mato Grosso (52%) e Roraima (49%). Quando o cálculo é feito em quilômetros, os estados que lideram o ranking de desmatamento são o Pará, com 2.379 km², e Mato Grosso, com 1.149 km².

A ministra atribuiu esse aumento ao crime organizado. “Quem desmata 1.000 hectares sem medo de ser pego, [é porque] tem alguém dando cobertura. É inaceitável que se tenha aumento na taxa de desmatamento com base na ilegalidade. O governo federal não tolerará”, disse.

Além do crescimento do desflorestamento, a ministra informou que a outra notícia era o aumento das áreas desmatadas, tendência em queda nos últimos anos. “A má notícia que se confirma é o aumento dos polígonos de desmatamento. É impactante o que aconteceu no Pará, com áreas desmatadas acima de 1.000 hectares”, disse Izabella. (mais…)

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Liberação da terra Awá

Criança Awá. Foto: Survival
Criança Awá. Foto: Survival

Por Míriam Leitão

Vai começar a desintrusão da Terra Awá. A palavra é estranha, mas quer dizer algo que se esperava que acontecesse ao longo deste segundo semestre, até por ordem judicial: a retirada dos não indígenas da área demarcada e registrada como dos índios do grupo Awá Guajá, no Maranhão. Chove muito esta época do ano, mas será assim que as tropas vão se deslocar.

A ordem do juiz federal no Maranhão José Carlos do Vale Madeira estabeleceu prazos e modos da retirada dos não indígenas. O governo já reuniu todos os órgãos envolvidos e concluiu o plano da retirada dos não indígenas.

Os que estiverem instalados na terra indígena receberão nos próximos dias notificações para deixar o local. Os moradores terão 40 dias para retirar seus bens. Ao final do prazo, serão desapropriados. Foram expedidos mandados de busca e apreensão de todos os equipamentos que estiverem ligados à prática criminosa.

Vão se deslocar para cumprir a ordem judicial, e o plano do governo, tropas do Exército e funcionários da Funai, ICMBio, Incra, Ministério Público, Força Nacional de Segurança, Polícia Militar do Maranhão. Foi criado, por ordem do juiz, o Comitê de Desintrusão da Terra Awá Guajá, com representantes de todos esses órgãos e mais a OAB, ABIN, Secretaria-Geral da Presidência, Ibama, um integrante da Assembleia Legislativa e outro do Governo do Maranhão.

Será instalada para executar a operação uma grande base em São João do Caru e outra em Vitória da Conquista, no Maranhão, onde há grande concentração de madeireiros. (mais…)

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