Crianças da etnia Wassu Cocal enfrentam dificuldades na sala de aula. Há risco do telhado cair e tem goteiras por toda parte.
Do G1 AL, com informações da TV Gazeta
Na cidade de Joaquim Gomes, crianças indígenas da etnia Wassu Cocal enfrentam dificuldades na sala de aula com as goteiras e o risco do telhado cair. As chuvas na região agravaram a situação de toda a comunidade.
A antiga casa de Farinha deu lugar a três salas de aula improvisadas. A estrutura do prédio é antiga e a chuva dos últimos dias piorou a situação. As salas alagaram e o telhado está todo quebrado com a madeira comprometida.
De acordo com os professores, a falta de estrutura nas escolas da comunidade é um problema que se arrasta há quase 10 anos. O prédio funciona como uma extensão de duas escolas e muitos alunos deixaram de estudar pertinho de casa, na comunidade mesmo, porque o local não tem estrutura para funcionar.
Apenas uma parte do prédio perto da entrada está sendo usada para que as crianças não fiquem sem aulas. E essa situação virou um tormento para os pais, como explica o trabalhador rural Cícero João da Silva.
“Eles chegam em casa molhados. Se vem estudar, se molham, assistem as aulas molhados. Não dá mais para aguentar essa situação”, diz.
A dona de casa Cremilda Wassu, mãe de um aluno, ressalta o medo de um possível acidente. “Eu estou muito preocupada. Pode até acontecer um acidente com algum aluno, ou com o meu próprio filho, que estuda nessa escola. É uma situação muito perigosa para nós”, conta.
A unidade de extensão foi criada porque as duas escolas da comunidade não tem capacidade para atender todos os alunos. O número praticamente dobrou nos últimos anos. E agora com o fechamento das salas na unidade de extensão, a direção das escolas foi obrigada a reduzir a carga horária e criar turmas intermediárias. As aulas ocorrem em locais apertados. O acesso as escolas também é ruim.
O problema tem afetado o comportamento das crianças. Muitos alunos não querem ir mais à escola. “Eu não gosto, pinga muito nas salas durante as aulas. É muito ruim”, afirma Jenifer Menezes da Silva, de sete anos.
Os professores dizem que ainda não paralisaram as aulas para não prejudicar mais os alunos. Mas exigem uma solução imediata. ” O estado nunca fez uma ampliação, uma reforma nas escolas, que já existem há mais de dez anos; Nesse período, a população da comunidade aumentou muito, mas as escolas continuam do mesmo tamanho. Nós estamos perdendo alunos para outras cidades, porque não temos como dar assistência a esses alunos aqui” revela o professor Glaydson Artur.
Nós tentamos contato com a Secretaria de Educação mas até o fechamento da reportagem as nossas ligações não foram retornadas.