Moção de Repúdio à exploração de gás de xisto e ao uso da fratura hidráulica e em defesa do Cerrado

encontro_cpt_cerrado_8CPT Nacional

Reunidos em Luziânia entre os dias 22 e 24 de novembro, os cerca de 130 representantes de povos e comunidades tradicionais do Cerrado, assim como agentes da CPT atuantes nos estados em que se encontra o bioma, aprovaram uma Moção de Repúdio contra a exploração do gás Xisto. A técnica utilizada para obter o gás, a chamada fratura hidráulica, foi banida em diversos países do mundo pois pode contaminar com materias tóxicos as águas subterrâneas. Confira a Moção:

Nós, povos (indígenas, retireiros/as, assentados/as, quilombolas, fechos de pasto, ribeirinhos/as) do cerrado da Bahia, de Minas Gerais, de Rondônia, de Goiás, do Maranhão, do Piauí, do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul e São Paulo, agentes da Comissão Pastoral da Terra e do Conselho Indigenista Missionário, religiosos/as, professores/as universitários/as, da Rede Cerrado, do Movimento dos Atingidos por Barragens, da Rede Grita Cerrado, da Agência 10envolvimento e profissionais da área técnica, reunidos em Luziânia (GO), entre 22 e 24 de novembro de 2013, no encontro intitulado “No veio das águas brota a vida, dos troncos retorcidos surge a esperança”, onde nos encontramos para discutir a intensa degradação ambiental do bioma Cerrado e as nossas resistências e meios de preservação, vimos por meio dessa Moção manifestar a nossa indignação e perplexidade ante a mais uma forma de degradação ambiental em curso. (mais…)

Ler Mais

25 de novembro: Dia Internacional da não-Violência contra a Mulher

violencia-contra-mulher-nao-460x250No dia 25 de novembro foi lançada a CAMPANHA MUNDIAL DE COMBATE A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES e se estenderá até o dia  10 de dezembro, “Dia Internacional dos Direitos Humanos”.

A data de 25 de novembro de 1960 ficou conhecida mundialmente por conta do maior ato de violência cometida contra mulheres. As irmãs Dominicanas Pátria, Minerva, e Maria Teresa, conhecidas como “Las Mariposas”, que lutavam por soluções para problemas sociais de seu país foram perseguidas, diversas vezes presas até serem brutalmente assassinadas.

A partir daí, 25 de novembro passa a ser uma data de grande importância, principalmente para aquelas que sofrem ou já sofreram violência.

Violência ocorre nos espaços públicos e privados e não é só agressão física, é também psicológica e moral. Agressões verbais reduzem a autoestima e fazem as mulheres se sentirem desprezíveis.  Causam danos à saúde: geram estresse e enfermidades crônicas. A violência interfere na vida, no exercício da cidadania das mulheres e no desenvolvimento da sociedade em sua diversidade. (mais…)

Ler Mais

MG – Governo recua e já admite nova destinação para casarão

Marcelo Prates/Arquivo Pessoal 1976
Marcelo Prates/Arquivo Pessoal 1976

Clarissa Carvalhaes, Hoje em Dia

O casarão da rua Manaus, no bairro Santa Efigênia, não será mais um memorial dedicado apenas a Juscelino Kubitschek. Após a denúncia exclusiva publicada ontem pelo jornal Hoje em Dia – a de que o prédio preserva um sítio arqueológico urbano com vestígios de terror, clausura e sofrimento dos pacientes que passaram por lá enquanto Hospital de Neuropsiquiatria Infantil (1947–1979) –, o Governo do Estado, por meio do chefe da Assessoria de Articulação, Parceria e Participação, Ronaldo Pedron, garantiu que o espaço não contará mais a história de uma pessoa e sim de todos que passaram por lá.

“Era um espaço conhecido, embora estivesse esquecido”, reconhece Pedron. “Mas é preciso lembrar que espaços como esse eram comuns na década de 1930. Tanto em sua estrutura física como nas práticas que parecem ter ocorrido ali. Tratamentos que hoje são inadmissíveis e felizmente não são mais praticados”.

“É evidente a importância de JK, não só como um dos políticos mais influentes do Brasil, como também por ter atuado como médico no local em 1933, mas concordamos ser mais significativo fazer do casarão um lugar vivo, que pode representar um espaço da história da cidade e dos que passaram por ali. Acreditamos que a loucura, o espaço como manicômio e os tratamentos realizados são componentes mais fortes para construirmos um espaço a partir desse olhar”, afirma Pedron. (mais…)

Ler Mais

Beltrame, não aceitamos mais perder gerações

monica-franciscoMônica Francisco *, Jornal do Brasil

Sinto muito Beltrame, mas termos de perder mais uma geração para que o modelo de segurança pública dê certo é, no mínimo, deplorável, para não dizer execrável do ponto de vista humano. Só nós temos que perder uma geração? Já não bastam os 388 anos que seus antepassados europeus nos fizeram amargar?

O retrato é sério. Mais de um milhão de negros aportaram no Brasil, trazidos de vários países da África, sem contar os que morreram no meio do caminho. Se pensarmos que, em média uma geração dura cerca de 50 anos, então, só na vigência do regime de escravidão perdemos cerca de seis gerações. Pós-regime de escravidão com a impossibilidade de acessar a terra, a escola e consequentemente postos dignos de emprego, perdemos mais duas. Ou seja, foram oito gerações para ver alguma melhora. Então, senhor secretário, não aceitamos mais perder.

Somos ridicularizados todos os dias. Nosso país é racista, nosso Estado mata negros com o silêncio da sociedade e aprovação de grande parte dela, e o pior, aqueles que estão nos lugares de poder reproduzem todo esse quadro, haja vista a informação sobre a população carcerária, demonstrando o rigor do judiciário em se tratando de negros. Genocídio na saúde, falência na educação e na habitação públicas. E quem acessa estes serviços são negros em sua maioria, pois compõem a população mais pobre deste país. (mais…)

Ler Mais

RS – Carta aos Cidadãos de Vicente Dutra

Foto de Diogo Zanatta, em Zero Hora de 22/11/2013.
Foto de Diogo Zanatta, no Zero Hora de 22/11/2013, sobre os incidentes da véspera em Vicente Dutra.

Nota: esta carta aberta foi escrita a partir dos incidentes que vêm acontecendo especificamente em Vicente Dutra, mas bem poderia, como escreve seu autor, se referir a outras cidades do centro-oeste. Ou da Bahia, atualmente. Ela é acima de tudo, um chamado à “coerência”, como ele diz, envolvendo ainda o término da violência, do racismo, e o respeito aos direitos dos povos indígenas. Uma iniciativa louvável, que endossamos publicando-a. TP.

Por Jeferson Mendes*

De início quero me solidarizar com as famílias atingidas pela grande crise que se instalou na sua cidade. Conheço-os todos, sei dos esforços que fazem para sustentar suas famílias e sei que paira uma onda de violência e racismo nas redes sociais do “Prado”, que estimulam novos confrontos. Quero fazer um chamado à coerência.

Tenho acompanhado através da imprensa e das redes sociais os últimos acontecimentos e tenho percebido que uma onda de racismo e discriminação se instalou entre vocês. Todos sabemos que esse conflito foi “armado” por pessoas brancas que passaram, no decorrer do ano, a incentivar essa situação.

Sabemos que foi proibida a entrada de indígenas nas Águas, que estão impedidos de jogar futebol no campo, que sofrem ameaças diárias, não foram convidados para o desfile cívico de 07 de setembro etc, etc. Sabemos que desde a origem deste empreendimento que há denúncias e problemas que teimam em se repetir. (mais…)

Ler Mais

A Antropologia dos Museus Indígenas e das Coleções Etnográficas: Desafios Teóricos e Caminhos Metodológicos, 28/11, em Recife

Sessões

1º- Sessão: Novas perspectivas analíticas para o estudo de coleções etnográficas

14:10 às 14:30hs: UM MUSEU DESEJADO E OUTRAS NARRATIVAS DO GRUPO INDÍGENA XUCURU-KARIRI SOBRE MUSEUS, Julio Cézar Chaves (Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore/UFAL)

14:30 ÀS 14:50hs: IMAGENS E RELATOS DE UM SERTÃO DESCONHECIDO: O ACERVO ACARY DE PASSOS OLIVEIRA, Gustavo de Oliveira Araújo (Museu Antropológico/UFG), Michelle Nogueira de Resende (Museu Antropológico e PPGDH/UFG), Rosani Moreira Leitão (Museu Antropológico e PPGDH/UFG)

14:50 às 15:10hs: MUSEU XUCURUS DE HISTÓRIA, ARTE E COSTUMES: UM “MUSEU DE SI” E “DOS OUTROS”, Iuri Rocio Franco Rizzi (Biblioteconomia e especialização em Antropologia/UFAL)

15:10 às 15:30hs: TUDO ISSO É BONITO! O RANKOKAMEKRÁ E AS FOTOGRAFIAS DA COLEÇÃO CARLOS ESTEVÃO DE OLIVEIRA, Nilvânia Barros (PPGA/UFPE) (mais…)

Ler Mais

A magia do crachá, por Antonio Claret Fernandes [Imperdível!]

Sitio Pimental visto do km 52 da Rodovia Transamazônica. Os buracos gigantes nas rochas vão abrigar as turbinas da casa de força principal de Belo Monte. Foto: Leticia Leite (ISA)
Belo Monte. Foto: Leticia Leite (ISA)

Por Antônio Claret Fernandes*, para Combate Racismo Ambiental

O Camponês se tornara operário da noite para o dia. Essa metamorfose aparentemente repentina se deu num processo mais longo, pela conjunção de dois elementos. O primeiro é o abandono histórico dos colonos na transamazônica e, o segundo, a propaganda das benesses nos canteiros de obra de Belo Monte.

O camponês, agora operário, trabalhara em toda a sua vida no cacau. Sua família viera do Paraná e se fixara na Transamazônica. Conquistara um lote de 100 hectares, o que daria para tocar a sua sobrevivência, mas fora pego de surpresa pela doença da mãe, e venderam a terra, o gadinho, tudo.

Nos tempos áureos do cacau, a meia foi um bom negócio. O colono tirava até 15 mil reais por ano. É claro que um proprietário de cacau, que tinha 400 mil pés e várias famílias de colonos, em situação quase análoga à escravidão, tirava muito mais.

O trabalho de meia tem um fator psicológico que interfere diretamente na produtividade. O meeiro se sente, via de regra, dono dos serviço; ele suga o próprio sangue, trabalha desde madrugada até a noite, envolvendo toda a família. A produtividade maior se dá à custa de uma jornada excessiva de trabalho, em condições precárias. A meia camufla a relação empregado/patrão. (mais…)

Ler Mais

25 de noviembre: Basta de violencia contra las Mujeres!

Postal 4

Comunicado La Vía Campesina

A lo largo de estos 20 años como La Vía Campesina hemos reconocido el rol de las mujeres en todos los aspectos de la vida, en ese sentido hemos denunciado al capitalismo y al patriarcado como los principales generadores de todo tipo de violencia: física, ética, psicológica, política y económica que  aumentan las condiciones de discriminación y las situaciones de violencia hacia las  mujeres y niñas.

Las campesinas en todo el mundo sufren la violencia de clase heredada del latifundio, la falta de acceso a la tierra, a los bienes de producción, la falta de condiciones para permanecer en el campo causadas por el poder destructor del agronegocio, que hoy por hoy, es la  expresión del capital en el campo. Este modelo de agricultura no solo acapara la tierra y expulsa, sino que además pone en riesgo la vida millones de mujeres en todo el mundo,  pues las expone a los agrotóxicos y venenos utilizados en este modelo de agricultura. (mais…)

Ler Mais

Povos indígenas e o debate sobre politicas públicas

SEMINÁRIO de Políticas Públicas e Povos Indígenas aconteceu no Acre 5 a 7 de novembro - Foto: Nilson Tuwe Huni Ku?
SEMINÁRIO de Políticas Públicas e Povos Indígenas aconteceu no Acre 5 a 7 de novembro – Foto: Nilson Tuwe Huni Ku?

Gleyson de Araujo Teixeira – Página 20

Notáveis acontecimentos dominaram o cenário acreano e os povos indígenas este mês de novembro. Coroado com o resultado da premiação, em que a CPI/Acre levou o 1º lugar do Premio Tecnologias Sociais da Fundação Banco do Brasil, o mês começou com a realização do Seminário de Políticas Públicas, entre os dias 5 a 7 de novembro, no Centro de Formação dos Povos da Floresta. O que se assistiu no seminário e resultou em uma solicitação ao Ministério Público Federal, foram depoimentos que mostraram desencontros entre as políticas públicas e sua realização. Se avanços significativos foram alcançados nas políticas propostas a partir de 1999 incorporando demandas indígenas, a execução das mesmas, hoje, exigem consertações imediatas. Para mostrar isso, as lideranças destacaram os casos da educação e do apoio produtivo no âmbito da gestão territorial e ambiental das Terras Indígenas. (mais…)

Ler Mais