Da Página do MST
Movimentos sociais e entidades ligadas à classe trabalhadora realizaram na terça-feira (30) um ato unificado em comemoração ao Dia do Trabalhador, em Palmas, no Tocantins. Em marcha, trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade se dirigiram à Assembleia Legislativa, onde realizam o ato.
Para Antônio Marcos Nunes Bandeira, da coordenação do MST, o objetivo central da marcha foi cobrar dos poderes públicos a reforma agrária e urbana.
Na Assembleia Legislativa, os manifestantes protestaram contra o auxílio-moradia concedido aos deputados estaduais. Antônio Marcos defendeu que, na atual conjuntura, o governo do estado deveria se preocupar com a situação das famílias que não têm teto ou terra para trabalhar e viver, ao invés de destinar mais recursos para quem já tem altos salários.
O projeto que prevê auxílio-moradia já foi protocolado na Assembleia Legislativa e outros órgãos como Tribunal de Contas do Estado (TCE) e os promotores e procuradores do Ministério Público Estadual também devem receber auxílio.
O valor que os parlamentares vão receber é de R$ 3.429,50 mesmo com maioria dos deputados tendo residência própria na capital. Além da Assembleia e do MPE, o Tribunal de Justiça (TJ-TO) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE-TO) já contam com auxílio-moradia mesmo com grande parte dos membros residindo na capital. No TJ, o auxílio é de R$ 1.1891,02 e no TCE o benefício é de R$ 2.400.
“O motivo do protesto é contra auxílio-moradia dos deputados estaduais, do TCE, MPE e dos desembargadores. Eles gastam com aluguel e o governo diz que não tem dinheiro para moradia”, frisou Cássio um dos organizadores da manifestação. Os parlamentares vão protestar também contra uma espécie de auxílio-doença que o deputado José Bonifácio (PR) pretende instituir na Assembleia Legislativa, bem como já existe na Câmara Federal.
Os Sem Terra também questionaram a criação da Secretaria de Desenvolvimento Agrário e Regularização Fundiária, bem como a nomeação do deputado federal Irajá Abreu (PSD) para o cargo de secretário.
Para o MST, a secretaria teria sido criada para “regularizar a grilagem” no Estado. Os Sem Terra destacaram ainda que o governo é consciente de que Irajá é filho da presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a senadora Kátia Abreu (PSD), considerada inimiga pelos movimentos sociais.
A princípio, os manifestantes chegaram a ser barrados no Parlamento e os deputados Zé Roberto (PT) e Sargento Aragão (PPS) defenderam no plenário o direito dos manifestantes entrarem.
Com gritos de ordem, os trabalhadores entraram e passaram a acompanhar a sessão no piso superior da Casa. A sessão chegou a ser suspensa por alguns minutos e a maioria dos parlamentares deixaram o plenário, retornando em seguida. “O povo tem que poder falar”, considerou o coordenador do MST.
A manifestação abordou também os descasos dos governos Federal e Estadual para com os trabalhadores e Trabalhadoras do Campo e da Cidade relacionados à Moradia, Terra para Trabalhar-reforma agrária, Educação, Saúde, Emprego e Renda entre outras necessidades básicas.
Participaram da manifestação o MST, Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Organização Popular de Moradia (OPM), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento Nacional de Luta por Moradia (MNLM), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Estado do Tocantins (FETAET), Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Tocantins (SINTET), Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (SINTSEP), Diretório Central Estudantil da Universidade Federal do Tocantins (DCE/UFT), Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES), Casa da Mulher Oito de Marçoblico Federal, Diretório Central Estudantil da Universidade Federal do Tocantins (DCE/UFT), Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES), Casa da Mulher Oito de Março.
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Enviada por José Carlos para Combate Racismo Ambiental.