No dia 29 de maio está prevista para ocorrer uma Audiência Pública para debater os impactos sociais e ambientais da Mineradora Alcoa na cidade de Juruti, Oeste do Pará.
Em 2006, a empresa se comprometeu em realizar diversas obras na cidade para compensar a sua intensa extração de bauxita, usada para fazer alumínio.
Após 7 anos, a comunidade denuncia que as obras não foram realizadas e organizou o Movimento Acorda Juruti para exigir o que ficou acordado.
Porém, a empresa se recusa a negociar com os moradores da cidade e está fazendo todo tipo de pressão para que a nova Audiência Pública não ocorra, ameaçando demitir os trabalhadores e fechar a sua planta na região.
Os maiores impactos da intensa exploração extrativista mineral ocorreram em nas comunidades tradicionais do entorno do Lago Grande de Juruti Velho, distante cerca de 45 km da cidade de Juruti, com desmatamento contínuo de árvores centenárias e o uso da água do rio para lavar a bauxita, afetando as principais fontes de sobrevivência da comunidade, pesca e extrativismo vegetal.
Os problemas se arrastam desde 2002, quando a Alcoa iniciou a instalação da sua estrutura empresarial, desestruturando continuamente a vida social e econômica das comunidades que vivem na região há mais de 100 anos.
Na época, as irregularidades foram observadas pelo Ministério Público Estadual que recomendou a suspensão da licença para operação da empresa, considerando os critérios políticos não podem desprezar os estudos ambientais e os critérios técnicos que garantissem a viabilidade ambiental do projeto que atraiu trabalhadores de outras regiões, aumentando o custo de vida na cidade.
Uma moção de apoio ao Movimento Acorda Juruti foi assinado por 21 entidades representativas dos munícipes, denunciando que a população vivencia hoje “os mais variados e angustiantes problemas, jamais ocorridos antes da chegada da Alcoa, como retenção dos investimentos da cidade, não contratação das empresas e mão de obra local e inchaço populacional”.
Isolados pelo poder econômico da empresa, que domina os meios de comunicação para impedir qualquer divulgação negativa que possa influenciar novos investimentos internacionais, a comunidade de Juruti vem a público pedir socorro para as entidades sociais se manifestarem em sua defesa.
Assim, solicitamos que as entidades sociais enviem notas de solidariedade ao Movimento Acorda Juruti para o e-mail [email protected], e divulguem para a imprensa em suas cidades, estados e regiões.
Outras informações podem ser obtidas com Geodonor Pereira dos Santos, diretor da Associação das Comunidades de Juriti Velho (Acojuve), pelo telefone (093) 91763973. O blog da entidade é: acorjuve-acorjuve.blogspot.com.
O que é bauxita
Bauxita é um minério que deve conter, no mínimo 30% de óxido de alumínio para que sua produção seja economicamente viável. São necessárias quatro toneladas de bauxita para produzir uma tonelada de alumínio. O Pará é o maior produtor de bauxita do país, representando 85% da extração do minério.
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Enviada por Ruben Siqueira para Combate Racismo Ambiental.