INB fechou contrato para retirada de 16 mil toneladas de Torta II. Rejeitos da empresa contém urânio e tório e sairão em 60 dias.
Depois de 17 anos, quase 16 mil toneladas do lixo nuclear e radioativo das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), conhecido como Torta II, serão retiradas do depósito em Caldas (MG) e enviadas para a China, por meio de um acordo entre a empresa e a Global Green Energy Science Technology. A exportação já foi autorizada pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e a previsão, segundo a INB, é de que os rejeitos sejam retirados em até 60 dias.
De acordo com o diretor da INB em Caldas, Edenil de Melo Brito, o contrato com a empresa asiática prevê a retirada segura do material. A entidade deve apresentar planos de embalagem e de transporte, de acordo com as normas de segurança nuclear. “Será feito em duas etapas, que são o armazenamento e o transporte, mas ambos serão autorizados pela CNEN, já que qualquer movimentação nesse sentido tem que ter autorização prévia. Neste momento, aguardamos alguma exigência complementar, mas garantimos que tudo será feito dentro da regularidade”, disse.
Ainda segundo Brito, o valor do contrato é de R$ 65 milhões e o retorno será revertido em crédito de matéria prima para o Brasil. “A parceria que foi feita nos possibilita receber não financeiramente, mas em compensação no material que nos será enviado”, explicou.
A retirada dos rejeitos que contêm urânio e tório já foi reivindicada várias vezes pelos moradores do entorno da empresa em Caldas. Em outubro de 2010, o Ministério Público pediu algumas mudanças na INB e a Justiça decidiu que a empresa deveria providenciar análises do solo e da água. Foi determinada também a reforma dos galpões onde os materiais radioativos eram armazenados.
A Torta II será transportada para a china de navio e deve ocupar 750 contêineres.
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por Mayron Borges.