O Movimento dos Pescadores e Pescadoras no Ceará (MPP-CE) denuncia a privatização da praia em Morro Branco, Beberibe, Ceará. O crescimento desordenado do turismo, o abandono de construções e o trânsito intenso de bugres estão impedindo o acesso d@s pescador@s ao mar. Para chamar a atenção das autoridades, realizam ato na praia, hoje, 6 de maio, a partir das 8h.
Pelo Território Pesqueiro, digo não à especulação!
A comunidade tradicional pesqueira Morro Branco está localizado no litoral leste do Ceará, no município de Beberibe. A comunidade é marcada por profundas contradições sociais: é uma praia internacionalmente conhecida e visitada e tem o turismo de massa como principal atividade. No entanto a maior parte dos lucros dessa atividade está concentrada nas mãos de um pequeno grupo de empresários, e sobram para a comunidade os passivos sociais e ambientais. Com a construção das grandes barracas na praia e de hotéis, os pescadores e pescadoras foram sendo remanejados para outras áreas mais distantes e hoje têm de percorrer um bom caminho de suas casas até o mar e seus locais de trabalho.
Nos últimos tempos a construção de um hotel próximo à praia tem causado problemas para a comunidade, sobretudo para os pescadores e pescadoras que tiveram seu acesso ao mar impedido. A obra está inacabada e tem subtraído a principal via de acesso a praia. Os pescadores disputam o espaço com os bugreiros, sendo vulneráveis a acidentes. Por conta disso se submetem a passar pelo constrangimento de transitarem por dentro das barracas de praia, com o pescado e material de trabalho.
Outro aspecto que tem ameaçado a atividade da pesca nos últimos anos são os impactos negativos causados pela pesca predatória de mergulho, e a comunidade tem realizado ações afirmativas na defesa e fortalecimento da pesca artesanal.
Nessa conjuntura, o Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais-MPP articulado localmente na comunidade tem formulado denúncias aos órgãos ambientais e ao Ministério Público Federal, a fim de que sejam apuradas as flagrantes irregularidades e tomadas as devidas providências, sobretudo de cobrar que a Secretaria do Patrimônio da União realize a identificação das áreas da união, garantindo que as comunidades tradicionais pesqueiras tenham preferência na utilização dessas áreas.
No sentido de denunciar essa situação e reivindicar o reconhecimento de nossa comunidade como Comunidade Tradicional Pesqueira, neste dia 6 de maio, a partir das 8 horas, iremos nos concentrar na Sede da Colônia de Pescadores, de onde sairemos em caminhada denunciando nossos problemas e reivindicando soluções.
Queremos o nosso território livre!
Serviço
Ato Público “Pelo Território Pesqueiro, digo não à especulação”
Em Morro Branco, 6 de maio, a partir da 8h.
Mais informações
Ricardo Aquino: (85) 8751.3211
Ormezita: (85) 8800.1443/9721.5956
Texto enviado por Ormezita Barbosa, via Camila Garcia.