Por Fábio Lau e Eric Andriollo, em Conexão Jornalismo
Dois médicos cubanos foram vítimas de ofensas morais e discriminação quando realizavam plantão no Hospital Municipal de Itaguaí. Eles já residem no Brasil há mais de 15 anos e tem registro expedido pelo Conselho Regional de Medicina (CRM). Quando dariam início ao plantão, os estrangeiros tiveram as camas retiradas do dormitório para que não dormissem no mesmo espaço destinado aos brasileiros. Além disso, na parede do dormitório foram pichadas frases que exigiam sua saída do Brasil: “fora médicos gringos”, dizia.
A ação dos médicos no Rio ocorre alguns dias após a primeira manifestação de preconceito praticada contra os profissionais cubanos em Fortaleza, no início da semana. Sob vaias e gritos ofensivos, os profissionais vieram atender ao programa Mais Médicos instituído pelo governo Federal.
O preconceito e a falta de respeito aumentaram “consideravelmente”, segundo revelaram médicos de Itaboraí que pediram para não ser identificados.
Testemunhas que viram o ataque de discriminação em Itaboraí disseram que tudo teve início a partir de um mal entendido envolvendo o atendimento a uma criança.
A doutora Candelária é cubana de nascimento, mas casada com um brasileiro. Seu filho, Islem, também médico e igualmente discriminado, tem todos os registros para trabalhar no Brasil. Testemunhas afirmam que os dois saíram chorando da unidade hospitalar onde Candelária trabalha há 15 anos. Até hoje, afirmaram, jamais haviam sido vítimas de qualquer tipo de manifestação preconceituosa. Com a saída dos médicos da unidade municipal de Itaboraí, permaneceu sozinha no plantão a médica também cubana de nome Emma.
O problema envolvendo a criança, que teria dado início ao conflito, ainda permanece confuso. Segundo apurado por Conexão, os pais da criança queriam mantê-la na unidade, embora seu estado de saúde não oferecesse maiores riscos. A família teria plano de Saúde do Bradesco. O conflito teria provocado a reação de discriminação. Com a confusão, alguns funcionários insatisfeitos com a presença dos estrangeiros retiraram as camas destinadas aos dois cubanos e picharam na parede a mensagem pedindo que deixem o país.
O diretor do hospital no turno da manhã, que presenciou a cena, pediu desculpas aos dois médicos ofendidos. Entretanto eles, se dizendo humilhados, acabaram saindo do hospital.
Outros estrangeiros garantiram que a discriminação contra o trabalho de profissionais de outros países aumentou consideravelmente nos últimos dias: “insuportável!”, resumiu uma estrangeira que pediu para não ser identificada.
Diretor de hospital de Itaguaí diz que foi coincidência – clique aqui
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por José Carlos.
Ignorância pura! Tantos lugares do Brasil sem médicos, pq os próprios médicos brasileiros não querem trabalhar! Pq é longe, pq não tem infra estrutura, agora isso? Deixem os cubanos trabalharem! Melhor um médico cubano dedicado do que um brasileiro com um rei no estômago! Absurdo.
Complementando o comentário anterior: A violência física. Porque esse ato já é altamente violento.
Total repúdio ao racismo e a xenofobia desse ato. É importante que tais funcionários sejam punidos rapidamente. Se isso se alastra a violência é o próximo passo.
Deve-se agir com rigor para que estas situações ñ se tornem corriqueiras!