Além da TKCSA, “o legado de Cabral, Paes e da PM para a Educação Pública”, em Santa Cruz

Bala que furou a parede

Tania Pacheco – Combate Racismo Ambiental

A denúncia de Thiago Lucas, um colaborador frequente deste blog, chegou com um título injusto: “o legado de Paes e da PM para a Educação Pública”. Afinal, se a Polícia Militar, que vem se mostrando tão zelosa na proteção dos cidadãos deste estado, está envolvida, como esquecer o responsável pela eficiência dela? Decidi, pois, manter a versão inicial entre aspas, mas acrescentar o nome do governador do estado, que prioriza tanto a nossa saúde a ponto de inventar o seu AI-5 particular e criar uma comissão especializada em ‘vandalismo’ .

Um texto curto introduzia nove fotos e quatro links para vídeos. Das nove, uma mostrava dois projéteis sobre uma mesa. Quatro, buracos de balas, não tão interessantes como este acima, que parece até ter sido aberto para deixar passar a luz. Só que não é bem disso que se trata. Pior: as fotos reproduzidas abaixo, como esta primeira, foram tiradas numa escola. Duas, inclusive, numa sala de aula.

Na mensagem, Thiago Lucas informa que esse foi o resultado de uma “operação” da PM nas favelas do Rola e de Antares, em Santa Cruz, há duas semanas. O objetivo era “prender o chefe do tráfico do Complexo do Alemão (que não foi preso)”. E que, suponho, também não deva ser funcionário da escola em questão.

Segundo Thiago, nem o prefeito Eduardo Paes, nem a Secretária de Educação, Claudia Costin, deram qualquer tipo de apoio aos servidores públicos municipais e aos pais e alunos da região. Mais: segundo ele,

“o mesmo silêncio se deu por parte de entidades de apoio ditas progressistas, e, até a presente data, os professores da rede municipal, alunos e moradores da região continuam expostos a situações de confrontos intensos e cotidianos. Aqui, na ‘periferia da periferia’, não houve nenhum ato ecumênico, nenhuma carta de repúdio de entidades populares ou de classe, ninguém ligado aos direitos humanos procurando os moradores e trabalhadores locais.

Quanto sangue ainda será derramado por aqui? Quantas crianças, adolescentes e adultos terão o seu direito à educação cerceados devido aos confrontos entre traficantes, milicianos e a PM? Será necessário que mais alunos (ou professores) morram numa escola pública para que Paes/Costin olhem para as escolas públicas? Para finalizar: vale lembrar que nesta semana o exército brasileiro, que ‘não pode ir às ruas’ para garantir a segurança dos cidadãos, estará ‘tomando’ a região para garantir a segurança do Santo Papa”.

Não tenho nada a acrescentar. Como diz uma aluna de uma das escolas mostradas, “não tem como”. Seguem algumas das fotos e os vídeos enviados por Thiago, com o intuito de nos dar “uma pequena noção do cotidiano de quem trabalha ou vive em Santa Cruz”.

bala no quadro branco

bala na parede da sala

balas sobre a mesa

parede de uma casa
recado no muro
caveirao








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