Por Alceu Castilho
Três Tupinambá foram assassinados na Bahia. Em região de conflito com “produtores rurais”, diz o texto da Folha: (aqui). Ela que abriga semanalmente artigo da senadora Kátia Abreu.
Pouco mudou desde a invasão do país pelos portugueses, em 1500. E pouco mudou desde Pero Vaz de Caminha. Com os escribas a serviço do poder. Os jornais cumprem diariamente a função de escantear os conflitos agrários. Uma das características centrais deste país. Para quem tiver olhos para ler e um mínimo de aversão à cumplicidade. Esta que ronda cada brasileiro indiferente.
Três assassinados. Mais três. Esperaremos uma chacina, um caso com 10 ou 20 assassinados, e com a consequente repercussão internacional, para darmos valor a esse tipo de notícia?
Eu as divulgo quase diariamente, em minhas páginas: Outro Brasil, Partido da Terra. Ainda há pouco, aqui mesmo no meu perfil, publicava notícia sobre atentado contra índios Guarani, em plena capital econômica do país. Quantos compartilharam, quantos perderam alguns segundos com isso?
Logo em seguida fiquei sabendo desses assassinatos na Bahia. Atenção: eles não são exceção. Não são. Mas isso não pode implicar embotamento. Esvaziamento da capacidade de indignação, falta de atitude. Como costuma ocorrer nestas terras virtuais – à exceção de alguns espasmos de cidadania. (mais…)