Carta Aberta à população e ao poder público de São Paulo: Re-ocupação Moinho Vivo

A favela do Moinho sofreu dois incêndios em menos de um ano, e é alvo de um projeto para construir ali um parque (Foto: Danilo Ramos. Arquivo RBA)
A favela do Moinho sofreu dois incêndios em menos de um ano, e é alvo de um projeto para construir ali um parque (Foto: Danilo Ramos. Arquivo RBA)

Em União – Campo, Cidade e Floresta

No dia 22 de dezembro de 2011, a Favela do Moinho, a última do centro da cidade de São Paulo, sofreu uma tentativa de despejo forçado por conta de um incêndio criminoso que deixou pelo menos 580 famílias desabrigadas e, segundo relato dos moradores, ao menos 30 mortos. Diretamente relacionado a esse episódio está o fato de que na mesma época a área do Moinho valorizou 187%, desde 2010 até 2012.

Em 30 de dezembro, apenas 8 dias após o incêndio, a prefeitura sob a gestão Kassab, obteve às pressas, a posse provisória de parte do terreno – justamente a parte atingida pelo incêndio, que compreende mais de um terço da área total da favela – com o intuito de demolir o antigo edifício Matarazzo, que ali ficava e que, segundo a prefeitura, apresentava risco de desabamento. Alegando questões de segurança, a prefeitura isolou esta área para realizar a demolição do prédio, primeiramente com tapumes de madeira, criando uma obstrução na transversal da favela, de ponta a ponta, trilho a trilho. (mais…)

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RJ – “Aldeia Maracanã se retira da mesa de diálogos”

Aldeia Maracanã retomada
Aldeia Maracanã retomada

Por Sassá Tupinambá em União – Campo, Cidade e Floresta

Quando conhecemos a proposta da criação da Universidade Indígena, que iria se instalar no antigo museu do índio, de pronto apoiamos a iniciativa nos apresentada pelo parente Urutahu Guajajara, quando estivemos juntos em São Paulo, no Tribunal Popular: o Estado brasileiro no banco dos réus, em dezembro de 2008.

“Esta Universidade será para contribuir e fortalecer a luta de todos os povos indígenas do Brasil e de todo o Continente”, me falou entusiasmado o parente Guajajara. “Vamos dar legitimidade aos nossos saberes, nossas filosofias, nossas organizações sociais, um espaço de troca, intercambio entre os povos e ainda poderemos ao nosso modo ter acesso as ciências  dos não-indígenas, aprender o direito, a história, a geografia, a biologia, enfim todos os saberes de acordo com nossa cosmovisão e de acordo com nosso modo de ser.” O Parente Urutahu me passou de forma bem clara a ideia da Universidade Indígena e eu logo passei a defendê-la em todos espaços por onde passei. (mais…)

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Gleisi e ministros prometem a ruralistas que dia 18 farão primeira reunião para definir ‘regulamentação’ do artigo 231 da Constituição

Gleisi ponta cabeçaNota: a notícia foi mantida na íntegra como publicada pela ACN, sem qualquer comentário ou destaque. Apenas o título foi modificado, uma vez que meu estômago não suportaria repetir o original: “Deputados e ministros buscam solução para crise nas demarcações de terras indígenas”.  (Tania Pacheco)

Agência Câmara Notícias

A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, recebeu nesta quarta-feira (11), no Palácio do Planalto, um grupo de 30 deputados federais de diversos partidos, representando dez estados. A audiência ainda contou com a presença dos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo; do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas; da Agricultura, Antônio Andrade; e da Advocacia-Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams.

Em pauta, o acirramento dos conflitos agrários que opõe índios e produtores rurais por conta das demarcações de terras indígenas. Há denúncias de que os processos estariam sendo conduzidos a partir de laudos antropológicos falsos, sem o direito de contestação de parte dos agricultores atingidos. (mais…)

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40 anos depois daquela terça-feira (II)

foto_mat_43580Se mantêm firmes e iradas, no Chile, as vozes que dizem que o que passou, passou, que houve uma anistia, que não há por que pedir perdão. Evelyn Matthei é uma dessas vozes. Michelle é médica. E lembra, com pontual singeleza: ‘Uma ferida, quando está contaminada, não cicatriza’. O Chile continua com suas feridas sem cicatrizar. Até quando?

Eric Nepomuceno – Carta Maior

Dividido na eleição que em 1970 deu a vitória a Salvador Allende, dividido durante seu governo, dividido no golpe de 11 de setembro de 1973, dividido durante a cruenta ditadura de Augusto Pinochet e seus asseclas maléficos, o Chile se mantém como rigoroso cumpridor desse destino: continua dividido. E continua contraditório: passadas mais de duas décadas do fim do tempo das trevas, o país que soube, a um preço imensurável, reconquistar a democracia, ainda é regido pela Constituição esculpida a faca e fogo pela ditadura. Houve uma só alteração: a que liquidou com a figura do senador vitalício, talhada à perfeição para o próprio Pinochet. (mais…)

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Comunidades pesqueiras lutam por regularização de seus territórios

campanhapesqueiraAdital – “Nós, pescadores e pescadoras artesanais, responsáveis por cerca de 70% do pescado nacional de qualidade, precisamos garantir o nosso território, nossa cultura, nosso trabalho”. A fala é de uma pescadora do Movimento de Pescadoras e Pescadoras Artesanais (MPP) que, com o objetivo de garantir a permanência das comunidades pesqueiras em suas terras, está buscando coletar a assinatura de 1% do eleitorado brasileiro para dar entrada no Congresso Nacional em um Projeto de Lei de Iniciativa Popular. Este, se aprovado, permitirá a regularização desses territórios, sendo uma das principais iniciativas da Campanha Nacional pela Regularização do Território das Comunidades Tradicionais Pesqueiras, lançada em Brasília, no ano passado.

Em qualquer visita mais atenta às praias e aos rios brasileiros, inclusive em áreas que ficam fora das grandes cidades, é possível constatar o desaparecimento gradual de pequenos barcos e também das antigas casas de pescadores nativos. Em seu lugar, o que se vê são pouquíssimas ou nenhuma embarcação e espaços ocupados por casas de veraneio, pousadas, hotéis, restaurantes e outros empreendimentos. Ameaçadas pelo avanço desordenado da Aquicultura empresarial e dos grandes empreendimentos, as comunidades pesqueiras vem perdendo seus territórios a cada ano. São considerados territórios pesqueiros os locais de embarque e os trajetos dos barcos, os locais sagrados e as áreas necessárias à reprodução física e cultural do grupo. (mais…)

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Que vergonha, Brasil!

Earth boy - Africa

Por Ana Alakija*

Estava tudo pronto. O Lagos Black Heritage Festival seria realizado de 4 a 9 de outubro no Freedom Park. Um conjunto arquitetônico recuperado das ruínas de uma antiga prisão da realeza britânica para se tornar um dos mais importantes sítios da Nigéria, o Memorial Nacional, com o objetivo de preservar a memória da história e o legado cultural do povo nigeriano. Mas o convidado principal, o Brasil, não confirmou, a tempo, sua presença.

Acontece que existem “Brasil” e “Brasis”. E é no “Brasis” onde mais se sente na pele a desimportância que o “Brasil” dá às pessoas e aos valores de matriz africana. Nesse sentido o Brasil vem ultimamente dando um show internacional de vergonha. (mais…)

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Pesquisadores vão percorrer o Rio Xingu em busca de espécies ameaçadas por Belo Monte

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Especialistas de diversas áreas da ictiofauna à geologia vão documentar a biodiversidade da Volta Grande do Xingu, antes que este trecho do rio seja represado pela UHE de Belo Monte e espécies desapareçam

Instituto Socioambiental – O futuro dessa área onde o rio faz uma curva de 100 km, a chamada Volta Grande do Rio Xingu, ainda é incerto. Os estudos de impacto ambiental hidrelétrica de Belo Monte não dão conta de concluir os reais impactos da redução do fluxo de água neste trecho do rio que será barrado e que abriga uma das maiores diversidades ambientais do planeta. (mais…)

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Para entender as ameaças aos povos indígenas

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Como ruralistas agem para atacá-los. Que projetos de lei os ameaçam. Por que governo cruza os braços. De que modo apoiar sua resistência

Por Carol Nunes, no Pagina22

Na madrugada do dia 3 de setembro, um índio tupinambá foi encontrado morto em uma comunidade próxima a Ilhéus, sul da Bahia. Foi a primeira vítima fatal de um conflito entre grupos indígenas e produtores rurais no município de Buerarema que a Força Nacional está tentando conter desde meados de agosto. Há alguns meses, índios ocuparam diversas fazendas da região, como forma de exigir do governo federal a conclusão da demarcação da Terra Indígena Tupinambá de Olivença. (mais…)

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MG – Polícia Civil de Betim descobre esquema de tráfico de crianças

Negando o crime, suspeita alegou ser dona de uma agência de viagens e uma mulher de coração bom
Negando o crime, suspeita alegou ser dona de uma agência de viagens e uma mulher de coração bom

Empresária foi presa no Hospital Regional do município ao negociar a entrega de um bebê para uma advogada de Pernambuco. Nesta quarta-feira, durante a apresentação da Polícia Civil, a suspeita chorou e não quis dar declarações

Clarissa Damas – O Estado de Minas

Parece coisa de novela, mas não é. Uma mulher foi presa na terça-feira em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, gerenciando o tráfico de um bebê recém-nascido.

De acordo com o delegado Tito Lívio Barichello, da delegacia regional de Betim, Eliane Cristina Gonçalves Figueiredo Azzi foi detida em flagrante, no Hospital Regional de Betim, quando acompanhava Janaína Carvalho, de 24 anos, que tinha acabado de dar à luz um menino. Percebendo que Janaína apresentava um comportamento estranho, já que se negou a amamentar a criança e não quis nem segurar o bebê, os médicos e psicólogos do hospital desconfiaram. Eles acionaram o diretor da unidade, que chamou a Polícia Civil. (mais…)

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