Como se já não bastasse toda a repercussão com a libertação de cinco trabalhadores escravos no mês de agosto em sua fazenda, e a decretação da prisão preventiva por suspeita de assassinato de um desses trabalhadores, o fazendeiro Paulo Alves Lima investiu contra os sem-terra nesta madrugada.
MST MG, em CPT
Desde as 6h da manhã desta quarta-feira, dia 04, cerca de 100 famílias de trabalhadores rurais sem-terra e assalariados rurais sindicalizados na ADERE (Articulação de Empregados Rurais) ocupam a fazenda Paraíso Cônego Vitor, localizada as margens da rodovia Fernão Dias, no quilômetro 710. As famílias reivindicam reforma agrária e mais fiscalizações em cerca de 27 fazendas em que há denúncias de trabalho escravo na região.
Durante todo o dia os acampados receberam visitas de autoridades e da imprensa. Por volta das 10h da manhã, sete viaturas da polícia federal e militar vistoriaram o local. Também estiveram por lá representantes do Ministério do Trabalho e do INCRA. Equipes da Record e Rede Globo permaneceram durante todo dia e também à noite.
Porém nada disso evitou um ataque ao acampamento por volta das 22h. Diversos tiros de arma de fogo foram ouvidos, e balas perdidas perfuraram as lonas pretas e ferragens de um antigo galpão da fazenda, onde os sem-terra se acomodavam. As duas viaturas da PF que estavam nas porteiras da fazenda foram chamadas para intervir, e a polícia militar foi acionada. Até o momento não se tem relato de vítimas ou feridos.
Diversas representações do Estado estiveram presentes lá, o dia todo. O principal órgão de polícia judiciária federal estava a postos no momento dos disparos. E nada impediu que sob a proteção das sombras, no meio do mato os jagunços tentassem intimidar os trabalhadores.
Que se faça justiça exemplar. Para estes casos, que se aplique a Constituição e seja expropriado o imóvel e destinado para a Reforma Agraria. Pela aprovação imediata da PEC do Trabalho Escravo.