Movimentos sociais protestam contra “privatização” do Rio de Janeiro

Vinícius Lisboa,  Agência Brasil

Rio de Janeiro- Pelo menos 300 pessoas, segundo guardas municipais que estavam no local, se reuniram ontem (1) na Tijuca, na zona norte, para protestar contra decisões do governo do estado relativas aos eventos esportivos que a cidade sediará até 2016. Dentre essas decisões estão a concessão do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, à iniciativa privada, e a reintegração de posse do prédio do antigo Museu do Índio.

Os manifestantes se reuniram na Praça Afonso Pena e caminharam pelas ruas do bairro até a entrada principal do estádio. No grupo, havia militantes de partidos de esquerda, representantes de movimentos sociais, do movimento estudantil e de sindicatos. Com um carro de som, líderes de cada organização participante do protesto criticaram o que chamaram de “privatização da cidade”.

“Somos contra as privatizações do patrimônio artístico, cultural e esportivo. A cidade está à venda. O Maracanã deveria ser popular, com ingressos a preços populares”, criticou Roberto Morales, do Comitê Popular da Copa do Mundo e Olimpíadas  que declarou ser contra a demolição do Parque Aquático Julio Delamare, do Estádio de Atletismo Célio de Barros e da Escola Friendenreich, construções vizinhas ao estádio, que cederiam lugar ao novo complexo esportivo e se tornaram objeto de disputa judicial. (mais…)

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Presidente da Bolívia expulsa agência norte-americana do país

Renata Giraldi*, Agência Brasil

Brasília – O presidente da Bolívia, Evo Morales, determinou a suspensão das atividades e a expulsão dos integrantes da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (cuja sigla em inglês é Usaid). Morales acusa a organização de ingerência política nos sindicatos de camponeses e entidades sociais, além de conspiração contra o governo. Ele admitiu que a decisão é também uma resposta aos Estados Unidos, que consideram a América Latina como quintal.

A agência atuava no país há 40 anos, desenvolvendo projetos em vários setores sociais, como saúde e meio ambiente. “Decidimos expulsar a Usaid da Bolívia, que saia a Usaid da Bolívia, peço ao irmão chanceler [David Choquehuanca] que comunique imediatamente à Embaixada dos Estados Unidos”, disse o presidente no discurso do Dia do Trabalho.

“Seguramente pensaram que aqui se poderia manipular politicamente e economicamente [os bolivianos], mas esses são tempos passados”, acrescentou Morales. Ele reiterou que o objetivo é manter relações de igualdade entre a Bolívia e os Estados Unidos, usando uma expressão em espanhol de “você para você”.  Segundo o presidente, não há mais espaço para a mentalidade de dominação. (mais…)

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Ruralistas e a existência do trabalho escravo no Brasil: a negação da verdade

Grupo de trabalhadores resgatado do corte de madeira para a produção de carvão vegetal, no Ceará (Foto: MTE)
Grupo de trabalhadores resgatado do corte de madeira para a produção de carvão vegetal, no Ceará (Foto: MTE)

No lugar que havia mata, hoje há perseguição
 grileiro mata posseiro só pra lhe roubar seu chão.
Castanheiro, seringueiro já viraram até peão, afora
os que já morreram como ave-de-arribação. Zé de
Nata tá de prova, naquele lugar tem cova, gente
enterrada no chão. (Vital Farias)

 

Por João Marcelo Intini*, da Agência Repórter Brasil

Há tempos que a música de Vital Farias foi composta. Em 1982, o Brasil clamava pelo fim da ditadura militar, a sociedade efervescia desejando a volta do regime democrático, movimentos se organizavam em todos os locais. Um metalúrgico liderava o movimento sindical, as lutas nas portas das fábricas ganhavam manchetes no mundo todo. Um novo ciclo se abria na história do Brasil. A luta de classes avançava e conquistava novos direitos sociais e trabalhistas.

O modelo de desenvolvimento econômico acentuava a dependência do financiamento externo. Após duas crises do petróleo, na década de 1970, o país estava à beira de um colapso financeiro e precisava urgentemente de recursos para pagar a importação de combustíveis. O Brasil foi salvo por um cheque do Fundo Monetário Internacional. O presidente da República, general Figueiredo, cavalgava ao lado de Ronald Reagan, exibindo os cavalos bem cuidados, às vistas de uma população sufocada pela ausência de tudo. (mais…)

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RR – Funai retira primeiro fazendeiro da Terra Indígena Yanomami, na região do Ajarani

Propriedades estão dentro da Terra Indígena Yanomami. Abrão Pires Mateus será o primeiro fazendeiro a deixar a área.

Indígenas durante manifestação pedindo a retirada de fazendeiros de área Yanomami(Foto: Romário Cavalcante)
Indígenas durante manifestação pedindo a retirada de fazendeiros de área Yanomami
(Foto: Romário Cavalcante)

Vanessa Lima, do G1 RR

A Fundação Nacional do Índio (Funai) começou a fazer a retirada dos fazendeiros que ocupam áreas na região do Ajarani, dentro do perímetro da Terra Indígena Yanomami, no município de Caracaraí. Os três lotes ocupados por Abrão Pires Mateus serão recebidos nesta quinta-feira (2). Ele será o primeiro a deixar a área.

No mês de março, o Ministério Público Federal de Roraima (MPF/RR) emitiu recomendação ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama/RR) para que uma fiscalização fosse realizada na região e os fazendeiros notificados a se retirarem da área. (mais…)

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Líder indígena adverte que ‘Ganância mata o mundo’

Na paisagem de São Gabriel, a bela adormecida (ao fundo) e, no detalhe, Miquelina alerta sobre a desordem no mundo (Clóvis Miranda)
Na paisagem de São Gabriel, a bela adormecida (ao fundo) e, no detalhe, Miquelina alerta sobre a desordem no mundo (Clóvis Miranda)

Ivânia Vieira, A Crítica

“O mundo está muito atrapalhado”, alerta uma das mais importantes líderes indígenas da Amazônia, Maria Miquelina Barreto Tukano. Para desatrapalhar o mundo, Miquelina defende a reunião das pessoas, a coragem e a determinação como uma condição necessária ao enfrentamento da política que “faz mal à humanidade”.

A declaração de Miquelina foi feita após assistir, na noite de sábado(26), ao documentário “Belo Monte – anúncio de uma guerra”, no Centro Cultural Reunidos, na Praça do Congresso, Centro de Manaus. Uma das convidadas a falar ao público, a líder indígena emocionou os presentes ao contar um pouco da história de vida dela e do respeito que tem pelo líder caiapó Raoni – “um parente sábio que faz da vida dele a nossa defesa”. Miquelina chegou a Manaus em 1986 e afirma ainda se sentir uma estranha na cidade. Em 27 anos morando na capital, Miquelina experimentou o preconceito e a desconfiança, mas também descobriu amigos e parceiros. A cada participação nos eventos em defesa dos direitos indígenas, ela conquista admiradores. Não mudou o jeito. Intercala a voz entre o tom mais suave e o mais forte, sempre firme, recorrendo à sabedoria aprendida no convívio com as vidas da floresta. (mais…)

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Carta da ocupação de Belo Monte

Munduruku queimam propostaNós somos a gente que vive nos rios em que vocês querem construir barragens. Nós somos Munduruku, Juruna, Kayapó, Xipaya, Kuruaya, Asurini, Parakanã, Arara, pescadores e ribeirinhos. Nós somos da Amazônia e queremos ela em pé. Nós somos brasileiros. O rio é nosso supermercado. Nossos antepassados são mais antigos que Jesus Cristo.

Vocês estão apontando armas na nossa cabeça. Vocês sitiam nossos territórios com soldados e caminhões de guerra. Vocês fazem o peixe desaparecer. Vocês roubam os ossos dos antigos que estão enterrados na nossa terra.

Vocês fazem isso porque tem medo de nos ouvir. De ouvir que não queremos barragem. De entender porque não queremos barragem.

Vocês inventam que nós somos violentos e que nós queremos guerra. Quem mata nossos parentes? Quantos brancos morreram e quantos indígenas morreram? Quem nos mata são vocês, rápido ou aos poucos. Nós estamos morrendo e cada barragem mata mais. E quando tentamos falar vocês trazem tanques, helicópteros, soldados, metralhadoras e armas de choque. (mais…)

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Indígenas ocupam esta manhã canteiro de obras de Belo Monte e lançam carta contra hidrelétricas na Amazônia

Belo Monte etcCIMI – Cerca de 200 indígenas afetados pela construção de hidrelétricas ocuparam nesta quinta-feira, 2, o principal canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Belo Monte no município de Vitória do Xingu, Pará. Eles reivindicam a regulamentação da consulta prévia e a suspensão imediata de todas as obras e estudos relacionados às barragens nos rios Xingu, Tapajós e Teles Pires. A tropa de choque da Polícia Militar já esperava pelos indígenas, porém não conseguiu os barrar.

Os povos presentes são: Munduruku, Juruna, Kayapó, Xipaya, Kuruaya, Asurini, Parakanã, Arara, além de pescadores e ribeirinhos – leia carta do movimento abaixo. Ao menos seis mil trabalhadores, segundo estimativas do movimento, deixarão de atuar no canteiro. A ocupação, de acordo com os indígenas, se manterá por tempo indeterminado – ou até que o governo federal atenda as reivindicações apresentadas.

Ocupações contra a UHE Belo Monte e mobilizações contra empreendimentos hidrelétricos se tornaram comuns na Amazônia. No último dia 21 de março, cerca de 100 indígenas, ribeirinhos e pequenos agricultores expulsos afetados pela obra ocuparam o canteiro Pimental, um dos pontos de construção mantido pelo Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM). (mais…)

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Julgamento de Mandante do Massacre de Felisburgo será no dia 15 de maio, em Belo Horizonte (MG)

Por Frei Gilvander L. Moreira

Uma Brigada de militantes do MST está em Belo Horizonte com a Missão de esclarecer a sociedade sobre o julgamento do fazendeiro e empresário Adriano Chafic, mandante do Massacre de Felisburgo.

No dia 20 de novembro de 2004, o fazendeiro Adriano Chafik e seus jagunços invadiram o acampamento Terra Prometida, do MST, no município de Felisburgo, no Vale do Jequitinhonha, MG. Assassinaram cinco trabalhadores rurais Sem Terra e deixaram mais de 20 gravemente feridos, entre elas uma criança. Queimaram a escola e a maior parte dos barracos do acampamento, deixando dezenas de famílias Sem Terra desabrigadas.

No dia 15 de maio de 2013, o responsável pela chacina, Adriano Chafik, vai a julgamento no Forum Lafaiete, em Belo Horizonte. Em função disso, encontra-se em Belo Horizonte, desde o dia 28 de abril de 2013, uma Brigada composta por 10 pessoas, com previsão de chegar mais dez na próxima semana, composta por militantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), por parentes das vitimas e acampados do Acampamento Terra Prometida. (mais…)

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