Arrendatário de uma porção da fazenda “Brasília do Sul”, situada dentro dos limites da Terra Indígena Takwara foi até a sede da aldeia para ameaçar as lideranças e avisar que o desmatamento continua!
Como foi divulgado no último dia 22 de março, o extermínio das matas da aldeia Takwara ainda não cessou e os latifundiários da região além de desmatarem a única área preservada dentro dos limites da aldeia, passaram a ameaçar a comunidade e desta vez, os criminosos, de maneira ainda mais desinibida e truculenta, foram até a sede da aldeia para avisar que o desmatamento vai continuar.
É sabido que a mata remanescente da região está sendo derrubada para a expansão da lavoura de cana já existentes ilegalmente dentro dos limites da aldeia. Segundo lideranças locais, estima-se que hoje há cerca de 30 capangas armados que se revezam em turnos controlando a estrada de acesso, trilhas e fazem a vigília do maquinário usado e da operação.
Desde dezembro de 2012, o Tribunal Popular vem alertando sobre o acirramento do conflito contra os Guarani Kaiowá da Aldeia Takwara no município de Juti (MS). Os indígenas vem sofrendo todo tipo de violência, desde ameaças de morte a suas lideranças até a destruição das matas de seu território originário.
Em janeiro de 2013, foram registramos dois incêndios criminosos na aldeia, com a intenção clara de preparar o terreno para a ampliação do cultivo da monocultura cana-de-açúcar.
Diversas foram as ameaças contra as principais lideranças da aldeia, estas ameaças só foram amenizadas depois de muita pressão realizada pelos indígenas para que a Força Nacional fizesse uma intervenção e permanecesse por um período na área, até que fossem presos os jagunços que estão a serviço do fazendeiro Jacinto Honório da Silva. Lembramos que o Sr. Jacinto Honório não foi responsabilizado por mais esse delito.
A tensão instalada nesta região do Mato Grosso do Sul e a permanente omissão do Estado brasileiro sobre a resolução em definitivo da demarcação e homologação desta Terra Indígena, tem intensificado cada vez mais a violência por parte dos fazendeiros contra o povo Kaiowa e Guarani, o exemplo mais recente dessa prática foi a invasão de um dos arrendatários das terras da Fazenda Brasília do Sul (que se sobrepõem a Aldeia Takwara), para desmatar a última reserva florestal presente nesta área. Diversas testemunhas relataram ao Tribunal Popular que na manhã desta terça-feira (26/03) este arrendatário, foi até a Takwara, para fazer pessoalmente ameaças ao povo da aldeia.
O Tribunal Popular alerta mais uma vez que o governo brasileiro tem se omitido de forma criminosa em relação as demarcações e homologações das terras indígenas no Brasil e em particular com as terras do povo Kaiowa e Guarani.
As mazelas que ocorrem na Aldeia Takwara são de conhecimento de todos os poderes públicos municipais, estaduais e federal, em especial o poder executivo federal principal responsável por resolver esta situação. Há duas semanas, seis lideranças do povo Kaiowa e Guarani, estiveram em Brasília (DF) e novamente deram ciência ao Ministro da Justiça, Ministra da Casa Civil, Procuradoria Geral da República e FUNAI, sobre a situação desumana vivida cotidianamente pelos indígenas .
Caso o agravamento desta situação levar a morte ou mais violência contra o povo da Aldeia Takwara,será de inteira responsabilidade do governo federal que não honra qualquer compromisso que tenha feito com o povo Kaiowa e Guarani e os abandonou a própria sorte.
O que acontece em MS contra o povo Kaiowa e Guarani é um crime contra a humanidade e uma tentativa deliberada de exterminar os indigenas, fazendo com que aconteça assim um etnocídio.
O Tribunal Popular, vem exigir do Estado brasileiro:
1º A imediata demarcação e homologação de toda as terras reivindicadas pelo povo Kaiowa e Guarani;
2º A garantia que nenhum falso proprietário (grileiros) entre e destrua as terras do povo Kaiowa e Guarani;
3º A intervenção imediata para cessar o desmatamento da última reserva de mata existente na Aldeia Takwara
4º A segurança permanente da Polícia Federal e/ou Força Nacional nas áreas de retomada do povo Kaiowa e Guarani;
5º Responsabilidade aos fazendeiros pelos crimes cometidos e fim da impunidade;
O Tribunal Popular, conclama a todxs xs lutadores do povo a se unir na luta Guarani Kaiowá e dos povos indígenas .
Tribunal Popular: o Estado brasileiro no banco dos réus
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DENUNCIEM!!!
Excelentíssima Senhora Presidenta da República: Dilma Vana Rousseff
[email protected] – [email protected]
Excelentíssima Senhora Presidenta da Fundação Nacional do Índio: Marta Maria Azevedo
[email protected] – [email protected]
Ministério Público Federal de Dourados: Dr. Marco Antônio de Almeida
Mas por que mesmo que os Jacintos Honórios continuam livres, leves e soltos?
A ação dos jacintos atende somente aos interesses deles? Será? É a pergunta que não quer calar…