Microsoft ajudou NSA a quebrar criptografia do Outlook e do Skype

Microsoft

Glenn Greenwald, Ewen Macskill, Laura Poitras, Spencer Ackerman e Dominic Rushe, do Guardian

Folha/UOL

A Microsoft colaborou intensamente com os serviços de inteligência dos Estados Unidos para permitir que as comunicações dos usuários fossem interceptadas. A empresa inclusive ajudou a NSA (Agência Nacional de Segurança) a quebrar seu próprio sistema de criptografia, segundo documentos citados nesta quarta-feira no jornal inglês “Guardian”.

Os dados vazados por Edward Snowden ilustram a escala de cooperação entre empresas do Vale do Silício e a inteligência americana nos últimos três anos. Comprado pela Microsoft em 2011, o Skype também trabalhou junto com técnicos da inteligência para habilitar o acesso do software de espionagem Prism.

SKYPE VULNERÁVEL

A agência recebeu instruções da companhia para burlar a criptografia no site do software Outlook antes mesmo de seu lançamento. A empresa também ajudou a NSA a acessar seu serviço de computação em nuvem SkyDrive, segundo a reportagem.

A NSA dedicou atenção especial nos últimos dois anos a trabalhar com a Microsoft para aumentar sua capacidade de acesso ao Skype, que tem cerca de 663 milhões de usuários no mundo. (mais…)

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Sobre as Manifestações e a Justiça no Brasil

Por JusDh

Em um momento em que milhares de pessoas tomaram as ruas para manifestar indignação, e reivindicar reforma das instituições e a realização de direitos, é imprescindível e oportuno identificar e situar o debate acerca do sistema de justiça nesta conjuntura.

A agenda política de justiça tem aparecido no atual contexto de grandes mobilizações, mas não necessariamente por estar aberta às demandas que vêm das ruas. Historicamente o sistema de justiça exerce diversas funções políticas, dentre elas as de i) controle social, através da criminalização da luta por direitos; ii) de bloqueio, mas também de alguns avanços nas políticas de direitos humanos; e iii) legitimação do sistema político.

Nesse sentido, é fundamental ter em vista que o Poder Judiciário compõe, resguardadas a sua autonomia e independência, o quadro das instituições do sistema político brasileiro, e não pode ficar à distância, deslocado ou resguardado das transformações que o Brasil demanda. Não se pode discutir reforma do sistema político, nem reivindicar mudanças estruturais em nossa sociedade, sem retomar o debate acerca da reforma do sistema de justiça, agora fundada sobre as bases de uma cultura de direitos humanos. (mais…)

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Elaíze Farias – Saúde do Vale do Javari: um pesadelo sem fim para os povos indígenas

Aldeia Soles, durante o período da cheia do rio Jaquirana
Aldeia Soles, durante o período da cheia do rio Jaquirana

Por Elaíze Farias

A falta de soro antiofídico nos polos bases de saúde na Terra Indígena do Vale do Javari, no sudoeste do Estado Amazonas, fronteira com o Peru, causou a amputação dos membros de duas crianças indígenas este ano. Os meninos da etnia marubo Natalino Dorlis, de 10 anos, e Clebson Dionísio, de 12, tiveram suas pernas amputadas. Uma terceira pessoa, uma indígena da etnia mayoruna de nome Branca Unan, de 50 anos, morreu após ser picada por cobra.

Um adolescente da etnia kulina morreu (a doença não foi informada) porque o transporte aéreo não teria sido fretado a tempo pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).

As informações sobre a amputação das crianças e as duas mortes constam em um longo documento que a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Unijava) divulgou na semana passada e foi reiterado nesta terça-feira (09) para organizações indígenas e indigenistas, aliados individuais dos povos indígenas, acadêmicos, professores e jornalistas de todo o país. No documento reenviado nesta terça-feira, os indígenas adicionaram uma série de reivindicações encaminhadas ao Ministério Público Federal do Amazonas (leia ao final). (mais…)

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Jovens negros na mira de grupos de extermínio na Bahia

A Pública – Mais de 80% dos alvos de esquadrões da morte na Bahia são afrodescendentes; delegado nomeado para investigar o assunto é acusado de participar de tortura e assassinato.

A lápide sem nome de Luciano, 21 anos. Foto: Lena Azevedo
A lápide sem nome de Luciano, 21 anos. Foto: Lena Azevedo

Por Lena Azevedo*

Gleidson e Luciano. Dois meninos negros que cresceram juntos em Jaguaribe, na grande área de Cajazeiras, que com mais de 700 mil habitantes de baixa renda é quase outra cidade dentro de Salvador, capital da Bahia.

Gleidson, 20 anos, queria ser torneiro mecânico, já tinha feito um curso técnico e pretendia fazer outro. Vendia TV a cabo para ganhar a vida. A ambição era ter um bom emprego para sustentar a família que um dia iria formar, conta a tia. Luciano, 21 anos, também descrito por parentes como trabalhador e disciplinado, era Ogan de Oxossi (uma espécie de sacerdote no candomblé) no terreiro conduzido pelo pai de Gleidson, ali o babalorixá. (mais…)

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AM – MPF requer conclusão de demarcação de terra indígena em Borba

 Foto: Ione Moreno
Foto: Ione Moreno

Processo de demarcação da Terra Indígena Setemã aguarda, há quase quatro anos, apenas pelo decreto de homologação da Presidência da República para ser concluído.

Portal D24am

Manaus – O Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM) ingressou com ação civil pública com pedido de liminar para pedir à Justiça que obrigue a União, por meio da Presidência da República, a assinar e publicar o decreto de homologação da demarcação da Terra Indígena Setemã, no município de Borba (distante 151 quilômetros de Manaus), habitada tradicionalmente pelos índios da etnia Mura. Para ser concluído, o processo de demarcação depende apenas da publicação do decreto, que já se arrasta por quase quatro anos.

O relatório técnico circunstanciado contendo estudo antropológico de identificação e delimitação da Terra Indígena Setemã foi aprovado pela presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai) em maio de 2008. O procedimento foi encaminhado ao Ministério da Justiça, que reconheceu, em portaria publicada em maio de 2009, aposse permanente do grupo indígena Mura sobre a terra indígena.

A delimitação física da terra indígena foi iniciada em fevereiro de 2011 e, após concluída, o procedimento foi encaminhado à Presidência da República com proposta de expedição do decreto de homologação, onde aguarda até hoje pela publicação. (mais…)

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TO – Índios da Ilha do Bananal buscam solução para deslocamentos devido à seca no rio Javaés

Baixa vazão do rio impede trânsito de barcos. Alternativa pode ser a reativação da balsa da Barreira da Cruz, o que facilitaria a entrada e saída de veículos da ilha com menor necessidade de barcos

 MPF

O procurador da República Álvaro Manzano participou de reunião entre representantes dos índios javaés, cujas aldeias ficam às margens do rio de mesmo nome que forma a Ilha do Bananal, e produtores rurais de oito fazendas de Lagoa da Confusão para debater alternativas que solucionem o problema de deslocamento dos índios devido à precoce seca nos rios da região. Os índios alegam que a grande quantidade de água retirada do Javaés para uso no sistema de irrigação por alagamento tenha causado o problema. Também participaram representantes do Naturatins, ICMBio, Seagro, Prefeitura de Lagoa da Confusão e Universidade Federal do Tocantins.

Manzano abriu a reunião explicando que há vários anos os índios da Ilha do Bananal reclamam que a seca no rio acontece mais cedo a cada ano, impossibilitando o deslocamento da comunidade que é feito sobretudo em pequenos barcos e voadeiras até o local denominado Barreira da Cruz, a partir de onde têm acesso aos centros urbanos.

A reunião foi solicitada pelo cacique da aldeia Boto Velho, Vagner Javaé, segundo quem as mudanças na vazão do rio são claramente perceptíveis de três anos atrás até hoje, e pode ser graças à extração da grande quantidade de água demandada pelos plantios. “Não somos contra o desenvolvimento econômico, mas estamos nos sentindo prejudicados. Por isso procuramos o Ministério Público”. O cacique disse que a forma de viver e a cultura do povo javaé está intimamente ligada ao rio, e que a preocupação da comunidade se estende também à qualidade do pescado, que pode estar contaminado com agrotóxicos sem conhecimento das pessoas que os consomem, e da água usada para diversos fins. (mais…)

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ES – Bloco Ambiental protocola manifesto no governo e Assembleia cobrando a abertura da CPI do Pó Preto e rigor em relação aos problemas ambientais

Any Cometti, Século Diário

O grupo SOS Espírito Santo Ambiental protocolou, na tarde dessa terça-feira (9) e nessa quarta-feira (10), na Assembleia Legislativa e Palácio da Fonte Grande, sede do governo, manifesto das associações ambientalistas da Capital que cobram mais rigor do governo do Estado e da Casa para os problemas ambientais capixabas, sobretudo a questão da poluição atmosférica. O documento foi produzido pelo Bloco Ambiental da manifestação do último dia 28 de julho e tem como uma das principais reivindicações a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Pó Preto.

Na carta, os manifestantes criticaram a interferência direta do governo na Casa, no sentido de impedir a abertura de CPIs. As entidades acusam o governador Renato Casagrande de utilizar a aprovação da 8ª usina de pelotização da Vale como instrumento de “barganha política”, uma vez que, segundo elas, atuou em favor de interesses partidários e em total desrespeito à população que, nas audiências públicas do empreendimento, foi contrária à implantação.

Os militantes também apontam que a responsabilidade da conivência governamental com os empreendimentos poluidores está, sobretudo, nas mãos dos que receberam doações de campanha dessas empresas e “se negam a agir com transparência, escondendo os temas que são debatidos a portas fechadas em seus gabinetes”. (mais…)

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